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Tambor de Crioula e Grupo Gualajo animam hoje o aniversário da Palmares
Músicos do Maranhão e da Colômbia encontram-se para celebrar a FCP
Hoje, quarta-feira, 19/08, a partir das 18h, a apresentação de Tambor de Crioula, grupo vindo do Estado do Maranhão, e do Gualajo, da Colômbia, abrilhantam a festa dos 21 anos da Fundação Cultural Palmares.
Manifestação cultural de raiz africana, o Tambor de Crioula é uma das mais fortes expressões culturais afro no Brasil. Praticada principalmente no Maranhão desde a época da escravidão, a manifestação foi inscrita pelo IPHAN como patrimônio imaterial da cultura brasileira, em novembro de 2007. Salvaguardar o Tambor de Crioula faz parte do projeto do governo federal de reconhecimento das formas de expressão que compõem o amplo e diversificado legado das tradições culturais de matriz africana no país.
Considerada uma das mais belas expressões culturais da dança dos descendentes de escravos, o Tambor de Crioula envolve dança circular, canto e percussão de três tambores e tem como seu santo padroeiro São Benedito – protetor dos negros.
Os tocadores e cantadores são conduzidos pelo ritmo dos tambores e das toadas, acompanhados da punga (ou umbigada): movimento coreográfico no qual as dançarinas, num gesto entendido como saudação e convite, tocam o ventre umas das outras. Cada cântico se inicia com um solista que canta toadas de improviso ou conhecidas, repetidas ou respondidas pelo coro, composto por homens que se substituem nos toques e por mulheres dançantes. Os cânticos possuem temas líricos relacionados ao trabalho, devoção, apresentação, desafio, recordações amorosas e outros. Para saber mais, só vindo até a sede da Fundação Cultural Palmares e assistir de perto a tradição do Tambor de Crioula.
O Grupo Gualajo traz da Colômbia ritmos da marimba. A marimba é um instrumento musical criado há séculos por tribos africanas e é fonte de inspiração de instrumentos de teclado, como o piano, o acordeon e o vibrafone.
O maestro José Antônio Torres Gualajo dedica-se à marimba há mais de 50 anos, estudando os mais variados ritmos que o instrumento pode ecoar. Conta a lenda, que ao nascer, a parteira de José Gualajo colocou-o em cima de uma marimba para cortar o cordão umbilical. Assim, ao ouvir a ressonância do instrumento logo ao nascer, somado à herança musical que seus pais lhe proporcionaram, Gualajo predestinou-se a ser um guardião da preservação de Marimba e de todos os ritmos que ela pode ressoar, como: currulos, aguabajos; jugas; andareles. Além de tocar, o maestro tornou-se um mestre no ofício de construir cada um dos componentes que constituem a marimba.
A iniciativa de trazer o grupo colombiano ao Brasil foi do Programa Regional de Apoio às Populações Rurais de Ascendência Africana da América Latina – ACUA.