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UFPEL amplia discussão em torno do sistema de cotas sociais e raciais
Brasília, 19/7/07 – A Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), terceira maior instituição federal de ensino superior do Rio Grande do Sul está ampliando a discussão em torno da implantação do sistema de cotas sociais e raciais. É o que confirmou o pró-reitor de Extensão e Cultura da instituição em visita à sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília nesta quarta-feira (18). Ao ser recebido pelo presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Zulu Araújo, Vítor Hugo Borba Manzke destacou que a universidade já está gestionando com os setores e departamentos acadêmicos o debate sobre o tema, bem como sua política de ações afirmativas. Hoje, a Universidade Federal de Pelotas conta com aproximadamente 12 mil alunos e oferta dezenas de cursos de graduação e pós-graduação para a comunidade de Pelotas e demais municípios do Sul do Rio Grande do Sul.
O reitor Manzke também destacou que a UFPEL está trabalhando em conjunto com a Fundação Cultural Palmares na construção de ações a serem asseguradas em um convênio a ser assinado entre as duas instituições. O convênio, disse o presidente da Palmares, Zulu Araújo, irá garantir a implantação da Lei 10.639/2003 junto ao ensino público local, bem como a criação do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab) na UFPEL. O dirigente da UFPEL lembra que a implantação do sistema de cotas sociais e raciais garante sim o reconhecimento da academia à inclusão e a diversidade. Para Zulu Araújo, é para a Fundação Cultural Palmares fundamental participar e acompanhar o desenvolvimento da promoção da igualdade racial junto as universidades brasileiras. Foi e é a Fundação Cultural Palmares a primeira instituição pública federal a se posicionar favorável a adoção de cotas na universidade pública como ação afirmativa de acesso do negro ao ensino superior. No aperto de mãos entre o reitor Manzke e Zulu Araújo, ficou selado o empenho junto a valorização e acessibilidade (veja foto).
As cotas hoje:
De um conjunto de 57 universidades federais espalhadas pelo território nacional, 16 já implantaram o sistema de cotas. Se considerarmos a medida implantada em 18 universidades estaduais e em uma escola técnica federal de ensino, podemos dizer que a política de cotas já é realidade em 35 instituições públicas. Estima-se também que o número de estudantes cotistas no país passe a somar 14 mil. O mais interessante de todos estes processos tem sido as votações nos Conselhos Universitários. Boa parte delas ocorre com aprovação maciça dos conselheiros. No Sul do País, onde o sistema encontrava resistência, ele já é realidade nos três estados. Depois de ser implantado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi a vez de a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e também a Universidade Federal de Santa Maria, RS (UFSM) dizerem sim às cotas.