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Seminário realizado na FCP debate mercado afro-empreendedor brasileiro
Teve início, nesta quinta-feira(20), em Brasília, o I Seminário Nacional de Desenvolvimento e Empreendedorismo Afro-brasileiro, organizado pelo Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros de São Paulo (CEABRA/SP), com o apoio da Fundação Cultural Palmares (FCP) e patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
A proposta do evento é debater e estabelecer estratégias de inclusão das micro e pequenas empresas e dos empreendedores individuais afro-brasileiros no processo produtivo nacional, como políticas públicas de promoção da igualdade racial.
O presidente da FCP, Eloi Ferreira de Araujo, destacou que o seminário já se insere nos eventos alusivos à Década Internacional dos Povos Afrodescentes (2013-2023), resolução aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que deve ser ainda ratificada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas para que seja oficialmente proclamada. “Nós temos a oportunidade de, tanto na perspectiva do conhecimento, quanto do empreendedorismo e da cultura, ter durante uma década o estabelecimento de metas para alcançarmos as políticas necessárias para eliminarmos a desigualdade social no Brasil”, afirmou.
Para o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, o Brasil precisa formar redes de conhecimento, representação e serviços para fomentar o empreendorismo. “Este projeto é a base para construir um programa que deverá sustentar uma ampla política pública de apoio ao empreendedorismo dos afrodescendentes”, destacou. “Essa política pública deve ser a responsável por unir os empreendedores brasileiros para mudar o atual cenário econômico do nosso País”, frisou.
O deputado Vicente Cândido (PT-SP) também foi enfático ao afirmar que os programas assistenciais brasileiros já não são suficientes para estimular o crescimento econômico do país. Segundo ele, é necessário estimular a ousadia e a criatividade por meio do empreendedorismo para avançar ainda mais.
“Se nós quisermos realmente avançar no ranking das maiores economias mundiais, será necessário sair do patamar das ações afirmativas para incluir os negros, que são mais de 50% da população, no protagonismo do desenvolvimento do Brasil”,
João Carlos Borges Martins, presidente da Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros, destacou que a população negra do Brasil deve “aprender a pescar seu próprio peixe”. Reinaldo Ferraz, coordenador geral de serviços tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do Ministério da Ciência e Tecnologia, alertou que o pior inimigo do desenvolvimento é a segregação e defendeu que o conhecimento dos afrodescendentes brasileiros deve ser visto como uma nova forma de empreendedorismo.
O seminário – O foco do projeto está direcionado à formação técnica, inovação tecnológica, acesso ao crédito, negócios e expansão dos novos mercados em nível nacional e internacional para os empreendedores. Os participantes deverão apresentar propostas para potencializar as políticas voltadas às micro e pequenas empresas e aos microempreendedores individuais afro-brasileiros.
O organizador do evento, João Carlos Nogueira, salientou o ineditismo do projeto, que conseguiu reunir a Casa Civil, o SEBRAE, a ANCEABRA, a CEABRA, os ministérios do Desenvolvimento, Trabalho e Emprego e Cultura em prol do mesmo objetivo.
Ainda segundo ele, o I SENEAB já tem como ação concreta o lançamento do projeto Brasil Afro-empreendedor, em 21 de março de 2013. “Todas as ações operacionais junto aos empreendedores afro-brasileiros serão norteadas por esse programa, que será lançado no Dia Internacional contra a Discriminação Racial”, concluiu.