Discurso do presidente da República em evento do PPA Participativo
É que eu não sei se eu falo ou se eu fico olhando você fazer a tradução! Bem, vamos começar com a tradicional leitura da nossa nominata aqui. Primeiro, eu quero cumprimentar a minha querida companheira, mulher, namorada e parceira Janja; quero cumprimentar o companheiro Márcio Macedo, e cumprimentar Márcio pela tua dedicação, pela inspiração, toda vez que tem um ato com movimento social, o Márcio parece um “pintinho no “de tão contente, de tão alegre, e é essa alegria que motiva ele ajudar as coisas acontecer. Quero cumprimentar a companheira Simone Tebet, e dizer Simone que você é uma grata surpresa no governo e quando eu convidei você é porque eu não gosto de trabalhar só com iguais. Eu gosto que em todas as áreas tenha um pouco de debate, um pouco de divergência porque é no debate que a gente consegue construir aquilo que pode ser melhor para.
Eu sei que a economia é possivelmente a parte mais difícil de um governo, da prefeitura, do governo estadual, do governo municipal; da mesma forma que a economia é a parte mais difícil na nossa casa. Na nossa casa a gente fica pensando que é diferente, mas todo mundo que trabalha recebe salário no final do mês. E quando recebe salário no final do mês tem que sentar na mesa e saber o que que tem que pagar, o que que tem que comprar, e se vai atender ou não aquilo que os filhos e que a mulher deseja, ou a mulher saber o que o marido deseja; ou seja, o fato concreto é que a gente faz o orçamento da gente todo mês. E fazer o orçamento da União é a mesma coisa. Você tem um monte de arrecadação, às vezes um pouco mais um pouco menos, e você tem que decidir para que lado que você vai distribuir ele, e em que condições. Sempre sabendo que a gente tem que levar em conta, a correlação de forças que é o resultado das eleições. Nós gostaríamos de ter eleito do nosso grupo 380 deputados. Não elegemos, paciência!Precisamos pensar em trabalhar, para que em outra eleição eleger mais.
Nesse momento, nós temos que aprender aquilo que vocês aprendem na vida no movimento social: a negociar. E negociar não com os iguais, porque os iguais tem obrigação de fazer aquilo que a gente quer. Mas negociar com os contrários; aqueles que são contra. Tem gente que acha ruim negociação, mas quando o governo manda um projeto de lei ou uma medida provisória para o Congresso Nacional, o deputado não é obrigado, se ele não é do partido do governo, da base do governo, aceitar aquilo que o Presidente põe. Ele pode querer outra coisa. E é normal que ele queira outra coisa; e é normal que ele queira negociar; e é normal que se a gente quiser aprovar, a gente tem que negociar.
Todo mundo sabe disso aqui nesse movimento aqui sabe, porque quem tá no movimento já negociou algum prefeito por causa de invasão de terreno; com casa por causa da invasão de casa sabe; por terra por causa de invasão de terra; por fábrica por invasão de fábrica; todo mundo aqui já negociou. Então, vocês sabem que a vida democrática é um exercício que nós estamos nesse ato de hoje, estamos nesse ato de hoje, fazendo uma novidade nesse país. Isso aqui, é o começo de uma caminhada para ver se a gente vai conseguir fazer o verdadeiro orçamento participativo nesse país, com a participação de muita gente espalhado por todo o território nacional. E esse vai ser um começo exitoso. E vocês podem ficar certos que quando apresentar a proposta no Congresso Nacional, vai ter discurso de gente dizendo que a gente tá afrontando o Congresso Nacional; que a gente não quer respeitar o Congresso Nacional; e a gente vai ter que contar porque nós estamos fazendo isso aqui.
É importante, antes de eu seguir lendo a minha nominata, que vocês levem em conta o seguinte: é importante que a gente valorize muito a rede social, e o movimento social aprenda a criar rede social, para que a gente possa se comunicar com aqueles que nós estamos representando, sem precisar só da imprensa oficial. Hoje, essa é a vantagem da internet que tem um lado que causa muita mentira, muito dissabor, muito encrenca, sabe, às vezes, muito ódio, mas tem o outro lado que é a possibilidade da interação entre os seres humanos do bem e conversar coisas que interessam para gente. Então, é importante que vocês saibam que vocês serão instrumentos também de divulgação das coisas boas que a gente conseguir fazer no PPA, ou das coisas que a gente não conseguir fazer.
Mas é importante que vocês não fiquem esperando que o Márcio e a Simone façam. É importante vocês saberem que o que tá acontecendo hoje aqui, é que tá sendo dado ao povo brasileiro o direito de ser igual o direito de ser igual. O direito de dizer sim e dizer não. O direito de concordar e de não concordar; não apenas em pensamento mas em reuniões, em palestras, em discussões que vocês possam até mudar uma decisão que a Simone proponha, ou uma decisão que o Márcio proponha. É um jogo para valer! Agora, esse jogo para valer tem que ser levado a sério. As pessoas têm que participar, a pessoa tem que querer participar.
Por isso, eu quero ser muito honesto com vocês: se alguém não quiser participar, é melhor procurar o Márcio e falar, Márcio eu não vou aguentar; isso vai “encher o saco”, eu vou dar um lugar para outro. O que é importante é que vocês sejam os agentes da história desse país, os sujeitos da história são vocês, tá. Por isso, é que eu tô valorizando muito esse dia de hoje porque é um dia sui generis nesse Brasil, nunca antes na história do Brasil houve isso. Nunca antes na história do brasil houve isso. Quero agradecer ao companheiro Rui Costa, vocês sabem que a tarefa do ministro chefe da Casa Civil, é quase que um papel de Primeiro-ministro.
Ou seja, é fazer as coisas que eu não posso fazer ou fazer as coisas quando eu não tô aqui; ou fazer as coisas, sabe, que eu não sei fazer. Ele tem que saber fazer ou tem que aprender fazer para as coisas darem certo. Quero cumprimentar o companheiro do Transporte, George Santoro, que está substituindo aqui o nosso companheiro Renan; quero cumprimentar o nosso querido companheiro Camilo Santana; aqui tem uma coisa séria na educação - eu vou falar isso porque uma menina me entregou um papel ali revogar o ensino médio -; eu vou eu vou falar isso eu vou falar isso porque eu não gosto de coisa atravessada entre nós.
Nós tivemos uma comissão de transição que decidiu que a gente ia dar continuidade à política do ensino médio. Isso foi decidido na comissão de transição, que eu nem participo e nem participei. Depois começou um processo, sabe, uma discussão se a gente ia revogar ou se não ia revogar; e o que nós decidimos? Montar uma comissão com todas as entidades, para a gente discutir qual é a melhor saída para a gente aperfeiçoar o nosso ensino médio. É isso que nós vamos fazer, discutir com as entidades.
Não é apenas revogar sem ter nada para colocar no lugar. É muito sério o que aconteceu com o ensino médio nesse país, e portanto, temos que tratar com a maior seriedade e por isso, eu quero te dar os parabéns Camilo, pela postura de chamar as entidades, de conversar com as entidades e tocar o barco para frente. A companheira Margareth Menezes; a nossa cantora. Nós nunca tivemos uma cantora da envergadura da Margareth, ministra. Nunca tivemos. Eu espero que cada pessoa que ela receba no ministério, ela despache cantando. Aí, vai se transformar efetivamente, na melhor ministra da Cultura que esse país já teve. Quero cumprimentar o companheiro Luiz Marinho. O Marinho é desnecessário apresentar porque o Marinho, é meu companheiro desde os anos 78, quando a gente fazia as greves lá no ABC. Então Marinho, voltou a ser ministro do Trabalho, tem uma tarefa importante, de tentar criar uma outra relação entre capital e trabalho, a partir deste trabalho maluco, sabe, que as pessoas trabalham sem patrão.
Então, o Marinho tem que criar um novo mundo do trabalho discutindo com os sindicatos, discutindo com as centrais sindicais, discutindo com os trabalhadores, discutindo com os empresários, não é uma tarefa fácil. Eu tô indo para Espanha, inclusive convidei o Marinho para ir para Espanha porque lá tem uma vice-presidenta, que é ministra do Trabalho, que ela conseguiu criar uma relação de trabalho entre os aplicativos e os trabalhadores de aplicativos, e os seus empresários e trabalhadores, tendo acesso a informações dos algoritmos. É uma coisa nova que nós vamos ter que criar, viu companheiro Patá, companheiro Juruna, companheira da CUT; quebrar muito a cabeça para encontrar uma solução para isso.
A nossa companheira Esther, que é do ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos; eu não sei se todos vocês sabem, mas aconteceu uma coisa histórica e também nunca antes na história do Brasil tinha acontecido, a Esther conseguiu depois de tantos anos com setor público federal, sem ter acordo com nenhum governo, a Esther conseguiu fazer um acordo com 6 (seis) sindicatos que aceitaram por unanimidade, a proposta oferecida pela companheira Esther e pelos negociadores. Isso não tinha acontecido ainda, nem nos outros meus mandatos. Pois aconteceu agora, uma negociação extraordinária que eu não canso de parabenizar a Esther e o pessoal que trabalha com ela. O companheiro João Paulo Capobianco, deve estar aqui representando a companheira Marina Silva, que não pode vir nessa reunião.
O nosso companheiro Waldez, que é o companheiro da Integração; e também ele é responsável pela, pelo, por atender o país inteiro quando tem enchente, quando tem desbarrancamento quando tem, e tem tido um trabalho extraordinário, eu quero te parabenizar Waldez, pelo trabalho e pelo pronto atendimento que você tem feito por esse país a fora; e nem sempre é fácil, nem sempre é fácil. Quero cumprimentar o companheiro André de Paula. André de Paula vai ter a primeira tarefa que é o seguinte: vocês sabem que ele é o ministro da Pesca. Vocês sabem que eles tinham extinguido o ministério da Pesca. Eles sempre colocam o ministro da Pesca como uma secretaria especial no ministério da Agricultura. Se peixe nascesse em terra, tudo bem! Mas não nasce.
Então, ele nasce na água, então, nós temos que criar o ministério específico para a pesca. Um país que tem a quantidade de água doce que tem o Brasil; um país que tem a quarta marítima de 8.000 km, porque que não tem um ministério da Pesca? E ele tem uma tarefa. O Palácio da Alvorada tem um lago dentro; e esse lago precisou ser limpo a semana passada para tirar, tinha muita lama, porque tem muito tempo que não se limpa; tem muita lama precisou tirar, e limpou e ficou seco.
Ontem, passaram cal para matar o bicho que tinha lá ainda, e agora, precisa encher de peixe. Então, eu espero que o meu amigo André dê a contribuição. Faça uma coleta generosa com múltiplas, múltiplas, múltiplas, múltiplos tipos de peixe, para mim poder passar um sábado pescando um peixinho lá . Eu tinha eu tinha lá muitos pintados, muito Pacú, muito Dourado, muita Tilápia, muita Piraputanga, muito Tucunaré; acontece que eu fiquei 13 anos fora, e os peixes sumiram. Então, agora eu preciso “reincher” outra vez. A companheira Cida, ministra das Mulheres. Essa é uma coisa que eu queria pedir para os homens, sobretudo para as mulheres, ajudar. Nós precisamos configurar, sabe, de que o ministério da Mulher não é uma invenção do PT, uma invenção do Lula, uma invenção da esquerda.
O ministério da Mulher é uma necessidade de atender a maioria do povo brasileiro que está representada por mulheres. E vocês precisam fazer valer isso. Porque senão a gente não vai acabar com o assédio, com a violência; aliás, por falar em violência, uma coisa importante: os Emirados Árabes liberou o tal do Brennand; aquele que bate em mulher; e a Polícia Federal acho que tá indo buscá-lo essa semana, pra prendê-lo aqui no Brasil. Eu tive eu tive eu tive nos Emirados essa semana; se eu soubesse onde ele estava, tinha trazido no “murro” aqui. Mas eu achei que ele é mais forte que eu; é melhor a Polícia Federal cuidar disso.
A companheira Anielle é outra bela surpresa do nosso governo. Anielle, ministra da Igualdade Racial, nós temos apenas 3 (três) meses de mandato, mas eu acho que ao terminar o nosso governo, vocês vão ver que a qualidade, sabe, do aprendizado que nós tivemos ao longo desses anos, vai ser extraordinário para atividade da Anielle. Por isso, é um ministério que eu desejo muito, mais muito sucesso porque a luta contra o preconceito nesse país, porque o preconceito é uma doença; uma doença feia, uma doença maldosa, e ele está na massa encefálica das pessoas, sabe, ele está no olhar das pessoas. Então, Anielle você tem uma função excepcional para tentar ajudar a gente acabar com o preconceito nesse país. A companheira Rita, que tá representando aqui o Sílvio Almeida, que será outra surpresa extraordinária.
Acho que vocês conhecem o Silvio do mundo intelectual, do mundo do movimento negro, do mundo dos advogados, mas o Silvio Almeida é uma obra prima, que o movimento negro produziu para vir para o nosso governo tá. Eu tenho certeza que também ele vai fazer um trabalho extraordinário nos Direitos Humanos. E o nosso companheiro Vinícius de Carvalho, que é o ministro da Controladoria Geral da República. A Controladoria tem a função de evitar que haja qualquer malversação no governo, qualquer desvio de verba.
Quando a Controladoria tem gente em todos os ministérios do país. Portanto, todos os ministérios têm a conta verificada pelo companheiro da Controladoria. Se tiver algum desvio, ele é o primeiro a saber e ele sabe que a gente não pode permitir desvio. Por enquanto, ele tá com a função de denunciar os desvios feitos pelo Bolsonaro e pelos outros que trabalharam com Bolsonaro. Vamos ver onde ele vai chegar nessa tarefa. Bem, tem aqui na nossa mesa aqui um companheiro que é especial; que é o companheiro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União. O Tribunal tem tido um trabalho excepcional, muito. Eu, por exemplo Bruno, briguei muito com o Tribunal quando era Presidente, briguei muito com o Tribunal. Agora eu acho que o Tribunal, sabe, tá assumindo o papel na história administrativa desse país muito importante. Porque não é só multar, não é só condenar, é tentar evitar que as pessoas cometam erros, é tentar conduzir as pessoas se conversado antes, para fazer as coisas bem feita e não ter nenhum problema. Eu acho que o Tribunal de Contas tem no Dantas, uma espécie de pessoa altamente qualificada.
E eu sou muito agradecido pelo trabalho que o Bruno tem prestado em tão pouco tempo de governo, obrigado. Espero que o Tribunal de Contas continue crescendo na confiança do povo brasileiro. Bem, a companheira Ceres, o companheiro Luiz Antunes e o Kleber que são os conselheiros do Conselho de Participação Social, por meio de quem eu quero cumprimentar todos vocês, eu ia falar bem, sabe, do Renato Simão, mais o Márcio já falou; eu não vou aqui repetir elogios ao Simão, porque senão ele pensa que vai ser candidato a vereador nas próximas eleições. A companheira Creusamar de Pinho e Túlio Batista, que são representantes do Fórum Interconselhos, por meio de que cumprimento todos os companheiros e companheiras, agora que vai começar o discurso.
Agora se preparem! Bem, é que eu na verdade não queria fazer discurso, eu queria falar de improviso com vocês, mas é que eu ando numa idade em que eu estou muito emocional. Então, eu para evitar chorar por qualquer coisa falando bem de vocês, eu vou lendo o documento aqui, e depois vamos ver o que vai acontecer depois que eu ler o documento. Bem, encontrar todos vocês que representam o movimento de entidades da sociedade civil organizada para mim é sempre um motivo de muita alegria. E essa alegria ganha um tom especial no dia de hoje. Aqui estamos debatendo e principalmente construindo o Brasil que a maioria do nosso povo escolheu nas urnas de outubro do ano passado. Um Brasil capaz de crescer sem deixar ninguém para trás. De gerar emprego e renda em todas as regiões e de beneficiar gente de todas as classes e todas as raças, todas as orientações sexuais e todas as idades.
O Brasil que queremos e precisamos expressar no plano plurianual 2024 a 2027, é grande demais para caber nos palácios e gabinetes de Brasília. Por isso, a gente vai estender as entidades que vocês trabalham, a casa de vocês, ao telefone de vocês, a extensão dos ministérios para que a gente possa construir esse projeto bem feito. As políticas públicas necessárias para construir esse Brasil, são tão amplas e complexas que precisam ser pensadas em conjunto com quem está na luta diária do nosso povo. Com as pessoas que conhecem e representam os desafios locais, as diferentes realidades que existem em nosso país. Exatamente por isso, não podemos nos dar o luxo de esperar a sociedade vir até nós para apresentar suas propostas, pelo contrário, estamos indo aonde o povo está. E este Fórum Interconselhos é apenas a largada do amplo processo participativo que teremos até o mês de julho, em parceria com os governos estaduais, as prefeituras das capitais e os Conselhos Nacionais, vamos realizar encontros em cada Unidade da Federação.
Ao mesmo tempo, teremos mecanismos de consultas digitais para ampliar a participação das pessoas e dos movimentos que não puderam comparecer presencialmente às reuniões. Isso Márcio, não significa, que vocês deixem de participar da reunião por causa das reuniões digitais. Ou seja, é importante que vocês estejam presentes porque a minha experiência política é o seguinte: a gente pode fazer política para o jornal, por televisão, por telefone celular, mas a política que vale é aquela da gente tocar um no outro; aquela da gente olhar um no olho do outro; e é isso que dá interação entre nós. Como resultado desse amplo ciclo de participação, entregaremos ao Congresso Nacional em agosto, um projeto de plano plurianual que traz em seu espírito, um pouco daquilo que já voltamos a ser.
Esse é de novo um país que alimenta a sua democracia por meio do diálogo. Um país que tem capacidade de planejar e construir um amanhã melhor. Um país que, sobretudo, tem a força para se reconstruir de modo ainda mais justo e mais igualitário. Queridas companheiras e companheiros, errou feio quem nos últimos anos achou que seria possível governar decentemente sem ter que ouvir a sociedade civil. E que ao se desprezar os espaços de participação, as críticas se calariam, os erros se apagariam e as arbitrariedades sumiriam. A grande verdade é que, felizmente, contamos com uma sociedade civil extraordinária e que fez da adversidade a sua força, para estar mais próximo do povo brasileiro, justamente quando o governo anterior virou as costas para ela.
Um exemplo disso foi dado pelas entidades representativas do Conselho de Saúde, mesmo sem apoio do governo anterior. Durante a pandemia do COVID-19, elas conseguiram manter esse espaço como bastião de luta contra o negacionismo e atuaram decisivamente na mobilização, que uniu o Congresso Nacional e o poder Judiciário, para garantir que as vacinas chegassem ao país. É importante que se a gente pudesse, não se tem para a gente distribuir; era importante que a gente pudesse andar com o Zé Gotinha, para que a gente pudesse incentivar as pessoas a tomarem a vacina. Do mesmo modo, o Conselho Nacional de Direitos Humanos não se dobrou às arbitrariedades, denunciou as violações contra os direitos mais fundamentais, os ataques da democracia e o desmonte das políticas de proteção social.
Até mesmo, a extinção de um espaço de participação não foi suficiente para calar a sociedade. E o que aconteceu com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar, o Consea é um bom exemplo disso. As organizações que já haviam participado do Consea não se desmobilizaram após ele ser extinto; pelo contrário, retornar ainda mais fortes e atuantes. Essas entidades convocaram a Conferência Popular de Segurança Alimentar, também atuaram fortemente junto à sociedade durante a pandemia, firmando parcerias para levar comida à mesa das pessoas ou para manter cozinhas solidárias em funcionamento. Esses são apenas alguns exemplos da força e do papel extraordinário das entidades e movimentos da sociedade civil brasileira.
Atores que, felizmente, voltam a ter o papel que lhes cabe no dia a dia de um governo efetivamente democrático. Um dos meus primeiros atos como Presidente da República, foi revogar o decreto irracional que extinguiu uma série de conselhos e de espaços de participação nas políticas públicas. Desde então, já recriamos cinco Conselhos Nacionais, reformulamos outros sete e voltamos a dar a devida importância política aos demais conselhos que já estavam previstos em lei e conseguiram sobreviver nos últimos anos. Amigas e amigos, assim como estamos fazendo com PPA, queremos que as discussões sobre as mais diversas políticas públicas, sejam acompanhadas pelo maior número possível de pessoas em todo o Brasil, e vamos fazer isso com a retomada das conferências.
Vocês sabem, que durante os meus oito anos, nós fizemos 74 Conferências Nacionais, e nós vamos tentar recuperar as conferências; se não der para fazer 74 (setenta e quatro), nós vamos fazer o máximo possível, porque quando um governo não sabe de tudo, ele tem que ouvir quem sabe que é o conjunto da população brasileira. Você tá me vendo daí? É porque o nosso coração tá batendo no mesmo ritmo. Apenas para este ano já estão convocadas cinco Conferências Nacionais: saúde mental, direitos da criança e do adolescente, cultura, assistência social e direito das pessoas com deficiência. Trabalhamos ainda para também iniciar em 2023, as Conferências Internacionais da Juventude e da Segurança Alimentar e Nutricional. Na verdade, companheiros e companheiras, é que a verdadeira democracia requer que a todo tempo, o Estado se torne cada vez mais aberto e permeável às demandas da sociedade. Isso passa pela construção participativa do plano plurianual, pelo fortalecimento dos conselhos e a retomada das conferências.
E passa também, por mais um dos atos que assistimos hoje: a posse do Conselho Nacional de Participação Social. Ele agregará aquilo que o Márcio falou: 68 movimentos e entidades da sociedade civil. Esse novo Fórum é fruto da intensa experiência participativa que tivemos ainda no gabinete de transição, que também contou com o conselho de participação, integrado por 57 (cinquenta e sete) movimentos e entidades. Seus integrantes sugeriram não apenas que o próprio Governo Federal contasse com uma instância desse tipo. Mas, também, com um sistema de participação social interministerial. Em 31 de janeiro, tive a honra de assinar o decreto que criaram o conselho e o sistema propostos durante a transição. E sei que este é apenas o começo de um diálogo que se tornará cada vez maior de agora em diante.
Como governante, quero e preciso ouvir de vocês, da sociedade, as reais demandas e ansiedades do nosso povo. Quero e preciso ouvir de vocês as cobranças e as críticas que forem necessárias. Como brasileiro, quero e preciso ouvir de vocês a constante defesa de nosso direito mais importante, e está seguro de que cada cidadão e cada cidadã do nosso país, sempre, sempre poderão contar com gente como vocês, na defesa de uma sociedade mais justa e de uma vida mais digna. Queridas companheiras e queridos companheiros, eu queria terminar dizendo para vocês antes de falar muito obrigado, dizer para vocês que nós temos agora mil e trezentos e poucos dias, nós já comemos quase 120 (cento e vinte) dias do nosso governo. E eu posso dizer para vocês, que eu não esperava que a gente tivesse condições de fazer tão rapidamente as coisas que nós já fizemos, e também não esperava que o país tivesse tão quebrado como nós encontramos o país. É indescritível, que tudo que nós criamos em praticamente 13 (treze) anos de governo, eles destruíram em 4 (quatro) anos. É impressionante.
Isso prova um ditado popular: é muito mais fácil destruir do que construir. A gente para fazer um prédio leva meses ou anos; para destruir um pouco de dinamite derruba em um minuto aquele prédio, foi o que eles fizeram. Eles conseguiram destruir achando que nós não voltaríamos mais:” Olha nós aqui outra vez”! E a razão, a razão da nossa volta eu queria que vocês soubessem… a razão da nossa volta não tem outra, a não ser a gente provar quer esse país pode voltar a crescer economicamente. Que esse país pode voltar a distribuir renda e riqueza outra vez. Que esse país pode voltar a melhorar a educação outra vez. Que as pessoas do Brasil vão poder sorrir outra vez, andar de cabeça erguida e ser um povo que tem esperança e acredita naquilo que ele tá ajudando a decidir.
Eu quero dizer para vocês, aquilo que disse durante a campanha: eu tenho 77 anos; não parece mas tenho 77 anos, vocês podem parecer que eu tenho 30, mas eu vou dizer para vocês eu tenho 77; a energia de 30 e a vontade de fazer as coisas, sabe, de um moleque de 10 anos de idade. Eu tenho certeza absoluta. Quando eu vejo na última reunião ministerial, eu disse: “olha, ministro não existe para dizer que tá difícil”! Ministro não existe para detectar dificuldade.
A gente não vai no médico para pegar apenas o resultado, para saber se a gente tá doente e o diagnóstico. A gente vai no médico atrás de cura. Pois bem, nós ganhamos as eleições não foi para reclamar e ficar xingando o Bolsonaro. Nós ganhamos as eleições para dar ao povo brasileiro a dignidade que ele já viu, já viveu, sabe que é possível, e que eles conseguiram tirar. Esse é o meu compromisso. Eu quando chegar no dia 31 de dezembro de 2026, eu quero estar numa reunião como essa com vocês, para dizer: “fizemos aquilo que prometemos e muito mais, cumprimos aquilo que nos propusemos”. E meu propósito é esse. É recuperar esse país imenso para 210 milhões de brasileiros e por isso que nesse coração aqui, não tem mais ressentimento, não tem mais mágoa; eu só quero dizer para vocês cada pessoa que participou do golpe de 2008 vai ser julgada, vai ter direito a presunção de inocência, que eu não tive, mas nós não deixaremos de julgar cada um golpista, porque nesse país não existe espaço para nazista, para fascista e para quem não gosta de democracia. Um abraço gente! E parabéns a vocês! Que Deus nos dê força para que a gente consiga fazer aquilo que nos propusemos a fazer. Um beijo no coração das mulheres e dos homens.