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Alta da produção foi geral em 2007
O bom desempenho da indústria brasileira no ano passado espalhou-se por todas as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que não ocorria desde 2004. Locais com destaque na produção de bens de capital e automóveis, como São Paulo e Minas Gerais, lideraram o crescimento. A indústria paulista cresceu 6,2%, o melhor resultado em três anos. Responsável por 40% da produção nacional, São Paulo representou o principal impacto positivo para a expansão de 6% do setor (segundo divulgou o IBGE na semana passada), em nível nacional. André Macedo, economista do instituto, disse que o Estado exemplifica a importância de bens de capital e automóveis para o desempenho industrial do ano passado.
Os setores de veículos automotores (6,7%) e máquinas e equipamentos (16,2%) contribuíram com as principais influências de alta para a indústria paulista. Houve recuo na região em dezembro ante novembro (-0,5%) mas, segundo Macedo, a queda "não significa de forma alguma uma reversão na trajetória de crescimento", mas é apenas uma acomodação após expansões significativas. Nas demais bases de comparação, os resultados da indústria de São Paulo permaneceram positivos: 8,2% em dezembro ante dezembro de 2006; 1,6% no quarto trimestre ante o trimestre imediatamente anterior e 9,4% no quarto trimestre ante igual período de 2007.
Minas - A hegemonia paulista como contribuição de alta para a indústria do País prosseguiu em 2007, mas Minas Gerais, com 10% da produção nacional, apresentou a maior expansão (9%, a maior variação anual desde 2000) entre as regiões. Segundo Macedo, dos 13 setores pesquisados em Minas, apenas dois recuaram: fumo, com 0,6% e alimentos, 0,5%. Ele disse que o Estado foi beneficiado porque reúne, na estrutura industrial, todos os segmentos que impulsionaram a indústria nacional no ano passado, como automóveis, minério de ferro e máquinas e equipamentos. Em termos setoriais, os destaques de crescimento da produção mineira em 2007 foram veículos automotores (21,7%), indústria extrativa (12,1%), máquinas e equipamentos (22,8%), produtos de metal (20,5%) e celulose e papel (22,1%).
Macedo destacou também o desempenho da indústria da Região Sul, onde a recuperação do setor agrícola elevou o desempenho no ano passado, em relação a 2006. Ele observou que a reação da agricultura "dá dinamismo a vários setores" na região. O Rio Grande do Sul, que havia recuado 2% na produção em 2006, reverteu para uma expansão de 7,5% em 2007. No Paraná, o resultado passou de uma queda de 1,6% em 2006 para um aumento de 6,7%, enquanto Santa Catarina, que havia crescido apenas 0,2% em 2006, teve expansão de 5,4% em 2007. A região com menor crescimento da produção no ano passado, de apenas 0,3%, foi o Ceará. Segundo Macedo, o principal impacto negativo no Estado foi dado pelo segmento de refino de petróleo e produção de álcool (-32%). Segundo ele, a indústria cearense não produziu gasolina em 2007, com impacto na produção industrial local.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO - 12/02/2008