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Show de Carlinhos Brown agita a noite de Brasília
O presidente da FCP, Eloi Ferreira de Araujo, ao lado da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, reiterou o compromisso da instituição em promover o respeito às identidades culturais do povo brasileiro.
Denise Porfírio
O show do Carlinhos Brown ocorrido na noite da última quarta-feira (22), em comemoração ao 24º aniversário da Fundação Cultural Palmares (FCP) esquentou o clima de inverno em Brasília. O artista animou um público de aproximadamente 1.300 pessoas, que lotou a Sala Villa Lobos do Teatro Nacional.
Com uma inspiração de quem entende a música e a cultura como instrumento de autoafirmação, Brown cantou seus sucessos e reverenciou as religiões de matriz africana com a música Odoyá dedicada ao orixá Iemanjá.
O diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP, Martvs das Chagas, iniciou o evento e agradeceu a parceria dos Ministérios da Cultura Educação, Relações Exteriores e Turismo. “É uma imensa alegria recebê-los nesta noite em que comemoramos nossos 24 anos de história dedicados a comunidade negra brasileira”, ressalta. Ele ainda destacou o papel da FCP de defesa e valorização da cultura negra. “A cultura negra brasileira se preserva ainda hoje, sobretudo, pela perseverança de nossos antepassados que refugiados em quilombos, favelas, terreiros, resistiram à tentativa de se apagar da memória nacional sua presença na formação do Brasil”, afirma.
O presidente Eloi Ferreira de Araujo contava com a satisfação de ver a concretização do trabalho realizado pela Fundação Palmares em favor da população negra brasileira representada ali com o show do Carlinhos Brown. E agradeceu a presença dos embaixadores dos países africanos de Gana, Cabo Verde, Nigéria, Senegal, Moçambique, Costa do Marfim, Honduras, Panamá, Estados Unidos, Guadalupe, França, Espanha, Uruguai, México, Canadá, Portugal e Cuba participantes do Seminário Internacional “Herança, Identidade, Educação e Cultura: gestão de sítios históricos ligados ao tráfico negreiro e à escravidão”.
O presidente agradeceu também a UNESCO pela efetivação do projeto que celebra o fim do tráfico negreiro e o comércio de escravos no Brasil e sua importância para o registro da memória afrodescendente nos continentes. Ao lado da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, reiterou o compromisso da FCP em promover o respeito às identidades culturais do povo brasileiro. ”Viva a cultura negra, viva a cultura brasileira e vamos juntos construir um país mais justo e mais fraterno”, comemora.
Ana de Hollanda ressaltou a multiplicidade das expressões artísticas afro-brasileiras. “A cultura afro é única, rica, alegre e esfuziante. É maravilhoso contar com o carisma de Carlinhos Brown nesta celebração. O Ministério da Cultura tem muito orgulho pelo trabalho desenvolvido pela Fundação Cultural Palmares”, destaca. A ministra revelou ainda a implementação do projeto que visa resgatar a importância dos tradicionais blocos afros da Bahia. “O Afrodromo será um espaço livre especialmente dedicado à valorização dos diversos grupos afros e afoxés que fomentam os aspectos rítmicos, linguísticos e religiosos da cultura africana”, afirma.
Show – Performático, Brown usou todo o seu talento e expressão artística e corporal para presentear o público com sua musicalidade que inspira a todos a fazer uma viagem à cultura afro-brasileira. Ao som de um berimbau e dos famosos timbales, o compositor foi aplaudido de pé pela apresentação marcada pela mistura de muita música baiana, ritmos latinos e saudações à religiosidade de matriz africana. O cantor cantou e interpretou sucessos como ‘Velha infância’, ‘É hoje’, ‘Água Mineral’, ‘Sou Faraó’, ‘A namorada’, entre outros. Parabenizou a FCP pelos 24 anos e reverenciou a memória do líder negro Zumbi dos Palmares. “Homenagear a Palmares é homenagear Zumbi. É estar atento a minha comunidade e a minha dinastia. Zumbi é o herói do nosso tempo”, ressalta.
Orquestra Marafreboi – A noite de comemoração contou também a participação da Orquestra Popular Marafreboi, composta por um grupo de 15 músicos e cinco bailarinos, que desenvolve um trabalho de resgate primando pela preservação do acervo popular por meio de um repertório que privilegia gêneros, como, o frevo de rua, o maracatu, a catira, a ciranda e o bumba-meu-boi. A apresentação foi prestigiada pela ministra Ana de Hollanda e o presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira da Araujo.