Pronunciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no lançamento do Novo Farmácia Popular
TRANSMISSÃO | Governo lança novo Programa Farmácia Popular
Queridas e queridos companheiros de Recife e do Estado de Pernambuco, minha querida companheira Janja, senhora governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra; ministros de Estado Nísia Trindade, da Saúde; Rui Costa, da Casa Civil; Camilo Santana, da Educação; Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; e André de Paula, da Pesca e Aquicultura.
Queridos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão. Deputados federais Carlos Veras, Eduardo da Fonte, Eriberto Medeiros, Iza Arruda, Lucas Ramos, Lula da Fonte, Maria Arraes, Pedro Campos, Silvio Costa Filho, Túlio Gadêlha.
Meu caro João Henrique, prefeito da cidade de Recife; meu caro Carlos Gadelha, secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação do Complexo de Saúde; Danilo Cabral, superintendente da Sudene; Márcia Conrado, presidenta da Associação Municipalista de Pernambuco e prefeita de Serra Talhada; Murilo Cavalcanti, secretário de Segurança Cidadã do Recife e responsável pela Rede Centro Comunitário da Paz; cacique Marcos Xukuru, da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo; Ana Paula Matos, superintendente do Banco do Brasil no Estado de Pernambuco; Fábio José Basílio, presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos; trabalhadores; senhora Eliane Maria da Silva, aquela senhora que falou primeiro aqui; queridos profissionais da saúde, queridos farmacêuticos e farmacêuticas e farmacistas, e companheiros e companheiras.
Governar é um ato de tomar decisões. Governar é um ato de fazer opções.
Quando você ganha um Estado, quando você ganha um país ou quando você ganha uma cidade, você tem que definir pra quem que você quer governar e qual é o setor que você quer ajudar mais. O orçamento de uma cidade, o orçamento de um Estado e o orçamento da União, normalmente eles são feitos para atender a sociedade organizada. Já está tudo compilado, o quê que você tem que dar, tá tudo certo. O que é preciso saber: essa gente vai incluir as pessoas mais humildes, as pessoas mais necessitadas nesse orçamento. Porque, normalmente, essas pessoas estão fora.
E o Farmácia Popular, ele vem de uma coisa que é real no Brasil. Uma pessoa que ganha um salário razoável não sabe o que é isso, uma pessoa que mora num lugar bom não sabe o que é o valor de uma cisterna, uma pessoa que mora no centro de uma cidade não sabe o valor de um Programa Luz para Todos. Ao fazer programas dessa magnitude você tem que fazer opção, porque você tem que saber quem é que você está atendendo.
Antes do Farmácia Popular --- e é importante que vocês saibam --- quantas pessoas nesse país iam numa UBS, iam num posto de saúde, eram atendidas pelo médico, pegavam uma receita, levavam essa receita pra casa, colocava a receita embaixo do travesseiro ou em uma mesinha do criado, e, muitas vezes, essas pessoas morriam com a receita em cima da mesa, porque não tinham dinheiro para comprar o remédio. Isso não vai mais acontecer nesse país!
As pessoas mais necessitadas, as pessoas que ganham menos, as pessoas que foram privadas de conhecimentos e oportunidades ao longo da história desse país, vão ser tratadas como pessoas de primeira categoria, como pessoas de primeira classe. Ninguém será tratado como se fosse de segunda classe; ninguém vai ao médico para pegar um diagnóstico; ninguém vai ao médico para pegar apenas a receita. Não! A gente vai ao médico porque a gente quer o diagnóstico, a gente quer a receita, a gente quer comprar o remédio para curar o diagnóstico encontrado pelo médico.
É por isso que nós resolvemos lançar o Farmácia Popular há muito tempo atrás. Ele foi ironizado e diminuído pelo governo passado, e nós, agora, voltamos como Farmácia Popular com muito mais força, com mais remédio e com mais capacidade de fazer mais convênios, para que mais farmácias possam participar desse programa, e a gente chegar no momento de atender à totalidade das pessoas necessitadas desse país.
Essa é a razão pela qual eu voltei a ser presidente da República desse país. É para cuidar do povo mais pobre desse país, é para cuidar do povo trabalhador desse país, é para cuidar das pessoas que não tiveram oportunidade, porque, muitas vezes, o Governo é o responsável das pessoas não terem oportunidades.
E, é por isso que, saindo daqui, nós vamos inaugurar uma escola, um instituto federal, em Paulista. E nós vamos inaugurar o Instituto Federal porque a educação também é nossa prioridade. E a elite brasileira, durante séculos, não deu nenhuma importância para a formação do povo, e nós queremos que a juventude de hoje tenha possibilidade e acesso à educação, para que ele se transforme em um grande profissional, para que ele possa ganhar um bom salário, para que ele possa construir sua família e para que ele possa viver decentemente. É esse o país que nós sonhamos e é esse o país que vamos construir!
Por isso, Nísia, eu queria te dar os parabéns. A Nísia não é médica, ela é cientista política, ela é socióloga, e ela veio trabalhar na saúde como ministra porque a experiência dela como presidenta do Instituto da Fiocruz foi excepcional! E eu precisava de alguém, mais do que médico, que tivesse a sensibilidade de saber como é que vive o povo mais humilde. E por que eu escolhi uma mulher? Porque a mulher sabe tratar dos problemas com muito mais coragem, com muito mais dignidade do que o homem.
Eu estou convencido que cuidar do povo pobre desse país, a gente não cuida com a cabeça, a gente tem que cuidar é com o coração, tem que ter sentimento, tem que ter paixão, tem que saber imaginar o que as pessoas estão passando nas periferias abandonadas da maioria das grandes cidades desse país. Muitas vezes, essas pessoas só são lembradas em época de eleição, e nós queremos lembrar delas depois da eleição, porque é pra elas que a gente deve a nossa votação. É pra elas que a gente deve a nossa eleição, e é pra elas, prioritariamente, que nós vamos governar. É pra elas, prioritariamente.
Nós temos lado. Embora a gente queira governar pra todos, é importante todos saberem: eu trato todo mundo com respeito; eu trato o grande empresário com respeito; eu trato o grande fazendeiro com respeito; eu trato o grande banqueiro com respeito. Mas é importante eles saberem que são aqueles que estão embaixo, aqueles que estão na periferia, aqueles que não tiveram a sorte de estudar, aqueles que não aprenderam uma profissão, aqueles que toda vez são obrigados a comer o mínimo de ração necessária porque não podem comprar, ou aqueles que não podem comprar; é pra esses. Não se esqueçam: é pra esses que eu fui eleito e é pra esses que eu vou governar esse país.
Por isso a volta do Farmácia Popular!
E cada vez mais a gente vai colocando mais remédio. Cada vez mais a gente vai colocando coisas pra dar oportunidades das pessoas viverem mais, das pessoas poderem curar as suas doenças. Até porque, hoje, cuidar da doença é muito caro. Qualquer remédio tá muito caro, e uma pessoa aposentada, uma mulher aposentada, que recebe a sua pensão, ou um homem aposentado aos 70 anos, 65, 80 anos, não pode gastar metade do seu salário com remédio. Ele tem que gastar com comida e o Estado precisa garantir pra ele o remédio pra ele sobreviver.
Por isso que eu tenho dito que cuidar da saúde não é gasto. Os outros vão dizer que é gasto. Daqui a pouco vocês vão ver alguém dizer na televisão: esse governo Lula tá gastando dinheiro com pobre. Eu não tô gastando, eu tô investindo dinheiro no pobre! Porque cuidar da saúde do povo é investimento.
Porque uma pessoa sã, uma pessoa com saúde, ela está mais alegre, ela trabalha mais, ela produz mais, ela cuida melhor das coisas que ela tem que fazer, e é por isso que nós queremos dizer, em alto e bom som: No meu governo, educação não é gasto, é investimento. No meu governo, saúde não é gasto, é investimento. No meu governo, aumentar o salário mínimo não é gasto, é investimento. Ou seja, cuidar do pobre é o melhor investimento que a gente pode fazer em qualquer país do mundo.
Obrigado!
Nísia, parabéns pelo Farmácia Popular, e obrigado, mais uma vez, ao povo de Pernambuco.