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Copom considera possibilidade de elevar juros se for mantida ameaça de inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera a possibilidade de elevar a taxa básica de juros, a Selic, caso se confirmem os riscos de aumento da inflação. O comitê reiterou que a "atuação cautelosa e tempestiva" tem sido fundamental para cumprimento das metas.
Segundo a ata da reunião realizada no último dia 23 e divulgada hoje (31), mesmo que a inflação esteja em linha com a meta de 4,5% ao ano, as perspectivas “estão cercadas por maior incerteza, e aumentou o risco de materialização de um cenário inflacionário menos benigno”. Nessa reunião, o comitê manteve a Selic em 11,25% ao ano.
"Mesmo considerando que, no momento, a manutenção da taxa básica de juros é a decisão mais adequada, o Comitê reitera que está pronto para adotar uma postura diferente, por meio do ajuste dos instrumentos de política monetária, caso venha a se consolidar um cenário de divergência entre a inflação projetada e a trajetória de metas", diz a ata.
Segundo o Copom, “se elevou a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham apresentar riscos para a trajetória de inflação doméstica”. Na avaliação do comitê, o aumento da procura por bens e serviços e a possibilidade de restrições de oferta de alguns produtos podem provocar a transferência da alta dos preços no atacado para o consumidor.
“O comitê entende que as perspectivas para esse repasse, bem como para a generalização de pressões inicialmente localizadas sobre preços ao consumidor, dependem de forma crítica das expectativas para a inflação, que continuam sendo monitoradas com atenção particular”.
No caso das turbulências no mercado internacional, o comitê avalia que a economia brasileira ainda não foi afetada. "A atividade econômica no Brasil não parece, até o momento, ter sido afetada de foram relevante pela persistente deterioração da confiança nos mercados financeiros globais, e, ainda que não isolada dos desenvolvimentos econômicos externos, a economia brasileira tende a continuar sua trajetória de crescimento, que vem sendo sustentado essencialmente pela demanda doméstica".
O comitê também avaliou que o preço do petróleo permanece em "patamares historicamente elevados" e os preços de outras commodities (produtos agrícolas e semi-industrializados), especialmente os grãos, mostraram elevação.
Sobre o conjunto dos chamados preços administrados (gasolina, gás de cozinha, energia elétrica, remédios etc), o colegiado diminuiu a perspectiva de aumento para o ano: de 4,5% constante no relatório de inflação de dezembro, passou para 4,2%. Esse conjunto de preços, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, representou 30,48% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro. Esse índice mede a inflação oficial do país e serve de parâmetro para as metas de inflação fixadas pelo governo.
Na ata, o comitê informou que não há projeção de reajustes nos preços da gasolina e do gás de bujão, para o acumulado de 2008. As projeções do colegiado para reajustes das tarifas de eletricidade e telefonia fixa neste ano ficaram em 3,4% e 3,5%, respectivamente.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL - 31/01/2008