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Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina
Foto: Edirley Martins
Entre terça – feira (7) e quinta- feira (9) ocorreram o Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina no Hotel San Marco na área central de Brasília. O evento foi recheado de apresentações culturais e falas de pessoas governamentais e de mulheres.
A proposta deste Seminário foi desenvolver uma leitura da situação atual e apontar possíveis caminhos a diminuição dos processos históricos de discriminação de gênero feminino
e étnico-raciais, além de contribuir na construção de novas concepções que evolvem as relações humanas e institucionais.
No contexto da Década Internacional Afrodescendente, o Seminário teve a finalidade reforçar a ação e a cooperação nacional, regional e internacional, bem como garantir os direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos dos afrodescendentes em suas singularidades.
Na abertura do evento, aconteceu a apresentação inter-religiosa e acolhimento às Griots dos diversos estados da Federação. A Fundação Cultural Palmares (FCP) foi representada por Adna Santos de Araújo e na mediação da Roda de Conversa: “O saber ancestral como valor civilizatório e as Casas de religiosidade como lócus do apaziguamento social”.
O secretario Juvenal Araújo da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) afirmou a importância de discutir o tema do seminário. “Discutir sobre esse tema, trará grandes transformações no espaço social, como na saúde e na educação” relata o secretario em sua apresentação.
Marcia Unchoa, diretora de fomento da cultura afro-brasileira da FCP, que cita a importância de um olhar diferenciado para a mulher negra. “A mulher negra é a que mais sofre com racismo, preconceito e violência, seja na rua ou dentro de casa, e precisamos fazer algo para combater isso”, afirma ela em sua participação no seminário.
Um público resistente que tem grande importância e participação no evento são as Griots, que são mulheres idosas, mães de santos e donas de terreiros de matriz africana, que resistem a todo preconceito e racismo na sociedade. Walquiria Duarte de Oliveira tem 75 anos de idade e 58 anos de candomblé, está presente no evento sendo símbolo de resistência. “Estou achando muito importante está acontecendo esse evento, pois e muito importante para as mulheres de matriz africana como eu, que resiste nesse país para manter minha cultura e meu corpo de pé”.
O Seminário da Ancestralidade e Sustentabilidade da Mulher Negra na América Latina pretende a participação plena e igual em todos os âmbitos da sociedade, a promoção do respeito à diversidade da herança cultural, a sua contribuição ao desenvolvimento das sociedades, a adoção e fortalecimento dos marcos jurídicos de acordo com a Declaração e Programa de Ação de Durban e da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, além de assegurar a sua plena e efetiva implementação.