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Encontro de Gestão 2023 reforça o compromisso da PGFN com o bem-estar da sociedade
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional realizou nesta segunda-feira (11/12) a abertura das atividades do Encontro de Gestão da PGFN 2023. Neste ano, o tema do evento foi “Alcançando a PGFN do Futuro: Respeito, Empatia e Engajamento — Os pilares da convivência e da excelência institucional”. A titular da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Anelize Lenzi de Almeida, destacou o espírito solidário e o profissionalismo das equipes que aqui trabalham, em esforços conjuntos que levaram a PGFN a ser muito mais que um órgão estritamente jurídico e que hoje é uma Instituição com ação efetiva na construção e execução das políticas públicas. Na abertura do evento foi apresentado vídeo que reforçou os pontos prioritários da PGFN: trabalho, compromisso e atuação com foco no bem-estar da sociedade.
“A nossa procuradoria é um órgão jurídico por excelência, mas conseguimos nos reinventar ao longo dos anos. Somos uma instituição que tem muita responsabilidade pelo que faz, que impacta a vida das pessoas”, disse Anelize Lenzi, ao lembrar da concentração de esforços da PGFN, no início do ano, na construção de solução ágil para levar cestas básicas a indígenas Yanomamis, em Roraima, que enfrentavam intensa crise sanitária e humanitária. Ele apontou que 2023 foi bastante desafiador, mas com bons resultados para a PGFN. “Desenvolvemos projetos grandiosos, com impactos na reconstrução de políticas públicas importantes, que são prioridades do governo do presidente Lula”, afirmou Anelize.
Um dos grandes resultados do ano, apontou a PGFN, é a cifra de R$ 50 bilhões em dívida ativa recuperada. Destacou também o avanço do sistema de transação tributária, que atualmente precisam atender critérios de sustentabilidade para serem efetivadas. Outra conquista citada foi a adoção da “linguagem simples” na rede de atendimento da Procuradoria, facilitando o dia a dia do cidadão e aproxima a PGFN da sociedade. O lançamento do Portal da Cidadania Tributária, a recuperação de valores devidos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), os projetos de liderança feminina e de mentoria feminina foram outras importantes conquistas de 2023, destacou a procuradora. Para 2024, Anelize adiantou que a PGFN aprofundará esforços no projeto de equidade racial e na revisão do planejamento estratégico da instituição, entre outros pontos.
A diretora de Gestão Corporativa da PGFN, Adriana Gomes de Paula Rocha, reforçou que a excelência e comprometimento dos quadros são os fatores básicos que permitem o aprimoramento constante do órgão, lembrando da responsabilidade da Procuradoria como instituição que impacta a sociedade. “Nossa atuação responsável e respeitada auxilia na criação e consolidação de um ambiente econômico mais próspero, respeitando os contribuintes e fomentando o crescimento do país”, disse. Adriana ressaltou que a partir de 2023, a instituição conectou seus trabalhos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, contribuindo para que o Brasil possa atingir a agenda 2030 de desenvolvimento sustentável. A diretora destacou também projetos regionais, como a atuação do grupo de saúde mental da Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 3ª Região. “Respeito, empatia e engajamento devem ser sempre os pilares de nossa convivência e de nossa excelência”, completou Adriana.
Pertencimento
A diretora-executiva da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Natália Teles da Mota, exaltou que o evento tenha como pilares o tripé “respeito, empatia e engajamento”, trazendo para o debate das questões de gestão não apenas ferramentas focadas em resultados, mas com a preocupação de preservar e valorizar a essência das pessoas. “Vejo um esforço verdadeiro e que essa proposta está sendo muito autêntica”, afirmou Natália.
“Quero destacar inicialmente a significativa abertura dos diálogos institucionais entre a Unasp e a PGFN, pois esta parceria tem sido fundamental na construção de pontes entre as instituições. Hoje foi a primeira vez que nos deram voz em um encontro de gestão da PGFL. Isso precisava acontecer”, afirmou a presidenta da União Nacional dos Servidores da Procuradoria-geral da Fazenda Nacional e Advocacia-Geral da União (Unasp), Dayse Cristina de Souza. Ela reforçou que a valorização da Unasp reforça o caráter de pertencimento dos servidores representados pela instituição à PGFN. “É importante estarmos conectados, unidos e organizados, com os mesmos propósitos, sobre os alicerces construídos com base nos pilares do diálogo, da cooperação e da parceria. A escuta respeitosa e o diálogo estão se tornando aos poucos uma prática recorrente na casa”, reforçou Dayse Cristina.
O presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), Sérgio Montardo, exaltou a realização do Encontro de Gestão da PGFN 2023, por promover amplo engajamento dos atores que fazem parte do universo da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. “Não existe democracia se houver exclusão, se tivermos castas, se não houver o reconhecimento de que todos são importantes”, afirmou, apontando que este é o primeiro momento em que há uma integração efetiva, no âmbito do Encontro de Gestão, entre servidores e procuradores. “Que essa seja uma concepção consolidada”, declarou.
Resultados e perspectivas
O secretário-executivo do Conselho Curador do FGTS, Márcio Leão Coelho, exaltou os esforços da PGFN na recuperação de recursos do Fundo de Garantia, lembrando que se trata de dinheiro dos trabalhadores. “A PGFN tem cumprido as metas acordadas com o Conselho, tanto em prazos quanto aos índices de recuperação”, afirmou. Até setembro deste ano, a Procuradoria recuperou R$ 484,7 milhões de FGTS (15% a mais que o resultado dos nove primeiros meses do ano passado).
“Este foi um ano excepcional para a PGFN e isso nos dá muito orgulho”, disse a presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Iolanda Guindani. Ela destacou que o Encontro de Gestão ganha especial relevância, fortalecendo a coesão na discussão dos rumos da Procuradoria no próximo ano. “Gostamos destes momentos de engajamento, de encontrar colegas do outro lado do Brasil. Isso nos faz bem, aumenta o nosso sentimento de pertencimento”, apontou Iolanda.
Pluralidade
Logo após a abertura, o evento contou com painel que discutiu o tema “Pluralidade e Diversidade como geração de valor público e institucional”, com mediação da procuradora da Fazenda Nacional Alcina Alves, da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 2ª Região (PRFN2).
A fundadora do Instituto Glória, Cristina Castro, falou sobre a atuação de sua organização: uma plataforma de transformação social que utiliza a tecnologia e a gestão de pessoas baseada em dados, além de habilidades de gestão, para combater a violência de gênero. Cristina mostrou como a tecnologia pode ser utilizada para agregar valor nas pautas de gênero e diversidade. “Gloria” é um sistema de Inteligência Artificial (IA) criado em 2019 para combater a violência contra mulheres e meninas ao redor do mundo. Esse mecanismo já está presente em 194 países. Somente no Brasil, o sistema já contabilizou impacto em mais de quatro milhões de pessoas. Ela destacou que a tecnologia é essencial para promover o combate à violência, mas precisa contar com a acurácia do olhar humano em sua programação. “Sem informação, sem educação, sem caminhada olhando para o processo de construção conjunta, não adianta a tecnologia”, advertiu.
Os desafios enfrentados pelas mulheres negras na condução de suas carreiras profissionais foi o tema abordado pela assessora especial de Diversidade e Inclusão da Advocacia-Geral da União (AGU), Cláudia Trindade. “O que move, não só a mim, mas todos nós e principalmente as mulheres que estão nas lideranças da nossa PGFN, é a resiliência e o inconformismo. A maior dificuldade é manter a esperança, o inconformismo”, resumiu Cláudia, que é procuradora da Fazenda Nacional.
A consultora Jurídica do Ministério da Igualdade Racial, Lorena Narciso, falou sobre iniciativas capazes de fomentar a diversidade e a pluralidade no âmbito da PGFN. “Acredito que as decisões têm sido tomadas por pessoas brancas, em sua maioria por homens brancos. Falta legitimidade e representatividade e a perspectiva de nós, pessoas negras. Isso deve ser visto”, afirmou. Lorena apontou que essa questão deve ser preocupação prévia na elaboração de concursos públicos e na ocupação de cargos de gestão.
A fundadora e CEO do Instituto Alumna, Larissa Ushizima, lembrou que as mulheres representam 60% do quadro de servidores federais na ativa, mas ocupam somente 20% dos cargos de liderança. Ela explicou que a Alumna oferece mentoria a um perfil de diversidade feminino: primeira geração da mulher na universidade, mulheres pretas e pardas e mulheres de baixa renda. “Para essas mulheres, acessar o mercado de trabalho é uma corrida de obstáculos. Há questões estruturais muito importantes que precisam ser observadas”, alertou. Citou, ainda, a rotina de desafios relativos ao enfrentamento a preconceitos e ao racismo, além da exposição a micro agressões, enfrentado por perfil de mulheres.
Treinamento
O neurocientista e neuroengenheiro Daniel Hosken concluiu as atividades do dia promovendo um treinamento focado no “Eixo Empatia e Engajamento — Treinamento”. Ele relatou os desafios para tornar efetiva a aplicação da empatia, do respeito e do engajamento, diante de hábitos e padrões de comportamentos já consolidados. “Muitas vezes é um desafio encontrar e respeitar essas diferenças e nos encontrar e nos envolver nessas diferenças como ser humano”, citou, lembrando que muitas vezes vigoram padrões e hábitos postos em prática de forma semiautomática. “Cada um tem o seu modelo de mundo. Cada ser humano é um ser único”, apontou, lembrando que isso resulta em uma imensa pluralidade, com imenso potencial de inovação e de criatividade.
Hosken abordou questões do comportamento humano, como a capacidade de adaptabilidade diante das mudanças. Também falou sobre a importância da forma com que cada pessoa trata a sua relação com o tempo e de elementos que aprimoraram a qualidade das decisões tomadas no dia a dia. “Não controlamos todas as decisões, porque várias coisas fogem do nosso controle”, alertou. Mesmo assim, defendeu a importância de haver constante questionamento dos padrões pré-estabelecidos. “Aquela forma que sempre funcionou continua funcionando ou será que eu posso melhorar?”, propôs, como reflexão, defendendo que todos os processos de aprimoramento precisam ser realizados sobre o pilar da consciência. “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino”, concluiu, remetendo a conceitos do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung, ainda nos anos 1930.
Programação
O Encontro de Gestão da PGFN 2023 contou com programação até quarta-feira (13/12), com diversas atividades nos eixos de engajamento, empatia e respeito. Oficinas, palestras e rodas de conversa ocorreram em Brasília. O evento está sendo promovido pela PGFN, PGNF Plural, Enap e FGTS.