Pronunciamento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com Presidência do NBD
Dirigentes e parceiros do Novo Banco do Desenvolvimento.
Primeiro da minha alegria de vir aqui participar da posse da companheira Dilma [Rousseff], como presidenta do banco. Segundo, [trecho inaudível] o povo da delegação brasileira que veio e muito mais gente que iria vir, a gente não tinha avião pra trazer. São pessoas que tem duas curiosidades: primeiro conhecer o tamanho de um papel de um banco de desenvolvimento, depois todo mundo tentar dar uma contribuição para o aprimoramento da relação entre os países do BRICS [Brasil; Rússia; Índia; China; África do Sul], para que a gente possa ter um Novo Banco de Desenvolvimento, mais forte do que o que existe até hoje dos bancos, de licenciamento e que ajuda o nosso país no desenvolvimento.
Eu estou com muita esperança de que esse banco cumpra o papel que todos nós sonhamos e que muita gente continua sonhando. Esse banco, ele pode se transformar num grande banco de investimento da nova relação [trecho inaudível]. Esse banco pode ser um banco que venha fazer a diferença do que nos conhecemos, desde a criação das instituições do [trecho inaudível] esse banco possa vir a ser a diferença definitiva da relação desses países em desenvolvimento.
Obviamente, que nós sabemos que os países precisam sempre de mais dinheiro do que o banco tem a condição de emprestar. Mas o que é importante é que o banco, criado com o aval de países tão importantes, tão significativos, do ponto de vista da economia, do ponto de vista da geopolítica, do ponto de vista da quantidade de pessoas, um banco dessa magnitude, possivelmente, tenha uma capacidade de alavancar recursos que nem a gente tem a dimensão de saber tudo o que vocês poderão fazer daqui para frente. Acho que o mundo nunca precisou tanto de um instrumento para ajudar no desenvolvimento do mundo como precisa agora.
Eu lembro que quem participou da primeira reunião do G-20 [trecho inaudível] nos Estados Unidos, acho que todo mundo lembra que a gente tinha tomado uma decisão de tentar resolver os problemas do Banco Mundial, do FMI [Fundo Monetário Internacional], a gente tinha discutido mudar a composição da direção, a participação dos países, da contribuição financeira dos países. O dado concreto é que as coisas não avançaram. [trecho inaudível] na reunião até acabar com a figura do [trecho inaudível], porque muita gente correta discutia que a crise financeira de 2008 se deveu, em parte, à ganância do senhor [trecho inaudível] e, portanto, vendia qualquer coisa, sem preocupação nenhuma com produção, de nenhum produto, era a venda de papéis, a troca de papéis, sem produzir nada. E nós também não conseguimos.
Mas, agora estamos vendo de vez em quando, os bancos voltam a quebrar e, possivelmente, as coisas continuem sendo a mesma razão. Ninguém acreditava que o Credit Suisse [banco suíço] poderia quebrar da forma que quebrou, recentemente, em que a Suíça teve que colocar 8% do PIB para salvar o banco. Portanto, um banco como esse, na visão dos países sócios, na visão dos países que vão precisar de ter uma relação com esse banco, é efetivamente uma esperança extraordinária.
E eu quero dizer aos diretores que estão aqui, ao vice-presidente, porque [trecho inaudível] parece russo, [trecho inaudível], eu queria dizer para os vice-presidentes que vocês haverão de se orgulhar da presidenta que toma posse do Novo Banco de Desenvolvimento hoje, a companheira Dilma Rousseff. Vocês vão ver algumas qualidades que, possivelmente, o banco precisa, nesse instante, para dar um salto de desenvolvimento que nós precisamos. Acho que ela tem todas as qualidades políticas, econômicas, morais, éticas, capacidade técnica, capacidade de convencimento que o banco precisa para poder alavancar mais dinheiro para esse banco, emprestar mais dinheiro para as pessoas poderem produzir mais. Eu desejo a você, companheira Dilma, que você tenha toda a sorte do mundo, e que os sócios do Novo Banco de Desenvolvimento sintam orgulho da senhora [trecho inaudível].
Do Brasil, eu trouxe aqui o ministro da Fazenda [Fernando Haddad], e ele já falou que está a fim de fazer negócio com o [trecho inaudível] para poder [trecho inaudível]. Eu trouxe aqui o amigo [Aloizio] Mercadante, que é presidente do Banco de Desenvolvimento do Brasil que, anos atrás, era o banco que tinha mais capacidade de emprestar do que o próprio Banco Mundial. Hoje, não tem mais, porque nos últimos quatro anos o Banco de Desenvolvimento do Brasil se apressou para querer ver dinheiro [trecho inaudível] e fez pouquíssimo investimento. Para vocês terem uma capacidade de captação muito grande, o Aloizio Mercadante me disse "se eu não for para a China com você eu não vou conquistar mais amizade da Dilma para captar um pouco mais de recurso [trecho inaudível]".
Mas, na verdade, nós, os países que fazemos parte da sociedade desse banco, nós temos que estar mais preocupados em atender os países mais necessitados do que esse dinheiro às vezes. Eu espero que esse banco tenha condições de emprestar dinheiro para o desenvolvimento ao continente africano, eu espero que esse banco tenha condições de ter dinheiro para emprestar para os países mais pobres da América Latina. Países grandes como o Brasil [trecho inaudível] nós temos que ter capacidade de precisar de outros instrumentos e não precisar de um banco que tem que ajudar os países mais necessitados e mais pobres. E tenho certeza que essas qualidades a companheira Dilma Rousseff vai trazer e consolidar no Novo Banco de Desenvolvimento.
Parabéns a todos vocês, parabéns Dilma, e que o mundo possa tirar proveito desse novo instrumento de ajuda financeira que os BRICS criaram.