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Últimos dias da mostra sobre quilombos no UniCEUB
Vista da exposição Quilombos: territórios de resistência
Por Daiane Souza
Termina nesta sexta-feira (30), a mostra Quilombos: territórios de resistência em exposição na Biblioteca João Herculano do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Resultado de parceria entre a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a instituição, por meio da mostra é possível apreciar registros do cotidiano e da cultura de comunidades quilombolas de Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará e Bahia.
São fotografias e peças artesanais em palha, retalhos e cerâmica. Entre as comunidades representadas estão o Quilombo Muquém, um dos mais tradicionais do país localizado no município alagoano de União dos Palmares, e o Quilombo Kalunga, de Goiás, considerado a maior comunidade de remanescentes de quilombos da atualidade.
Conhecimento – Admitidos como espaços de resistência, os quilombos são grupos etnicorraciais de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica marcada pela escravidão. Porém, nem todo mundo sabe o que isso significa. Carlos Moura, coordenador do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra da FCP, defende que disponíveis por meio do sistema de ensino essas informações são eficazes ferramentas à superação do racismo, dos preconceitos e intolerâncias.
Coordenadora do curso de Relações Internacionais do UniCEUB, a professora Renata de Melo Rosa ressalta que o contato visual proporcionado pelos registros expostos, geram impacto maior que explanações e conferências. “Nesse sentido a fotografia trabalha com a afetividade dos estudantes, tornando mais fácil a percepção e a compreensão da realidade dessas populações”, explica.
Valorização – Luiz Filipe Franco, 18 anos, estudante de Administração, considera a exposição uma possibilidade a mais para se adquirir conhecimento sobre a realidade quilombola. “Nos cursos de ensino superior as disciplinas são muito específicas. Sem esta mostra nosso conteúdo sobre o assunto estaria restrito ao que vimos nos ensinos médio e fundamental”, disse.
Já para Victor Fernandes, 18 anos, de Engenharia Civil, alternativas como esta podem possibilitar mudanças significativas no que diz respeito à valorização da cultura. “Mostra à sociedade o que parece ser pouco comum, mas que na verdade é a raiz da identidade brasileira”, afirma. “Se ampliada, essa valorização da cultura pode se refletir até no exterior, eliminando a imagem deturpada que o Brasil tem lá fora”, completa.
Renata Rosa acredita que quando os estudantes ficam cientes de realidades como a dos quilombolas é mais fácil gerar o interesse até para a pesquisa. “Na hora de se formar, muitos procuram alternativas para ajudar a determinados perfis na sociedade, porém têm dificuldades em se identificarem com as causas por falta de informação”, explica. “Exposições como esta tornam mais fácil esse processo de identificação, pois são excelentes formas de mobilizar a juventude para o bem social”, conclui.
Serviço – Para quem ainda não teve a oportunidade, a mostra Quilombos: territórios de resistência está aberta à visitação no período de 7h30 às 22h, na Biblioteca João Herculano do UniCEUB.