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Secretaria de Educação de Pernambuco realiza primeiro censo sobre Quilombolas do Estado
A secretaria de Educação (SE) vai realizar o Censo Sócio Educacional nas comunidades remanescentes de quilombolas de Pernambuco. Pela primeira vez, os descendentes dos escravos africanos terão um diagnóstico da realidade sócio-educacional e ambiental que servirá como base para a construção de uma política pedagógica focada no respeito às especificidades desses povos.
A elaboração do formulário contou com a colaboração da Comissão Estadual de Educação Quilombola. A data de início da coleta dos dados será discutida nos dias 29 e 30 deste mês, no Hotel Casa Grande, em Gravatá, durante a formação dos profissionais que vão aplicar os questionários. Serão capacitados 160 profissionais das 17 Gerências Regionais de Educação (GREs), 100 lideranças ou representantes das comunidades quilombolas e 15 membros da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Eles vão conhecer o formulário e as formas de preenchimento de todos os campos. O objetivo é coletar detalhes para compreender a educação relacionada ao ambiente/território, cultura e organização social, uma vez que, para os quilombolas a educação está intimamente ligada ao território/ambiente onde vivem, levando em consideração sua identidade, ancestralidade e seus aspectos culturais.
O questionário também busca informações sobre o nível educacional, número de escolas, qualificação dos professores e grade curricular. Os dados irão complementar as informações já existentes no censo escolar de 2007. “Identificar a quantidade de grupos, a organização, as influências e transformações que estas comunidades vêm sofrendo ao longo tempo é um passo importante para traçar estratégias e uma política pedagógica que respeite às especificidades dos quilombolas”, explica Zélia Porto, gestora de Políticas Educacionais para o Ensino Fundamental da secretaria de Educação.
Educação
Apenas duas são reconhecidas pelo Governo Federal: Conceição das Crioulas, em Salgueiro e Castainho, em Garanhuns.
Os dados oficiais, dos Municípios e do Estado, revelam que muitas comunidades quilombolas não possuem escolas e as que existem não oferecem todas as modalidades de ensino ou tem um currículo apropriado. De acordo com o Censo 2006, existiam 46 escolas quilombolas em Pernambuco. Em 2007, o número subiu para 115. Destas, apenas 15 são atendidas pelo Programa Saberes da Terra, que respeita todas as especificidades da cultura, alimentação e hábitos dos remanescentes dos povos africanos.