Manifestações Culturais Negras
Afoxé
Foto: Filhos de Gandhy (SalvadorBA)
O Afoxé é uma expressão artístico-religiosa, geralmente conduzido por um Babalorixá ou Ialorixá, e funcionam no interior dos terreiros de Candomblé. A ligação dos grupos com a tradição africana também se traduz nas cores que levam às ruas, fazendo referência aos Orixás.
Fonte: Catálogo de Agremiações Carnavalescas de Recife e Região Metropolitana, 2009.
Bloco Afro
Foto: Bloco Afro – Foto Carla Ornelas (Governo da Bahia)
Os Blocos Afro possuem forte viés político, levantando a bandeira da luta contra o racismo e pela afirmação da identidade negra. Parte dessas agremiações ampliam suas atividades para além do Carnaval, promovem ações educativas e de formação profissional. A percussão é a base musical dessa manifestação.
Bumba-meu-boi
Foto: Geraldo Furtado (Secretaria de Estado da Igualdade Racial MA)
A auto do Bumba-meu-boi é apresentado como a morte e a ressurreição de um boi especial. Pai Francisco, o escravo de confiança do patrão, mata e arranca a língua do boi para satisfazer os desejos de grávida de sua esposa, Mãe Catirina. Após ser perseguido, preso e castigado, Pai Francisco se vê forçado a ressuscitar o animal. Todos, então, cantam e dançam em comemoração. O boi é uma das principais referências da cultura negra maranhense, presente em vários estados brasileiros. Leia mais!
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – MinC
Cacuriá
Foto: Paulinha Viana – São Luís/MA
A dança acontece após a derrubada do mastro que marca o fim da Festa do Divino, no estado do Maranhão. É o momento em que caixeiras e festeiros se unem para dançar. Com mais de duas décadas de existência tem seu arranjo musical marcado por caixas, flautas, clarinetes, violões e banjos, flautas, clarinetes, violões e banjos.
Capoeira
Foto: Acervo (FCP – MinC)
A Capoeira é uma manifestação cultural presente hoje em todo o território brasileiro e em mais de 150 países, com variações regionais e locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”. Os principais aspectos da capoeira, como prática cultural desenvolvida no Brasil, são o saber transmitido pelos mestres, como reconhecidos por seus pares, e a roda, onde a capoeira reúne todos os seus elementos e se realiza de modo pleno.
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – MinC
Carreiros
Foto: Rogério Corrêa (www.carrosdeboi.com.br)
No período colonial os carros-de-boi eram guiados com cargas agrícolas e de minérios, ou como transportes de pessoas. Com a abolição da escravatura as procissões de trabalho deixaram de ser vistas como obrigações e passaram a compor as festas religiosas. Nelas representam reverência aos ancestrais, além de agradecimentos pelas colheitas e pelas graças alcançadas. Na atualidade, acontecem em diversos pontos do país, sendo a mais famosa a Romaria de Carreiros de Trindade, no estado de Goiás, onde é dedicada ao Divino Pai Eterno.
Carimbó
Foto: Everaldo Nascimento (Agência Pará Governo do Pará)
O Carimbó é um encontro do pé batido indígena com a dança de origem africana, preservado pela oralidade dos mestres populares. O nome Carimbó deriva do instrumento de percussão indígena curimbó, que na língua tupi quer dizer pau oco. Em setembro de 2014, foi aprovado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural para se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Fonte: Revista Raiz e site Amazônia Real
Ciranda
Foto: Ministério da Cultura
Surgida nas regiões litorâneas do Nordeste brasileiro, e tendo como referência Pernambuco, nasceu de mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando que esses retornassem do mar. É uma dança comunitária que se constitui de um círculo que aumenta na medida em que as pessoas chegam para a coreografia. De mãos dadas, a cada giro os integrantes imitam o vai e vem das marés. O mestre cirandeiro é o integrante mais importante da roda, cabendo a ele “tirar as cantigas”, improvisar versos e tocar o ganzá enquanto preside a brincadeira coordenando a percussão.
Congada
Foto: Fábio da Cultura
O Congado, também chamado de Congo ou Congada mescla cultos católicos com africanos num movimento sincrético. É uma dança que representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco. O ponto alto da festa é a coroação do rei do Congo.
Fonte: Portal Geledés
Escola de Samba
Foto: AF Rodrigues (RioturPrefeitura da Cidade do Rio de Janeiro)
Manifestação cultural popular, o samba acontece em quase todos os estados brasileiros desde os tempos coloniais. Um misto de festa e espetáculo, o desfile de uma Escola de Samba é um verdadeiro ritual de canto, visual, música e dança. O enredo transforma-se numa linguagem plástica traduzido nas fantasias, adereços e alegorias. A presença do casal de Mestre-sala e Porta-bandeira no desfile é um dos elementos mais representativos.
Fonte: Catálogo de Agremiações Carnavalescas de Recife e Região Metropolitana,2009.
Folia de Reis
Foto: JC Curtis
Comum nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, a festa religiosa celebra os Três Reis Magos em visita ao menino Jesus. Os foliões que participam do cortejo, organizados em grupo, visitam as casas no período entre o Natal e o dia seis de janeiro. Além dos músicos, o grupo também se compõe de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas, caracterizadas segundo as lendas e tradições de cada localidade. Todos se organizam sob a liderança do Mestre da Folia e seguem em reverência aos passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais repletos de beleza e riqueza cultural.
Frevo
Foto: Antônio Tenório (Prefeitura do RecifePE)
O Frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética. O gênero musical urbano surge no final do século 19, no Carnaval, em um momento de transição e efervescência social como forma de expressão das classes populares nos espaços públicos e nas relações sociais. Sua dança origina-se na capoeira.
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – MinC
Jongo
Foto: Acervo – (FCPMinC)
O Jongo é uma forma de expressão negra brasileira praticada no meio urbano e em comunidades rurais do Sudeste brasileiro. Acontece nas festas de santos católicos e divindades afro-brasileiras. É uma forma de reverência aos antepassados e afirmação das identidades negras.
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – MinC
Maculelê
Foto: Acervo Ascom (FCP – MinC)
Foi inspirado em uma arte marcial armada de escravizados malês. Conta a lenda de um jovem guerreiro que sozinho defendeu sua tribo de um grupo rival usando apenas dois pedaços de pau. Na dança, com dois bastões, os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Outros grupos pelo país utilizam facões no lugar dos bastões, o que proporciona um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe.
Marabaixo
Foto: Jorge Junior (Secretaria de Estado de Comunicação do Amapá)
De origem africana, a festividade é realizada pelas comunidades negras do estado do Amapá. Trata-se de uma homenagem ao Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade que tem início na Páscoa e segue até o Domingo do Senhor. O festejo que representa a história e a cultura afro-amapaense, é caracterizado por missas, novenas e ladainhas.É marcado pelas batidas de tambores e “caixas de marabaixo”, além de danças de roda. O nome da festa se deve ao fato de que os negros foram trazidos mar abaixo, da África para ao Brasil.
Maracatu de Baque Virado
Foto: Nando Magalhães (RR AL FCP – MinC)
Os grupos de Maracatu de Baque Virado tiveram origem nas coroações de rainhas e reis negros denominados Reis do Congo. Na atualidade integram os festejos carnavalescos com um cortejo real negro ricamente trajado com sedas, veludos, bordados e pedrarias, em referência à corte europeia. A música é composta por batuques da tradição africana fundamentados no Candomblé.
Maracatu de Baque Solto
Foto: Costa Neto (Secretaria de Cultura de Pernambuco)
Também conhecido como Maracatu Rural é uma referência da cultura pernambucana, no qual figuram os caboclos de lança. A maioria de seus integrantes é de trabalhadores rurais, que também produzem as próprias fantasias, guiadas, relhos e chapéus. Diferencia-se dos outros maracatus por seu estilo de vestimentas e pela musicalidade própria. Enquanto no maracatu de Baque Virado os tambores marcam a harmonia, os instrumentos de sopro dão a essência do Maracatu de Baque Solto, conhecido ainda como Maracatu de Orquestra.
Marujada
Foto : Chegança Fragata Brasileira (SaubaraBA)
Também conhecida como Barquinha, Nau Catarineta e Chegança, a Marujada marca os festejos dos santos padroeiros locais com desfiles do porto até a igreja, entoados pela bandinha, cujos componentes estão devidamente fardados de marujos.
Fonte: Bahia.com.br
Matriz do Samba
Foto: Centro Cultural Cartola/RJ
No começo do século 20 se consolidaram, no Rio de Janeiro, três formas de samba: o partido alto, o samba-enredo e o samba de terreiro. Matrizes referenciais do gênero, guardam relação direta com os padrões sociais de onde surgem. Nele, existe a autoria individual, porém a performance é coletiva. O improviso é outro aspecto importante e se mantém enraizado na prática amadora ou comunitária dessas formas de expressão. As matrizes do Samba no RJ foram tombadas como Patrimônio Imaterial em 2007.
Negro fugido
Foto: Acervo Ascom/FCP – MinC
Mantido há mais de um século pelos pescadores da região do Recôncavo Baiano, o Nego Fugido é um teatro popular de rua que mistura também elementos da dança, música e declamação. Conta uma versão peculiar da história do Brasil que compreende a abolição da escravatura a partir de um processo de revolta, luta e resistência do povo negro. A narrativa entrelaça o legado coletivo do Recôncavo, à prática da pesca artesanal e às práticas religiosas e culturais afro-brasileiras locais, cuja memória do passado escravizado se articula no enfrentamento dos atuais problemas enfrentados pelas comunidades.
Reisado de Congo
Foto: Felipe Abud (Secretaria de Estado de Cultura de Amapá)
Festa popular da região do Cariri, no estado do Ceará, tem como característica o teatro urbano e as danças de cortejo, legados marcantes das festas religiosas de matriz africana. A manifestação carrega também traços do catolicismo, recordando o trajeto dos Três Reis Magos para visitar o menino Jesus. É realizada na rua sob a forma de procissão, onde reúne cantadores e dançadores acompanhados por uma orquestra e apresenta dramatizações. Se compõe de várias partes e tem como personagens, os Três Reis Magos, o rei e a rainha de congo, o mestre, o contramestre, figuras e moleques.
Samba de Coco
Foto: Fabiana Costa (Secretaria de Estado de Cultura de Sergipe)
A apresentação está ligada à constituição das comunidades negras em Pernambuco e Alagoas, com forte influência indígena. Os quilombolas cantam enquanto praticam o ritual da quebra do coco para a retirada da “coconha” (amêndoa), essencial no preparo de alguns alimentos. No Samba, o tirador do coco, também chamado de coqueiro ou conquista, é quem puxa os versos que podem ser tradicionais ou improvisados, que são sempre respondidos pelo coro de participantes. A tradição possui inúmeras variantes: coco de umbigada, coco-de-embolada, coco-de-praia, coco de roda, entre outras.
Samba de Roda
Foto: Manu Dias (Secretaria de Cultura do Estado da Bahia)
Considerado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Imaterial brasileiro, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano é uma das mais importantes expressões musical, coreográfica, poética e festiva do país. Reúne as tradições culturais que incluem o culto aos orixás e caboclos, o jogo da capoeira e a chamada comida de azeite. Variante musical mais tradicional do samba, surgiu, provavelmente, no século XIX e é considerada por historiadores como uma das fontes do samba carioca, também tombado como Patrimônio Cultural do Brasil.
Tambor de Crioula
Foto: Acervo Ascom – (FCP- MinC)
O Tambor de Crioula é uma forma de expressão negra brasileira que envolve dança circular de mulheres e ocorre na maioria dos municípios do Maranhão. Os tocadores e cantadores, também denominados coreiros, são conduzidos pelo ritmo incessante dos tambores e a força das toadas evocadas, culminando na punga (ou umbigada).
Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – MinC
Teatro Experimental do Negro (TEN)
Foto: José Medeiros
O Teatro Experimental do Negro (TEN) surgiu em 1944, no Rio de Janeiro, como um projeto idealizado por Abdias Nascimento (1914-2011), com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e arte, bem como com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, com uma estética própria, não uma mera recriação do que se produzia em outros países. Leia Mais!