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Ritmo, cultura e culinária afro-brasileira encerram o 19º Aniversário da Palmares
A beleza e a alegria da cultura afro-brasileira fecharam as comemorações do 19º Aniversário da Fundação Cultural Palmares (FCP). A Lavagem das baianas e alabês espalhou água de cheiro pelo prédio da Fundação e sobre o público, abrindo a festa pela manhã. Centenas de pessoas, entre membros do Movimento Negro e representantes de instituições públicas, vieram participar das atividades e prestigiar os 19 anos de luta da Fundação Cultural Palmares.
Ao som dos atabaques e dos alabês, as baianas dançaram e cantaram no tradicional ritual da Lavagem, banhando o público com água de cheiro. Um dos ritos do Candomblé, a Lavagem traz a purificação, a renovação. Assim como a água fertiliza a terra, a água de cheiro espalhada pelas baianas abre bons caminhos para os que a recebem. Há quatro anos a FCP é lavada pelas baianas e alabês da Federação Brasiliense de Umbanda e Candomblé.
Após a Lavagem, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, agradeceu a presença de todo o público e de seus convidados. Zulu anunciou que, no próximo ano, a FCP celebrará, em várias cidades, três datas importantes: os 120 anos da Abolição da Escravatura no Brasil, os cem anos do poeta Solano Trindade e os 20 anos da Fundação Cultural Palmares. De acordo com ele, haverá atividades em várias cidades do Brasil.
Zulu ressaltou ainda a luta da FCP pela extinção do racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira, e falou da imensa quantidade de negros no Distrito Federal. “São 61% de afro-descendentes no DF, só que, no Plano Piloto, estão concentrados os brancos”, explicou. Com o desejo de muito axé, o presidente da FCP anunciou o desfile dos participantes da Oficina de Penteados Afro-brasileiros.
Ministrada pela Negra Jhô, que veio de Salvador transmitir sua longa experiência com penteados afro-brasileiros, a oficina aconteceu durante toda a semana. Foram 69 alunas e 2 alunos, que aprenderam os tipos mais variados de penteados afro-brasileiros, como trança de raiz, “mega hair”, “dread lock”, miojo, fibra, tererê, turbante, e outros. Jhô e mais duas assistentes, Ana Passos e Gerusa Menezzes, prepararam o desfile que encantou os olhos do público. “Pra gente, foi muito gratificante estar participando dessa história”, disse Negra Jhô.
Após o desfile, foi a vez do grupo Tambor de Crioula Alegria de São Benedito, do Maranhão. O Tambor de Crioula é uma herança cultural dos escravos do Maranhão, que se manteve viva até os dias de hoje. Hoje, são mais de 30 grupos no Estado. O grupo Alegria de São Benedito é formado de 25 a 30 homens e mulheres, mas somente 10 homens e 10 mulheres tiveram condições de vir a Brasília fazer a festa da FCP. A dança encheu os olhos do público, com as cores, o ritmo e a alegria do grupo.
O Mestre Gilvan, da Secretaria de Cultura de Taguatinga, também prestigiou o aniversário da FCP, fazendo uma rápida oficina de maculelê com o público. Logo depois, todos puderam degustar o delicioso Caruru, já tradicional nas festas da FCP. O grupo Tambor de Crioula Alegria de São Benedito se apresentou mais uma vez, encerrando com grande entusiasmo os 19 anos da Fundação Cultural Palmares.