Pronunciamento do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, em cerimônia de emissão do certificado de renovação de frota
Muito boa tarde a todas e a todos. Quero cumprimentar o nosso prefeito, o Rodrigo Andrade, prefeito de Araçariguama; sua esposa Mirelle; cumprimentar o Rubens Pereira, vice-presidente e líder das operações da Gerdau no Brasil; Pedro Torres, diretor-geral de Relações Institucionais da Gerdau; Roberto Cortes, CEO da Volkswagen; Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen; Gustavo Couto, CEO da Vamos; Fernando Simões, CEO da Simpar. Quero saudar aqui o Doutor Uallace Moreira, secretário de Indústria do MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços]; amigo Chico Martins, uma alegria revê-lo, fortão. Amigas e amigos.
É uma alegria trazer aqui um abraço, Rodrigo, do presidente Lula aqui em Araçariguama.
Nós já tivemos algumas ações aqui da saúde. São cinco equipes de atenção primária. Em todo o Brasil está sendo um esforço para ampliar as equipes de atenção primária à saúde, credenciamento de 30 agentes comunitários de saúde, também no Brasil inteiro está se fazendo uma ampliação dos agentes comunitários; e também o repasse de R$ 549 mil, que vai ser feito até o fim do ano, para a complementação do piso da enfermagem, também ajudando aí a saúde.
E hoje estamos aqui para renovação de frota e aqui foi bem colocado. O Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] lá atrás, ele decidiu que no Brasil não se pode mais fabricar o motor Euro 5, só o Euro 6, porque ele polui muito menos. Só que o caminhão e o ônibus ficaram muito mais caros. Quando você muda uma tecnologia, você acaba encarecendo. Aí o que estava acontecendo: vendeu o estoque do ano passado de Euro 5, mas não vendia o Euro 6. Então, lançamos um programa, renovação de frota, dizendo: "olha, você vai receber, tanto pessoa física ou pessoa jurídica, o caminhoneiro ou a empresa, você ganha um crédito tributário, que varia de 33.600 até 99.600 e ganha um crédito”, mas tem o compromisso de tirar um caminhão ou ônibus – é caminhão e ônibus – com mais de 20 anos de circulação.
Aqui nós vimos caminhões com mais de 40 anos indo para a siderurgia. E o objetivo é exatamente esse. Um caminhão novo, a emissão de gases de efeito estufa é 95% menor do que aqueles caminhões antigos. Noventa e cinco por cento menor. Então, é importante para a descarbonização e para a qualidade do ar e meio ambiente.
Depois, segurança. A primeira causa de morte no Brasil e no mundo é coração e grandes vasos. A segunda é câncer. A terceira não é doença, a terceira é causa externa – e a primeira entre os jovens. Jovem é muito raro morrer de coração ou câncer, é acidente. É causa externa. Entre as causas externas, em São Paulo, por exemplo, era o homicídio: 13 mil assassinatos por ano, baixamos para 12, 11, 10, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três mil. Saímos de 33 mil assassinatos por cem mil habitantes/ano pra sete por cem mil habitantes/ano. E 5.500 mortes por ano por acidente rodoviário. É duas vezes mais perigoso andar de carro ou andar de moto do que o risco de um homicídio. Duas vezes mais. Então, há que se fazer um esforço para reduzir acidente rodoviário. E aí vem a renovação de frota: substituir ônibus e caminhões, já com mais de 20 anos, alguns têm mais de 30, 40 anos, por veículos novos.
Esses ônibus novos ou caminhões novos, é impressionante a segurança: se tiver um carrinho baixinho, ali pequenininho, do lado, não tem como bater. Ele tem alarme, radar, sistemas de segurança impressionantes. Então, reduz acidente que é a terceira causa de morbimortalidade no Brasil e, de outro lado, polui menos e aqui tem um ganho ambiental duplo: primeiro, o caminhão novo ou ônibus novo, Euro 6, vai poluir muito menos. E, segundo: que quando renova frota, eu pego o ônibus velho ou o caminhão velho e faço reciclagem. Ele volta para a siderurgia, pra sucata. Isso emite muito menos carbono pra fazer o aço do que eu ir lá na mina tirar o minério de ferro e fazer o aço pelo minério de ferro. É muito melhor eu fazer reciclagem. Então, há um ganho duas vezes do ponto de vista do meio ambiente.
E emprego. Tô fabricando novos veículos, a indústria automobilística, o PIB da indústria, 20% do PIB da indústria é só indústria automobilística. É impressionante o tamanho da cadeia produtiva. Ela gera emprego por todos os lados. Então, o programa é um sucesso. Governo Lula, presidente Lula colocou 1 bilhão e 700 milhões para caminhão; e 300 milhões para ônibus. Ônibus vale: ônibus urbano, interurbano e rodoviário. Caminhão desde o caminhão pequenininho, o menor é três toneladas? Três e meia toneladas até o grandão. Então vale tudo. E ouvi aqui a permanência do programa, nós já vamos pedir pra prorrogar, que ele era por quatro meses, nós vamos pedir para prorrogar.
O carro foi um sucesso, nós fizemos um programa para veículos, de crédito de – aqui é quase 100 mil, no carro era 8 mil, até R$ 8 mil –, o crédito tributário social, ambiental e industrial. Social, ou seja, eu dou o crédito não para o carro de R$ 300 mil, mas pro carro de R$ 68 mil, ele baixar de preço. Social. Ambiental, um motor que polui menos, então leva em consideração a eficiência energética. E industrial: uma fábrica só monta no Brasil, a outra fabrica no Brasil. Ela tem mais densidade industrial e ela tem um crédito maior. No dia 30 de junho, agora, num dia, foram vendidos 26.800 veículos, num único dia. É impressionante a resposta, né. E acabou até vendendo veículos que não tavam no programa porque despertou o interesse. Impressionante.
E aqui uma outra, uma boa notícia: ele colocou bem, o Fernando Simões, o caminhoneiro dos … com um caminhão de 25 anos, ele vai pra um de dez, de doze. E o dez e de doze vai pro zero, então nós precisamos, além do crédito que ele vai ganhar, imagine que eu recebi R$ 90 mil de crédito, gastei 40 mil pra comprar um usado, 30 mil. Sobrou sessenta, cinquenta, mas eu tenho que financiar. Então, primeiro, a boa notícia: o Finame. BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vai financiar através do Finame, que o caminhão – BNDES não pode financiar bem de consumo, mas bem de capital –, o caminhão não é para consumo, caminhão é pra trabalho, para gerar renda, para circular riqueza do país. É bem de capital. Então, o financiamento vai ser – foi decidido hoje – um bilhão, um bilhão inicial, e Selic. E a Selic permanente. A Selic hoje é 13,25. Então, eu faço um financiamento a 13,25. Daqui dois meses caiu pra 12, vai para 12. Então, eu posso assinar o contrato hoje de financiamento, porque a Selic a hora que cair, o meu financiamento automaticamente cai. Ele é vinculado à Selic. Agora falta o segundo item, que é estender esse financiamento também para o usado. Aí nós vamos completar aí o trabalho e vale pra ônibus e vale pra caminhão. Preservando o emprego, fortalecendo a indústria nacional, a indústria brasileira, ajudando o meio ambiente e trazendo segurança para a população nas rodovias, prevenindo morbimortalidade.
Quero deixar um grande abraço aqui pra todos vocês, cumprimentar o nosso prefeito de Araçariguama. Eu tive aqui em 2006, na inauguração dessa fábrica, mas eu estive em 1978, na inauguração da Gerdau, de Pindamonhangaba. Eu era prefeito de Pindamonhangaba quando inaugurou. Era Villares. Indústria de Base Villares. A Vibasa foi inaugurada em 1978. Pessoal vai dizer: "Pô, Doutor Geraldo tá com mais de 100 anos, né?". Então eu quero explicar que eu fui prefeito com 24 anos, então, eu fui prefeito bastante jovem, então. Me lembro que, na campanha, o pessoal dizia: "mas é muito criança, muito moço". Eu dizia: "olha, a pouca idade é o mal que o tempo cura, né?". O problema é que cura muito depressa, né?
Mas é uma alegria tá com vocês. Indústria é agregação de valor, é emprego, é renda, é inovação. Setenta por cento da pesquisa da inovação é a indústria. Nós precisamos fortalecer a indústria que nós vamos fortalecer o Brasil, a economia brasileira e ajudar a nossa população.
Emprego e renda. Parabéns!