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Publicado em 24/11/2013 09h00 Atualizado em 24/12/2025 11h28

Em campo pelo futebol e contra o racismo!

Publicado em 04/06/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h05

A poucos dias do começo da Copa do Mundo da Rússia, a Fundação Cultural Palmares (FCP) entra no clima da competição e publica textos dedicados a uma das paixões nacionais: o futebol. Ninguém melhor que o Atleta do Século e maior jogador deste esporte de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para iniciar a série. A abertura do torneio acontece no dia 14 de junho, quinta-feira, às 12h, diretamente de Moscou, com o jogo Rússia X Arábia Saudita. O Brasil faz sua estreia no Mundial no dia 17, domingo, às 15h, em uma partida contra a Suíça, na cidade de Rostov.

O Rei do Futebol nasceu na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, e, desde criança, manifestou a vontade de ser jogador de futebol. Começou a carreira profissional muito cedo. Com 16 anos, já estava na Seleção Brasileira. Foi campeão mundial nas Copas de 1958, 1962 e 1970.

Junto com a carreira na Seleção, Pelé fez parte do time do Santos. Jogou no Peixe por quase 20 anos, deixando o time em 1974. Sua despedida deveria ter sido em uma partida contra a Ponte Preta, porém, no ano seguinte, acabou voltando aos gramados com uma proposta milionária do time nova-iorquino Cosmos. Abandonou definitivamente a carreira no dia 1º de outubro de 1977, em jogo entre o Santos e o Cosmos, em que atuou um tempo em cada time.

Com as chuteiras penduradas, Pelé tornou-se um empresário bem sucedido, sendo um dos pioneiros na veiculação do marketing à imagem pessoal no futebol. Também enveredou pela carreira de cantor e de ator. Atuou no filme Fuga para a Vitória ao lado de Sylvester Stallone, Michael Caine e Max Von Sydow.

No dia 15 de maio de 1981, o jornal francês L`equipe concedeu a Pelé o título de Atleta do Século numa pesquisa feita junto aos vinte mais importantes jornais do mundo. Ele obteve 178 votos contra 169 do segundo colocado, o corredor norte-americano Jesse Owens, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1936, em Berlim.

Contra o racismo nos campos

Vários jogadores negros se destacam no futebol no mundo inteiro, mas esse caminho pode ser doloroso, pois o racismo sempre esteve em campo. Nem mesmo Pelé escapou da descriminação. Assim que chegou ao Santos, Edson Arantes do Nascimento passou a ser chamado de “Gasolina” pelos outros jogadores do time. O apelido se referia à cor da substância que dá origem a esse combustível, o petróleo, negro como a sua pele. Ao longo da carreira, continuava a ser chamado por outras palavras como “crioulo’ e comparado à figura folclórica do Saci Pererê. São os termos que mais aparecem nos jornais dos anos 60 em referência a ele. Porém, Edson nunca se deixou abater. “O que eu ouvia me chateava tanto que eu ia lá e arrebentava o time adversário”, relatava Pelé.

Casos de discriminação racial fazem parte da história do futebol desde que o esporte chegou ao Brasil. No início, o esporte adotado pela elite excluiu os negros. No Brasil, em alguns clubes eles foram proibidos de jogar até a década de 1950, como no caso do Grêmio. O Vasco da Gama foi o primeiro clube a aceitar oficialmente esportistas negros.

O preconceito presente nos estádios no Brasil e no exterior reflete o existente nas sociedades. Mais do que nunca, estes episódios vergonhosos precisam acabar. O esporte existe para unir as pessoas e as nações e não para separá-los pela cor da pele ou por qualquer outro motivo.

Sempre em campo contra o racismo, a Fundação Palmares deseja uma Copa do Mundo pacífica e cheia de emoções. E que a Seleção Brasileira possa trazer para casa a taça do tão sonhado hexacampeonato. Sucesso ao técnico Tite, à sua equipe e aos nossos jogadores!

Futebol africano marca presença na Copa da Rússia

Publicado em 05/06/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h18

A poucos dias do começo da Copa do Mundo da Rússia, a Fundação Cultural Palmares (FCP) entra no clima da competição e publica textos dedicados a uma das paixões nacionais: o futebol. Nada melhor que o futebol africano para retratar um pouco da historia desse mundial que acontece nas próximas semanas.

A abertura do torneio será no dia 14 de junho, quinta-feira, às 12h, diretamente de Moscou, com o jogo Rússia X Arábia Saudita. O Brasil faz sua estreia no Mundial no dia 17, domingo, às 15h, em uma partida contra a Suíça, na cidade de Rostov.

Ao todo, 32 seleções vão disputar a taça da FIFA entre os dias 14 de junho á 15 julho. Neste ano, se classificaram 14 países da Europa, cinco da América do Sul, cinco da Ásia, cinco da África e três da América Central e do Norte. Esta classificação acontece pelo processo de eliminatórias da Copa, no qual as seleções nacionais disputam uma série de partidas. O método é utilizado para poder escolher 32 times entre os cerca de 200 países.

A participação do continente africano em campeonatos mundiais teve inicio na segunda edição do torneio, em 1934, na Itália, com o Egito, que foi o maior vencedor entre todas as seleções africanas. Depois desta edição, as Copas deixaram de receber seleções da África por algum tempo, pois elas não demonstravam  interesse em participar. Em 1970, no México, essa ausência acabou com a entrada no torneio do Marrocos.

Já em 2010, a Copa Mundial foi realizada na África do Sul, um fato histórico para o país e para o Continente Negro. Foi o primeiro país africano a sediar esse impactante evento esportivo. Os sul-africanos tiveram a oportunidade de mostrar para o mundo que conseguiram superar o duro período da segregação racial do regime racista do Apartheid vivenciado por sua população.

Em 2018, Nigéria, Tunísia, Egito, Senegal e Marrocos representam a África na Copa da Rússia. Deixa a bola rolar.

Texto: Wallison Braga.

“Obina é melhor que Eto’o”

Publicado em 06/06/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h21

No clima da Copa do Mundo da Rússia, a Fundação Cultural Palmares (FCP) destaca histórias interessantes e curiosas do mundo da bola. O jogador baiano Felipe Almeida, mais conhecido como Obina, não chegou a vestir a camisa da Seleção Brasileira. Mesmo assim, virou ídolo no Flamengo e se tornou uma figura folclórica no futebol nacional.

Obina nasceu no município de Vera Cruz, no dia 31 de janeiro de 1983. Cresceu jogando peladas em Baiacu, distrito de sua cidade, até que um olheiro do Vitória o viu e o levou para um teste no time, em Salvador. Reserva, teve algumas oportunidades de jogar quando o técnico do clube era Joel Santana, em 2002.

Para ganhar experiência, foi emprestado para o CRB e o Fluminense de Feira de Santana. Com o Feira, se destacou na Copa do Brasil de 2003, marcando o gol de empate contra o Fluminense do Rio. Voltou ao Vitória no ano seguinte, vendo seu trabalho repercutir como grande goleador, ainda mais em um time no qual havia veteranos da Seleção como Vampeta e Edilson. Foi vendido para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, no entanto, logo regressou ao Brasil, contratado pelo Flamengo.

De início, Obina não foi muito bem recebido pela torcida do rubro-negro carioca, porém, ao fazer o gol da vitória contra o Paraná e evitar que o Fla caísse no Brasileirão, ganhou respeito. A empatia era tamanha que o público entoava o canto “Obina é melhor que Eto’o”, em uma referência ao atacante camaronês Samuel Eto’o, do Barcelona.

Em 2006, sua atuação exerceu papel fundamental na conquista da Copa do Brasil pelo Mengo. Sempre balançando as redes das traves, o baiano jogou no Flamengo até 2009, sendo emprestado ao Palmeiras. Voltou à Gávea no dia 5 de janeiro de 2010 e 15 dias depois disputou a última partida pelo Flamengo, contra o Volta Redonda, no Campeonato Carioca.

Em seguida, Obina passou pelo Shandong Luneng, da China, e pelo América Mineiro, com empréstimos ao Palmeiras e Bahia. Depois, foi para o Matsumoto Yamaga, da segunda divisão do campeonato japonês, pelo qual encerrou a carreira, em 2017.

Mestres da capoeira ensinam sua arte em Ribeirão Preto (SP)

Publicado em 17/05/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h29

A cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, recebe na sexta-feira (18) e no sábado (19), das 8h às 22h, a primeira etapa do projeto História, Tradição e Ginga – no Caminho da Salvaguarda – Formação com Grandes Mestres de Capoeira. O evento acontece na Casa de Cultura e é realizado pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em parceria com a prefeitura municipal.

Durante o encontro, haverá palestras e rodas de capoeira. Os professores atuam no Brasil e no exterior. São eles Bigo, Brasiçia, Cobra mansa, Janja e Boca Rica.

Entre os capoeiristas que participam do evento o mais velho é o baiano Mestre Boca Rica, que tem 82 anos. Fez parte da academia do lendário Mestre Pastinha, em Salvador, e recebeu o apelido de Boca Rica por usar dentes de outro na parte superior da boca. Com vários discos gravados, em que canta e toca berimbau, já rodou o mundo divulgando a arte da capoeira.

Saiba mais sobre o projeto no e-mail grandesmestresdecapoeira@gmail.com.

Mestre Pastinha deu à capoeira status de arte

Publicado em 05/04/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h31

Nesta quinta-feira (5), comemoram-se os 129 anos do nascimento de Vicente Ferreira Pastinha, conhecido como Mestre Pastinha, um dos nomes mais importantes da história da capoeira. Nascido em Salvador, ele dizia ter se tornado capoeirista não em escola, mas pelo aprendizado com um velho africano que o via constantemente apanhar de um outro menino na rua.

Pastinha se destacou como professor de capoeira, com uma doutrina que equilibrava o físico e o mental, dando ao jogo status de arte. Seus conceitos influenciaram capoeiristas no Brasil inteiro. O baiano foi o maior divulgador da Capoeira Angola, uma das modalidades do esporte que alia o espírito lúdico à busca pela ancestralidade, com movimentos mais lentos.

Em 1941, fundou a segunda escola dedicada à expressão legalizada pelo governo da Bahia: o Centro Esportivo de Capoeira Angola (Ceca), no Largo do Pelourinho. Mestre Pastinha morreu no dia 13 de novembro de 1981. Naquele momento, já era considerado uma lenda da capoeira.

Maior rivalidade do boxe brasileiro vira documentário

Publicado em 28/02/2018 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h33

Não tem nem para Rocky Balboa, personagem fictício encarnado pelo ator americano Sylvester Stallone no cinema, nem para Mike Tyson. Quem contagia o ringue são o baiano Reginaldo da Silva de Andrade, mais conhecido como Reginaldo Holyfield, e o pernambucano Luciano Horácio Torres, o Luciano Todo Duro. Na década de 90, eles protagonizaram a maior rivalidade do boxe brasileiro e, já cinquentões, voltam a se enfrentar. A história está registrada no documentário A Luta do Século, dirigido por Sérgio Machado, de Cidade Baixa.

A Luta do Século estreia em 15 de março. Trata-se de uma produção da Lata Filmes, Mar Filmes, Mar Grande Produções, Muiraquitã Filmes e Ondina Filmes, com co-produção do Canal Brasil e distribuição da Vitrine Filmes.

A película resgata momentos tensos da trajetória dos dois pugilistas. Alguns deles culminaram em pancadaria fora dos ringues, inclusive em um programa de televisão. Já nos tempos recentes, em situação de pobreza e longe dos holofotes, Holyfield e Todo Duro resolvem acertar as contas pela última vez. A preparação para o próximo conflito e a própria batalha para superar as dificuldades da vida ganham registro sensível sob direção de Sérgio Machado.

Único piloto negro na história da F1, Hamilton conquista tetracampeonato

Publicado em 30/10/2017 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h36

Único piloto negro a competir oficialmente na Fórmula 1, categoria mais importante do automobilismo mundial, o inglês Lewis Hamilton sagrou-se tetracampeão no domingo, 29 de outubro, no Grande Prêmio do México. Lewis compete pela equipe Mercedes.

Hamilton já é considerado lenda da F1 e supera com a marca do tetra grandes corredores como o escocês Jackie Stewart, o brasileiro Ayrton Senna, seu ídolo, e Nelson Piquet. Além disso, se iguala ao francês Alain Prost e ao alemão Sebastian Vettel, ficando atrás apenas do argentino Juan Manuel Fangio (pentacampeão) e do alemão Michael Schumacher (heptacampeão).

Nascido em Stevenage, em 1985, Lewis Hamilton triunfa em um território dominado por pilotos brancos desde o surgimento da modalidade, em 1950. Simbolicamente, conquistou seu título de estreia em 2008, mesmo ano em que foi eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama.

Pelé, o Rei do Futebol, completa 77 anos

Publicado em 23/10/2017 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h38

Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, é considerado o Atleta do Século XX e o Rei do Futebol, dada a sua genialidade nos campos. Nesta segunda-feira, 23 de outubro, ele completa 77 anos.

Pelé nasceu na cidade mineira de Três Corações, no ano de 1940, filho de Celeste e de João Ramos do Nascimento. Desde criança, manifestou a vontade de ser jogador de futebol. Começou a carreira profissional muito cedo e com 16 anos já estava na Seleção Brasileira. Foi campeão mundial nas Copas de 1958, 1962 (quando uma contusão o tirou do torneio) e em 1970. No Santos, time do coração, deixou sua marca por quase duas décadas.

Pelé se aposentou como jogador em 1977 e, em seguida, trabalhou nos Estados Unidos como treinador do New York Cosmos. Fora dos campos, é um empresário bem sucedido. Também seguiu a carreira artística. No cinema, atuou ao lado de Renato Aragão e companhia em Os Trapalhões e o Rei do Futebol e em Fuga Para Vitória, com nomes como Sylvester Stallone, Michael Caine e Max Von Sydow. Pelé ainda enveredou pela música gravando com artistas como Gilberto Gil e Rappin’ Hood.

Dia do Capoeirista celebra uma das maiores expressões culturais brasileiras

Publicado em 04/08/2017 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h41

Uma das manifestações mais fortes da cultura popular é lembrada nesta quinta-feira, dia 3 de agosto, quando se comemora o Dia do Capoeirista. Embora a data ainda não seja nacionalizada, há projetos de lei no Congresso Nacional propondo este reconhecimento. Alguns municípios instituíram a data, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre.

A capoeira tem suas origens no século 17, quando ocorreram os primeiros movimentos de fuga e rebeldia dos negros escravizados. No século 19, estão os primeiros dados e registros confiáveis e com descrições detalhadas sobre a prática. Existia até a hipótese de que a capoeira havia surgido na África, porém hoje acredita-se que tenha nascido mesmo no Brasil.

Estudiosos crêem que a origem da palavra capoeira venha do tupi-guarani caá-puêra, que significa “mato que já foi”. Já na linguagem caipira, o termo viria de capuêra, que significa mato que nasceu no lugar de outro derrubado ou queimado. Este tipo de terreno seria a arena das primeiras rodas de capoeira.

Afinal, o que é a capoeira? É uma dança? É uma luta? É jogo? Ou é tudo isso? Sua prática representa a junção de diferentes manifestações como a dança, a música, a dramatização, a brincadeira, o jogo e a espiritualidade. Esta característica torna a expressão complexa, apaixonante, surpreendente e rica.

Além de dança, a capoeira também era utilizada para defesa física. Ela tem uma história acidentada, pontilhada de episódios vexatórios e truculentos. Perseguida desde o começo, ganhou fama de má prática, “coisa de malandros e vadios”. A perseguição e proibição da prática durou até a década de 1930, quando Mestre Bimba e seus discípulos atuaram para que fosse aceita. A partir daí, teve início uma fase efetiva de sistematização do ensino da capoeira e de seu reconhecimento social.

Mais de oito décadas depois, a capoeira venceu preconceitos e conquista adeptos em todas as classes sociais. Por iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), a capoeira foi reconhecida, em julho de 2008, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Em novembro de 2014, a Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A capoeira ganhou o mundo e passou a ter destaque, importância e reconhecimento na agenda política, social e cultural no Brasil e em mais de 150 países. Assim, os ensinamentos deste patrimônio cultural e imaterial afro-brasileiro podem ser transmitidos de geração a geração.

Adhemar Ferreira da Silva

Publicado em 13/01/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h05

Atleta olímpico brasileiro, Adhemar Ferreira da Silva descobriu o salto triplo aos 18 anos. Sob o comando de Dietrich Gerner, tornou-se bicampeão olímpico em Helsinque 1952 e Melbourne 1956. Foi tricampeão pan-americano e dez vezes campeão brasileiro. Adhemar igualou e superou o recorde mundial, o que estabeleceu novos padrões para o esporte. Fora das pistas, atuou em "Orfeu Negro" e como adido cultural. Sua história reflete superação, talento e pioneirismo no atletismo e na cultura nacional.


Cultura, Artes, História e Esportes

A maior medalhista paralímpica do Brasil

Publicado em 29/02/2016 09h00 Atualizado em 05/06/2023 15h13

Se participar de uma edição dos Jogos Paralímpicos já é difícil, imagine ser convocada para uma aos 14 anos de idade, apenas um ano após iniciar sua carreira como velocista. Mais ainda, conquistar duas medalhas de prata em sua primeira participação nos Jogos.

Bem, esses foram alguns dos feitos de Ádria Santos, mineira de Nanuque, nascida em 11 de agosto de 1974. Ádria nasceu com apenas 10% da visão, em decorrência da associação entre duas doenças que provocaram a degeneração de sua retina (retinose pigmentar e astigmatismo congênito), ficando completamente cega a partir de 1994.

Ádria Santos começou a treinar aos 13 anos, em 1987, na cidade de Belo Horizonte, no Instituto São Rafael, especializado em pessoas com deficiência visual. No ano seguinte, participou das Paralimpíadas de Seul (Coreia do Sul), alcançando o segundo lugar no pódio nas provas dos 100m e 400m rasos.

Em 1989, tornou-se mãe. Porém, a maternidade precoce não foi empecilho para que ela abandonasse sua brilhante carreira. A chegada de Bárbara, ao contrário, parece ter funcionado como impulso para novas conquistas.

Nos anos seguintes, Ádria Santos acumulou vitórias e recordes, especializando-se nas provas de 100, 200 e 400 metros rasos. Nas Paralimpíadas de Barcelona (1992), conseguiu a primeira medalha de ouro, nos 100m. Contudo, foi nos Jogos de Sidney (2000) que ela sagrou-se como a melhor para-atleta velocista do mundo, conquistando 2 ouros (100m e 200m) e uma prata (400m).

O ano de 2003 foi também de grandes conquistas para Ádria, que subiu no lugar mais alto do pódio em três ocasiões. Duas delas se deram no Mundial do International Blind Sports Federetion (IBSA), realizado em Quebec (Canadá), mais uma vez nos 100 e 200 metros. Nesse campeonato, a para-atleta ainda obteve a medalha de bronze nos 400m.

A terceira medalha de ouro daquele ano foi ganha no Mundial de Atletismo da Internactional Association of Atlhetics Federations (IAAF), ocorrido em Paris (França). Na ocasião, ela conseguiu pela segunda vez em um mundial ser a única, entre atletas brasileiros sem e com deficiência, a subir na parte mais alta do pódio. Ádria Santos ficou com a primeira colocação na prova dos 200m para cegos e deficientes visuais com o tempo de 25:22s, batendo assim o recorde da competição que foi conquistado por ela própria na edição anterior.

As Paralimpíadas de Atenas (2004) e de Pequim (2008) serviram para ratificar o posto de Ádria no panteão olímpico brasileiro. Com mais 4 medalhas, ela se tornou a maior medalhista paralímpica do Brasil, somando 13, no total.

Uma lesão no menisco, contudo, acabou a afastando de sua sétima participação em paralimpíadas. Não obstante, para não restar sem o brilho dessa grande atleta, a organização dos Jogos de Londres (2012) a escalou para o revezamento da tocha na cidade-sede.

Ádria participou de campeonatos ao lado de vários companheiros, os chamados guias, como Gerson Knittel e Jorge Luís, o Chocolate. O último deles foi Luiz Rafael Krub, com quem Ádria Santos está casada.

Em 2014, aos 40 anos, após a 10ª edição dos Jogos Nacionais do SESI, que ocorreram na cidade de Belém (PA), Ádria anunciou sua aposentadoria, encerrando uma carreira gloriosa. Foram mais de 70 medalhas em competições internacionais, incluindo paralimpíadas, jogos Parapan-americanos e mundiais.

Mesmo no auge da carreira, a fonte de renda de Ádria Santos, assim como a da maior parte dos nossos para-atletas, era oriunda do Bolsa Atleta (programa do Governo Federal de incentivo direto ao atleta), sem acréscimo de nenhum outro patrocinador, talvez por isso sonhe em presenciar o momento em que sociedade reconheça o trabalho desempenhado pelos atletas paralímpicos.


Outros títulos internacionais

Prata nos 100m, 200m e 400m, nas Paralimpíadas de Atlanta, em 1996;
Ouro nos 100m, 200m e 400m, no Parapan-americano da Cidade do México, em 1999;
Ouro nos 100m, no Parapan-americano de Mar del Plata, em 2003;
Ouro nos 100m e Prata nos 200m e nos 400m, nas Paraolimpíadas de Atenas, em 2004;
Prata nos 200m, na Copa do Mundo Paralímpica, na Inglaterra, em 2005;
Ouro nos 200m, no Mundial da IAAF de Helsinque (Finlândia), em 2005;
Ouro nos 100m e 200m, no Aberto Europeu de Atletismo Paraolímpico, na Finlândia, em 2005;
Prata nos 200m e 800m, no Parapan-americano do Rio de Janeiro, em 2007;
Bronze nos 100m, nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008.

Assista aqui a homenagem feita pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) à Ádria Santos.

Fonte:
http://goo.gl/ckCt0b
https://goo.gl/T2Otkf
http://goo.gl/7QjvXM
http://goo.gl/nTWUWw
http://goo.gl/TwG1uy

Édson Bispo dos Santos

Publicado em 30/03/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h45

Édson Bispo dos Santos brilhou como atleta e técnico, tornando-se um dos maiores nomes do basquete brasileiro. Com quase dois metros de altura e precisão nos arremessos, conquistou o título mundial de 1959 e duas medalhas olímpicas de bronze, em 1960 e 1964. Jogou pelos principais clubes do país e integrou a seleção ao lado de lendas como Wlamir Marques e Amaury Pasos. Após encerrar a carreira, assumiu o comando da equipe nacional, conquistando a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1971. Na maturidade, dedicou-se a projetos com crianças. Morreu em 2011, deixando um legado exemplar no esporte.

Cultura, Artes, História e Esportes

Guilherme Paraense

Publicado em 22/03/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 11h59

Guilherme Paraense nasceu em Belém do Pará, em 1884, e destacou-se como o primeiro campeão olímpico brasileiro. Militar de carreira, desenvolveu sua precisão no tiro enquanto treinava no Exército. Em 1920, integrou a primeira delegação do Brasil nas Olimpíadas de Antuérpia, superando inúmeras adversidades, como a perda de armas e munições. Venceu a prova de pistola rápida e garantiu a primeira medalha de ouro do país. Também conquistou um bronze por equipes ao lado de outros atletas. Após anos de glórias no esporte, afastou-se das competições e alcançou o posto de Tenente-Coronel. Morreu em 1968, aos 83 anos, e seu nome permanece como símbolo do pioneirismo

Cultura, Artes, História e Esportes

Joaquim Cruz, o único brasileiro campeão olímpico nas pistas de atletismo

Publicado em 11/03/2016 09h00 Atualizado em 05/06/2023 16h23

Depois das conquistas de Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo, durante as Olimpíadas de 1952 e 1956, o Brasil sofreu um jejum de quase 30 anos sem medalha de ouro no atletismo. Entretanto, em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles (EUA), Joaquim Cruz realizou um feito histórico. Na final dos 800 metros, não apenas conseguiu o primeiro lugar, como também quebrou o recorde olímpico, concluindo a prova em 1min e 43 segundos. O mundo era apresentado a um grande atleta, apesar da juventude (o meio-fundista tinha apenas 21 anos), e o Brasil assistia ao vivo , pela primeira vez, um brasileiro vencer uma prova e subir no topo do pódio olímpico.

Tudo isso foi protagonizado por um jovem nascido em Taguatinga, cidade satélite da também jovem capital brasileira, em 12 de março de 1963. Começou treinando basquete dada sua altura. Porém, foi logo deslocado para o atletismo, por sugestão do técnico Luiz Alberto de Oliveira, que o acompanharia por toda carreira.

Aos 15 anos de idade, após poucos anos de treinos, os resultados começaram a aparecer. Joaquim venceu as provas dos 400 e 800m tanto no Campeonato Brasileiro de Atletismo de Menores quanto no Sul-americano (Uruguai), também de menores. No ano de 1979, conquistou o ouro nos 1500m do Mundial de Menores.

O ano de 1980 representou um marco em sua carreira. A sequência de bons resultados lhe deu visibilidade e ele recebeu a oferta de uma bolsa de estudos para a universidade do Oregon, na cidade de Eugene (EUA).

Morando nos Estados Unidos, acompanhado de seu técnico, e tendo melhores condições de preparação, o atleta brasileiro arrebatou, ainda aos 17 anos, os títulos dos 800 e 1500m nos Jogos Pan-americanos Juvenis, do Canadá, e os dos 400 e 800m dos Jogos Estudantis Mundiais, de Turim (Itália). No ano seguinte, Joaquim mantém o alto rendimento e quebra o recorde mundial juvenil dos 800m, fazendo 1m44s3, durante o Troféu Brasil de Atletismo.

Em 1983, conquista a medalha de bronze na primeira edição do Campeonato Mundial de Atletismo, realizada em Helsinque (Finlândia). Nesse mesmo ano consegue assegurar uma vaga para as Olimpíadas de 1984, nas provas dos 800 e 1500m.

O meio-fundista chegou a Los Angeles ainda pouco conhecido e teve que enfrentar o recordista mundial de então, o inglês Sebastian Coe, e seu compatriota e vencedor dos últimos jogos, Steve Ovett. Ao longo da competição, das preliminares às finais, Joaquim Cruz foi sempre melhorando suas marcas (1:45.66, 1:44.84 e 1:43.82), o que lhe deu suporte para chegar na última prova com chances de medalha. No dia 06 de agosto de 1984, Joaquim Cruz alcançou o 1º lugar dos 800m com expressiva superioridade frente aos adversários e com direito a novo recorde olímpico.

Um resfriado o tirou das semifinais dos 1500m, mas seu nome já estava escrito na história do atletismo mundial e brasileiro.

O período entre as olimpíadas havia sido de glórias, como a segunda melhor marca dos 800m (1:41.77), mas também de problemas físicos. Quatro anos depois, na Olimpíada de Seul (Coreia do Sul), Joaquim Cruz chegou facilmente à final dos 800m e tinha grandes chances de igualar o feito de Adhemar Ferreira da Silva ao conseguir a sua segunda medalha de ouro consecutiva, não fosse o queniano Edwin Koech ter surpreendido nos últimos 50 metros da final olímpica. Joaquim Cruz ficou com a prata, com o tempo de 1:43.90.

Os anos seguintes foram marcados pelas lesões, que o tiraram de competições entre os anos de 1989 e 1991. Um machucado no tendão de Aquiles lhe tirou das Olimpíadas de 1992, Barcelona (Espanha). Seu último grande título foi, em 1995, no Pan-Americano de Mar del Plata (Argentina), quando ganhou o ouro dos 1500m. Chegou a disputar as Olimpíadas de 1996, em Atlanta (EUA), ocasião em que foi porta-bandeiras da delegação brasileira, mas não passou da fase de Eliminatórias.

Joaquim Cruz encerrou sua carreira em 1997 e passou a se dedicar a projetos sociais. Em 2003, criou o Instituto Joaquim Cruz, sediado em Brasília, para ajudar crianças e jovens carentes por meio de ações esportivas, educacionais e culturais.

Sua carreira e suas vitórias foram homenageadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, em 2007, quando Joaquim foi designado para acender a pira olímpica dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro.

Atualmente vive com a família, em San Diego, Califórnia (EUA), e trabalha na orientação de atletas militares e olímpicos dos Estados Unidos.

Ainda hoje, Joaquim Cruz é o único brasileiro campeão olímpico nas pistas de atletismo. Seus feitos lhe renderam, no ano passado, a publicação do livro biográfico Matador de Dragões , de Rafael de Marco.

Fontes:
ht tp://www.ijcdf.org/
https://goo.gl/JSnpN4
http://goo.gl/6no2VF
http://goo.gl/SOkyGw
http://goo.gl/yhFt0L

José Telles da Conceição

Publicado em 29/03/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 12h16

José Telles da Conceição nasceu em 1931, no Méier, Rio de Janeiro, e conquistou a primeira medalha olímpica do atletismo brasileiro ao saltar 1,98m em Helsinque, 1952. Filho de baianos humildes, sonhava ser engenheiro, mas encontrou no esporte seu caminho. Começou no Vasco e brilhou no Flamengo, onde ganhou o apelido de “homem-equipe”. Competia com excelência em várias modalidades, incluindo 100m, 200m, salto em altura e pentatlo. Em 1954, ultrapassou os 2 metros no salto, mantendo o recorde nacional por quase duas décadas. Morreu tragicamente em 1974, aos 43 anos, assassinado no Rio de Janeiro.

Cultura, Artes, História e Esportes

Melânia Luz dos Santos

Publicado em 05/04/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 13h00

Melânia Luz nasceu em São Paulo em 1928 e tornou-se a primeira mulher negra brasileira a competir em uma Olimpíada, nos Jogos de Londres, em 1948. Velocista de destaque, integrou o revezamento 4x100m ao lado de outras pioneiras, em uma época marcada pelo racismo e pela desigualdade de gênero. Superou adversidades e cravou seu nome na história com coragem e talento. Representou o São Paulo Futebol Clube, conquistando títulos expressivos no atletismo nacional e sul-americano. Permaneceu ativa em competições até os 70 anos, estabelecendo recordes como veterana. Sua trajetória permanece pouco lembrada, apesar de sua grandeza.

Cultura, Artes, História e Esportes

Vanderlei Cordeiro de Lima – a representação viva do espírito olímpico

Publicado em 23/03/2016 09h00 Atualizado em 06/06/2023 09h07
Dentre os desportistas brasileiros que ganharam projeção internacional, na virada do século XX para o século XXI, um dos principais nomes foi o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima.


Nascido em Cruzeiro do Oeste, interior do estado do Paraná, em 4 de julho de 1969, numa família de lavradores, formada por sete irmãos, Vanderlei cresceu na cidade de Tapira-PR. Assim como todos de casa, aprendeu desde cedo a lidar com a terra e, ainda criança, passou a trabalhar como boia-fria nas plantações de cana-de-açúcar e café da região.

Foi em meio ao verde-prata das folhas da cana que o menino Bodega, como era conhecido, à revelia da dureza do trabalho, encontrava espaço e tempo para brincar. O gosto pela corrida emergiu em Vanderlei já nesse período.

Correr era sua diversão predileta. Em vez de correr atrás da bola, como os outros meninos, Bodega preferia correr por correr. A frequência com que realizava essa prática esportiva, embora o fizesse mais pelo prazer do que pelo atletismo, chamou a atenção do professor de educação física de sua escola, Arnei César Moreira, que o convidou para participar dos jogos interescolares da cidade. Sua participação garantiu a vitória à Escola Estadual Castelo Branco e, a partir disso, Vanderlei passou a dedicar-se aos treinos.

Começou a participar de campeonatos regionais e ganhou destaque ao conquistar o 4º lugar no Troféu Maringá , aos 16 anos. Passou a representar o município de Maringá em competições regionais. Como suas marcas e conquistas continuaram, em 1988, foi convidado para integrar a equipe Eletropaulo, treinando com o técnico Humberto Garcia de Oliveira e competindo para provas de pista em São Paulo. Permaneceu aí até 1990, quando mudou para a equipe da União Esportiva Funilense, sediada em Campinas-SP.

Seu treinador, Asdrúbal, faleceu em 1992. A partir desse momento começou a treinar com Ricardo D’Angelo, com quem seguiu por toda sua carreira.

Foi ainda em 1992 que o nome Vanderlei Cordeiro de Lima foi apresentado a seus compatriotas, quando o atleta chegou em 4º lugar na Corrida de São Silvestre .

Todavia, seu foco permanecia sendo as corridas de cross-country , modalidade a qual se dedicava desde 1989 e por meio da qual iniciara sua carreira internacional. Em 1994, no entanto, foi contratado como coelho (atleta que corre na frente dos competidores que detêm reais condições de vitória, impondo o ritmo inicial da prova) para a Maratona de Reims (França). Como se sentia bem quando atingiu a marca dos 21 km, momento em que se esperava que abandonasse a corrida, continuou até o fim e acabou vencendo-a com o tempo de 2:11.06. Pode-se dizer, portanto, que Vanderlei Cordeiro de Lima foi escolhido pela maratona e não o contrário.

Apesar de ter conquistado, no ano seguinte, o Campeonato Sul-americano de Cross-Country , disputado em Cali (Colômbia), passou a se dedicar plenamente às provas de 42km. Isso o levou ao título da Maratona de Tóquio (1996), com a marca de 2:08:38, estabelecendo novo recorde sul-americano e se classificando para as Olimpíadas de Atlanta , no mesmo ano. Nessa edição dos Jogos Olímpicos, um problema com seus tênis de corrida comprometeu sua performance.

Em 1998, entretanto, Vanderlei volta a obter bons resultados, chegando em 2º lugar em Tóquio (2:08.31, quebrando seu próprio recorde sul-americano) e em 5º lugar na Maratona de Nova York , em 2:10.42.

Em 1999, o maratonista brasileiro conquistou o 1º lugar na maratona dos Jogos Pan-americanos de Winnipeg (Canadá) e voltou a alcançar marca olímpica ao subir no terceiro lugar do pódio na Maratona de Fukuoka (Japão).

Contudo, mais uma vez, Vanderlei não atinge um resultado condizente com as conquistas alcançadas no período pré-olímpico. Devido a uma inflamação no pé e a uma contusão mal curada, chegou apenas em 75º lugar nas Olimpíadas de Sidney (Austrália, 2000), após parar para caminhar em três momento durante a prova.

Os maus resultados olímpicos do atleta, não tiram o brilho de sua carreira. Durante o novo ciclo olímpico de quatro anos, Vanderlei teve duas grandes conquistas: a vitória na Maratona Internacional de São Paulo , em 2002, cravando o tempo de 2:11:19 (melhor marca para uma prova de maratona disputada em território nacional até hoje), e o bicampeonato pan-americano, conquistado nos Jogos de Santo Domingo (República Dominicana), em 2003.

Jogos Olímpicos de Atenas

Após iniciar o ano de 2004 vencendo a Maratona de Hamburgo (Alemanha), podia-se dizer que Vanderlei Cordeiro de Lima chegava às Olimpíadas de Atenas no auge de sua forma física e entre os favoritos para conquistar a maratona, embora tivesse pela frente adversário como o supercampeão Paul Tergat (Quênia), o campeão europeu Stefano Baldini (Itália) e o medalhista de prata nas Olimpíadas de Sidney Erick Wainaina (Quênia).

O percurso foi o mesmo da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna: iniciava na cidade de Maratona e terminava no estádio Panathianaiko, em Atenas. Embora com uma concorrência alto nível, antes mesmo da metade do trajeto Vanderlei descolou-se do pelotão e correu sozinho, liderando a disputa por mais de uma hora e abrindo cada vez mais vantagem sobre os demais corredores.

Quando se encontrava a pouco mais de sete quilômetros da chegada no imponente estádio ateniense, com cerca de 25 a 30s de diferença – algo em torno de 150 m – sobre os demais corredores e a medalha de ouro parecia eventualmente ganha, Vanderlei foi atacado no meio da rua por um espectador, o ex-padre irlandês Cornelius Horan, que o jogou fora da pista. Ajudado por um espectador grego, Polyvios Kossivas, a se desvencilhar do agressor, voltou à prova ainda na liderança, mantendo a metade da vantagem que tinha.

Porém, o susto e o estresse emocional ao qual foi submetido tinham nitidamente atingido o rendimento do atleta brasileiro e era difícil acreditar que ele conseguiria chegar entre os 10 primeiros. Movido por um elevado espírito esportivo, no entanto, Vanderlei resignou-se, recuperou-se e entrou no estádio olímpico sob a aclamação de uma plateia emocionada. De braços abertos, com um largo sorriso no rosto e os olhos mareados, numa das cenas mais marcantes daqueles Jogos, o maratonista cruzou a linha de chegada em 3º lugar, conquistando a medalha de bronze olímpica.

Após os Jogos de Atenas , Vanderlei continuou a participar de competições, mas já sem conseguir apresentar boas performances. Nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro , em 2007, foi escolhido para ser o porta-bandeira da delegação brasileira, uma forma de reconhecimento por seus feitos esportivos. Contudo, na disputa da maratona foi obrigado a abandonar a prova por problemas musculares.

Encerrou sua carreira após disputar a Maratona de Paris, em 2009.

Medalha Pierre de Coubertin e outras premiações

A perseverança, a altivez e a humildade de Vanderlei Cordeiro de Lima durante a maratona da Olimpíada de Atenas foram reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que o premiou com a Medalha Pierre de Coubertin * , condecoração máxima de cunho humanitário-esportivo, por seu elevado espírito olímpico. O maratonista brasileiro é o único latino-americano que recebeu essa honraria, que é concedida pelo COI não em decorrência do desempenho técnico do atleta, mas por suas qualidades morais e éticas demonstradas em situações complexas ou inusitadas que se apresentam no momento da disputa dos Jogos.

Ainda em 2004, o maratonista recebeu alguns outros prêmios. Na Espanha, foi homenageado com o Prêmio Ernest Lluch , concedido anualmente a personalidades do mundo esportivo que se destacam pela conduta exemplar e civismo nas competições. Em sua pátria, foi o grande congratulado do Prêmio Brasil Olímpico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), conquistando as categorias Melhor Atleta do Ano , Personalidade Olímpica do Ano e Melhor Atleta do Atletismo Brasileiro do Ano .

Em 2012, após ter tido a honra de carregar a tocha olímpica, foi presenteado com uma das que foram confeccionadas para a edição da competição em Londres.

Recentemente, em 2014, recebeu das mãos do bicampeão olímpico da vela, Torben Grael, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva ** , considerada a mais importante premiação conferida pelo COB, cujo objetivo é homenagear atletas e ex-atletas que perpetuam os valores do esporte olímpico.

* O nome dessa condecoração homenageia o idealizador e criador dos Jogos Olímpicos modernos, Barão Pierre de Coubertin, que também presidiu o COI entre 1896 e 1925.

** A premiação do COB homenageia o brasileiro bicampeão olímpico no salto triplo, cuja carreira e a vida foram marcados pela ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo.


Fontes:
https://goo.gl/lYpCIU
http://www.vanderleidelima.com.br/site/historia.php
http://goo.gl/SiSrWH
https://goo.gl/cXlV5s
https://goo.gl/RFqz32
http://coubertin.org/pages/en/pdc.html
http://goo.gl/5MzJlj

Servílio de Oliveira

Publicado em 12/04/2016 09h00 Atualizado em 21/08/2025 13h21

Servílio de Oliveira nasceu em São Paulo e tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica no boxe, com o bronze nos Jogos do México em 1968. Inspirado por Éder Jofre e pelos irmãos, iniciou-se ainda menino na academia Caracu. Com vitórias nos principais campeonatos nacionais e latino-americanos, destacou-se pela técnica e perseverança. Em sua trajetória como profissional, acumulou vitórias expressivas até uma lesão na retina encerrar sua carreira prematuramente. Mesmo fora dos ringues, dedicou-se à formação de novos talentos. Hoje, coordena equipes e mantém sua paixão intacta pelo esporte que o imortalizou.

Cultura, Artes, História e Esportes

Janeth Arcain, uma atleta que não reconheceu limites

Publicado em 27/06/2016 09h00 Atualizado em 06/06/2023 10h40

Entre os anos 1980 e os anos 2000, o basquete feminino brasileiro experimentou seus principais momentos de glória. Foi uma geração de ouro, da qual se destacavam Hortência, “Magic” Paula e Janeth. Esse trio protagonizou conquistas formidáveis, como o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Havana (Cuba), em 1991, a prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA), em 1996, e a inesquecível medalha de ouro do Campeonato Mundial de 1994, ocorrido na Austrália.

Janeth dos Santos Arcain, um dos grandes nomes dessa geração, nasceu em Carapicuíba, interior de São Paulo, no ano de 1969. Começou a jogar basquete aos 14 anos. Seu primeiro clube foi o Higienópolis, de São Paulo. Dois anos depois, 1985, já conquistava seu primeiro campeonato regional, em 1986 ganhou o sul-americano de clubes e em 1987 conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (EUA), pela seleção principal, embora tenha competido até o ano de 1989 pela seleção brasileira juvenil de basquete.

A ascensão foi meteórica, mas Janeth manteve-se como atleta de alto rendimento por duas décadas. Inicialmente, atuava como uma coadjuvante de luxo, já que, quando ingressou na seleção brasileira, Paula e Hortência eram as grandes estrelas, estavam em pleno vigor físico e encontravam-se no melhor momento de suas carreiras. Não obstante, isso não foi empecilho para Janeth firmar-se também como uma jogadora referência dentro de quadra.

Quatro anos após o Pan de Indianápolis, quando praticamente estreava na seleção brasileira, ocasião em que marcou meros 12 pontos em 5 jogos, Janeth mostrava ter ganho maturidade e se aprimorado como ala, melhorando nos fundamentos, diversificando suas jogadas e demonstrando mais segurança e habilidade, apesar de ainda ter apenas 22 anos.

O mesmo se dava com a seleção brasileira que vinha numa trajetória de ascensão e melhora de resultados nas competições continentais. O Brasil havia sido 4º lugar nos Jogos de San Juan (1979), 3º lugar no Pan de Caracas (1983) e 2º lugar em Indianápolis (1987).


Nos Jogos Pan-Americanos de Havana (Cuba), 1991, o Brasil foi à final com as anfitriãs. A forte seleção cubana era a favorita, pois jogava perante a sua torcida. No entanto, o time brasileiro deu uma aula de basquete, marcando forte e errando poucos arremessos. Ao final, o placar de 97 a 76 e a qualidade da equipe brasileira impressionou o presidente de Cuba, Fidel Castro, que fez questão de descer à quadra para fazer pessoalmente a entrega das medalhas às brasileiras. Entre elas estava Janeth Arcain, que em seis jogos marcou 87 pontos.

A partir desse título, a seleção feminina de basquete vivenciou a década mais vitoriosa de sua história. O Pan de Havana representou uma verdadeira guinada no basquete brasileiro, que passou a ser tratado com mais respeito pelas adversárias e começou a despontar no cenário internacional da modalidade como uma equipe competitiva e poderosa.

Dali a três anos, se deu o Mundial da Austrália . O Brasil não figurava dentre as favoritas, mas aos poucos a equipe foi adquirindo confiança e, apesar de ter sofrido duas derrotas, avançando nas fases. O Brasil venceu Cuba e Espanha na segunda fase, os Estados Unidos na semifinal (a seleção americana só voltaria a sofrer outra derrota após 12 anos, dessa vez para a Rússia), com o apertado placar de 110 a 107, e deu a revanche sobre a China, na grande final, quando conquistaram o título inédito e, até hoje, o único mundial da seleção feminina de basquete, com o placar de 96 a 87. A jovem Janeth, à época com 25 anos, foi a cestinha nessa partida, marcando em toda a competição 149 pontos.

O, então, técnico da seleção Miguel Ângelo dá uma dimensão da conquista: Ninguém tinha ganhado um Mundial além de Rússia e Estados Unidos. Depois que ganhamos das americanas, criaram a WNBA. Ninguém imaginava, só a gente acreditava. Quebramos todos os paradigmas.”


Olimpíadas de Atlanta (1996)

Em 1996, o Brasil chegou às Olimpíadas de Atlanta (EUA) como uma das favoritas e, de fato, fez uma campanha espetacular, embora tenha perdido a final para a seleção americana. A conquista da medalha de prata nessa edição dos Jogos Olímpicos, contudo, é considerada por Janeth como um momento inesquecível de sua carreira. E não é para menos, ela foi a primeira medalha olímpica do país em esportes coletivos femininos.

Essa conquista abriu as portas da liga americana de basquete feminino ( WNBA ) para Janeth, que foi convidada a integrar a equipe do Houston Comets na primeira edição do torneio, em 1997. Janeth foi a primeira brasileira a competir na WNBA .

No berço do basquetebol, a jogadora brasileira se impôs e firmou posição na equipe titular, apesar do Houston Comets contar com outras estrelas como Cynthia Cooper e Sheryl Swoopes. Nesta equipe, Janeth atuou em quase todas as posições: foi ala, armadora e ala-pivô. Nela conquistou os 4 primeiros campeonatos da WNBA , de 1997 a 2000. Em 2001, Janeth fez sua melhor temporada, entrando para o quinteto ideal da WNBA e indo para o All-Star Game ( Jogo das Estrelas ), como a segunda jogadora mais votada de toda a Liga.

Para que os torcedores brasileiros não a esquecessem, Janeth, ao fim da temporada estadunidense, disputava os campeonatos brasileiros e jogava pela seleção. Por aqui, atuou em equipes como Vasco da Gama, Sorocaba, Santo André, São Paulo/Guaru e Ourinhos, sempre colecionando títulos.

Nas Olimpíadas de Sidney (Austrália), no ano de 2000, Janeth era a líder da seleção brasileira, já sem Hortência e “Magic” Paula. Era a jogadora mais conhecida, a estrela, a referência. Nesta edição dos Jogos, o Brasil saiu com a medalha de bronze e Janeth foi a cestinha da equipe, vencendo a Rússia (uma das potências da modalidade) e a Coréia do Sul na decisão do terceiro lugar, ambos jogos dificílimos.

Nos Jogos de Atenas (Grécia), a seleção manteve a boa forma e ficou com o 4º lugar. Janeth continuou competindo na liga americana até 2005, sempre pelo Houston Comets . A atleta chegou a jogar ainda a temporada 2005/2006 pela equipe espanhola Ros Casares Valencia .

Janeth escolheu o Pan-Americano do Rio de Janeiro , de 2007, para encerrar sua vitoriosa carreira. A seleção brasileira perdeu a final para os Estados Unidos e ficou com a medalha de prata. Janeth entrou para a história do basquete nacional, sendo a terceira maior pontuadora da seleção, com 2.247 pontos em 138 jogos oficiais, o que dá uma média de 16,3 pontos por jogo.

Além dos títulos já mencionados, Janeth foi cinco vezes campeã sul-americana pela seleção brasileira, quatro vezes campeã paulista, campeã carioca, tetracampeã nacional e campeã sul-americana de clubes.

Entre 2009 e 2013 assumiu o cargo de treinadora das categorias de base da Seleção Brasileira de Basquete Feminino e também se tornou uma das assistentes técnicas da equipe principal. Nesse período conquistou o Campeonato Sul-Americano Sub-15 Feminino (Equador – 2009 e 2010) e, pela equipe principal, a Copa América – Pré-Mundial Adulto Feminino (Brasil – 2009), o Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino (Chile – 2010) e o Campeonato Pré-Olímpico (Colômbia – 2011).

No ano de 2015, Janeth Arcain entrou para o Hall da Fama do Basquete Feminino , sendo a terceira brasileira a integrar o seleto grupo. Antes dela, Paula e Hortência já havia ganhado a honraria, em 2006.

Desde 2002, a ex-jogadora dirige o Instituto Janeth Arcain , que, a partir da concepção do esporte educacional e com o objetivo de democratizar o acesso ao esporte de qualidade, auxilia no desenvolvimento físico e mental de crianças de 7 a 15 anos.

Fontes:
http://goo.gl/RXA3eE
https://goo.gl/q3m1DU
http://goo.gl/34mEBl
http://goo.gl/uzZ1fZ
http://goo.gl/yuIKcp
http://goo.gl/pKJpkK
http://goo.gl/t9gI7S
http://goo.gl/fg7qtY
http://goo.gl/lPCaLt
http://goo.gl/Q4QCUj

Terezinha Guilhermina, a atleta cega mais rápida do mundo

Publicado em 29/07/2016 09h00 Atualizado em 06/06/2023 10h48

Seu nascimento foi dentro de uma carroça, órfã de mãe aos 9 anos de idade, abandonada pelo pai logo após. Perdeu totalmente a visão na juventude. E hoje é a velocista paralímpica mais rápida do mundo. Terezinha Guilhermina é um verdadeiro exemplo de heroísmo e superação.

Terezinha nasceu em Betim (MG) , no dia 3 de outubro de 1978 com retinose pigmentar, uma doença que provoca a perda gradual da visão. De uma família humilde, com doze irmãos, sendo que cinco também possuem deficiência visual. Ela encontrou no atletismo a força pra superar as dificuldades da vida.

Quando criança, Terezinha tropeçava nos móveis, mal enxergava os objetos e tinha dificuldades na escola, porém a família não suspeitava que pudesse ser um problema na visão. Terezinha acreditava que todo mundo enxergava como ela. Na escola, disseram que ela tinha miopia e mesmo ela usando óculos, nada adiantava.

Aos 10 anos de idade, Terezinha apanhava na escola de uma menina mais velha, mesmo com a visão debilitada. Para não apanhar ela corria.

“Eu tinha que correr pra fugir dela, foi aí que descobri que podia ser atleta.”

Aos 16 anos de idade, a família ainda não tinha noção da gravidade da doença. E em um exame realizado na Santa Casa de Betim , o resultado mostrou que ela tinha apenas 5% de visão e que com o tempo ela perderia a visão por completo. Apesar de ser um choque para Terezinha e sua família, ela não se dobrou perante mais uma dificuldade que a vida lhe apresentou.

As desconfianças de como seria a vida de Terezinha daí pra frente não foram as melhores. Ela matriculou-se em um curso técnico de administração, e as dúvidas que ela conseguiria se formar eram enormes, pois seria preciso usar calculadora, fazer balanços, algo que a diretora da escola julgou ser improvável para uma cega. Aos 21 anos de idade Terezinha conseguiu completar o curso e com um histórico plausível de ótimas notas. Depois conseguiu um estágio também na área, e apesar de sempre subestimada, ela sempre conseguiu fazer tudo que quis.

Terezinha descobriu o atletismo no ano de 2000, quando se inscreveu em um projeto da prefeitura de Betim (MG). Um projeto que oferecia aos portadores deficiência a possibilidade de praticar esportes, sendo atletismo e natação. Terezinha se inscreveu para natação, pois tinha um maiô, mas sua vontade mesmo era o atletismo, que não se inscreveu por não ter um tênis. Então a irmã de Terezinha ( Evania ) deu-lhe o único tênis que tinha, o seu primeiro da carreira e que Terezinha tem até hoje.

Ainda no ano de 2000, Terezinha se inscreveu na sua primeira corrida. Uma corrida para deficientes visuais que era organizada pela prefeitura de Betim. O tênis que usava era de qualidade ruim e durante a prova se desfez. Terezinha terminou a competição com um pé descalço. Pouco tempo depois ela ficou em segundo lugar em uma corrida de rua, o que lhe deu um prêmio de R$ 80,00.

“Eu me senti milionária naquele dia”, afirma Terezinha.

Com essa “premiação” a primeira coisa que fez foi ir ao supermercado comprar iogurte.  Aos 22 anos de idade ela ainda não tinha sentido o gosto de um.

O seu talento logo foi notado e ela foi convidada pra treinar em um clube de Belo Horizonte com os atletas da Associação dos Deficientes Visuais de Belo Horizonte ( Adevibel ) . Porém seus treinadores não acreditavam tanto no seu potencial e comparavam seu nível ao das outras meninas da equipe. Diziam que ela era um fusca e as outras meninas eram aviões (felizmente Terezinha não deu ouvidos).

Depois disso a ascensão de Terezinha foi rápida. Em 2001, ela foi convocada para o Pan-americano, na Carolina do Sul (EUA), representando a seleção brasileira. Para quem demorou muito tempo para sair de sua pequena cidade, esse era um salto enorme na carreira.

Em sua primeira competição internacional, Terezinha competiu na categoria T12, para atletas com alguma visão, onde conquistou três medalhas de prata. E sua carreira e marcas só foram melhorando.

Em 2004, na Paraolimpíadas de Atenas, conquistou o bronze nos 400 metros. Como seu problema de visão avançou, Terezinha teve que trocar de categoria, passando para a T11 (atletas completamente cegos).

Entre suas principais conquistas estão:

  • Medalha de ouro nos 100m rasos, 200m rasos, 400m rasos e 4x400m rasos no Parapanamericano da IBSA em São Paulo, 2005;
  • Medalha de ouro em cinco das seis etapas do Circuito Loterias Caixa de Atletismo Paralímpico, 2005;
  • Campeã invicta nos 100m, 200m e 400m rasos do Circuito Loterias Caixa, 2006 e 2007;
  • Campeã mundial nos 200m rasos, em Assen, Países Baixos, 2006;
  • Recordista mundial nos 400m rasos, Curitiba, 2007;
  • Medalha de prata nos 400m rasos na Golden League IAAF em Paris, França, 2007;
  • Medalha de ouro e recorde mundial no 100m rasos, medalha de ouro nos 200m e nos 400m rasos, no Mundial da IBSA, em São Paulo, 2007;
  • Medalha de ouro nos 100m e 200m rasos, medalha de prata nos 400m rasos com novo recorde mundial para a categoria T11, Parapan Rio 2007;
  • Medalha de prata nos 100m e 200m rasos na Copa do Mundo Paralímpica em Manchester, Inglaterra, 2008;
  • Medalha de ouro nos 400m rasos na Golden League IAAF Etapa de Paris, França, 2008;
  • Medalha de ouro nos 200m, prata nos 100m e bronze nos 400 nas Olimpíadas de Pequim, China, 2008;
  • Medalha de ouro nos 100 e 200m nas Olimpíadas de Londres, Reino Unido.


Hoje, além de várias medalhas, recordes mundiais e outros prêmios, Terezinha Guilhermina é considerada a atleta cega mais rápida do mundo. Aos 38 anos, ainda treina forte para conquistar mais ouros nas olimpíadas do Rio 2016.

Fontes:

http://migre.me/utdyO
http://migre.me/utdBm
http://migre.me/utdCV
http://migre.me/utdEw
https://goo.gl/Tm9X6p

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