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Resumo da Semana Diálogos Palmares
Na última quarta-feira (26), a Fundação Cultural Palmares (FCP-MinC), apresentou à sociedade, o seu programa de gestão intitulado, “Diálogos Palmares: Perspectivas e ações da política nacional para a cultura afro-brasileira”, o evento ocorreu no Salão Negro do Palácio da Justiça. Além do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e da presidenta Cida Abreu, a solenidade foi prestigiada por mais de 600 pessoas, entre autoridades políticas, artistas e fazedores da cultura afro-brasileira.
Segundo o ministro da Cultura, “não podemos fechar os olhos para o recrudescimento da intolerância religiosa, nem para o racismo no Brasil”, chamou a atenção Juca.
O evento teve início com uma homenagem à ancestralidade africana, marcada por momentos de emoção, simbologia de justiça, celebração e resistência. Às comemorações alusivas aos 27 anos de criação da autarquia, contou ainda com a apresentação do Marabaixo, além da compositora e cirandeira pernambucana, Lia de Itamaracá.
O marabaixo é uma festividade folclórica de origem africana, realizada pelas comunidades negras do estado do Amapá. Consiste em homenagear o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade com missas, novenas, ladainhas (parte sagrada dos festejos) e danças de roda (parte profana dos festejos) puxada pela batida de tambores chamados de “caixas de marabaixo”. Supõe-se que o nome venha do vocábulo árabe “marabut” (louvar) ou do fato dos negros terem sido trazidos mar abaixo, da África para o Amapá.
Para Cida Abreu, “a Fundação Cultural Palmares é o estandarte da Cultura-Afro-brasileira, onde representa todas as ações e relações no mundo contemporâneo, com as novas tecnologias, com as juventudes, com o audiovisual; e as demais culturas tradicionais” ressaltou Abreu.
Durante a cerimônia, ainda foram anunciados, o Prêmio Oliveira Silveira (FCP/CENIRC) e o edital Curtas Histórias (MEC/Secadi/FCP); além da assinatura de Termos de Cooperação com os ministérios da Educação, da Justiça e das Comunicações, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; os Correios; o Serpro; o Sebrae; a Universidade de Brasília (UnB); o governo de Minas Gerais; e a prefeitura de Niterói, além de ações descentralizadas com o sistema MinC.
Roda de conversa
À tarde, foi realizada uma roda de conversa no Hotel Nacional, na ocasião a professora do Departamento de Sociologia da UnB, Haydée Caruso, e o poeta Manoel Justino, apresentaram e concepção e a metodologia do Diálogos Palmares. A presidenta Cida Abreu, apresentou a nova diretoria, que tiveram a oportunidade de ouvir as reivindicações de aproximadamente 200 participantes, entre, artistas, lideranças religiosas e fazedores de cultura afro-brasileira.
Segundo o Diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira, Anderson Quack, “o objetivo é ouvir as demandas da sociedade civil organizada, conceituar e definir as prioridades, com vistas à instituir um programa, diretrizes e ações da política nacional para a cultura afro-brasileira” reforçou Quack.
Revitalização da Prainha
Na tarde de quinta-feira (27), a Fundação Palmares, promoveu um roda de conversa para discutir a revitalização da Prainha. Localizado no Lago Sul de Brasília. Para Cida Abreu, “o espaço que já faz parte do calendário das manifestações culturais, há mais de quatro décadas, por adeptos e líderes religiosos de matrizes africanas, porém; não é considerado patrimônio cultural histórico” enfatizou.
Além de Cida Abreu, participaram ainda, o Babá Kolá Abimbolá, Babalawo, Mestre na IFA Literary Corpus, Phd em Justiça Criminal e Tutela de Evidência, professor na Howard University, em Washington; o presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, o babalorixá Rafael Moreira; a Subsecretária de Cidadania e Diversidade Cultural do GDF, Jaqueline Fernandes; a presidenta da Casa do Perdão, Yalorixá Flávia Pinto; o vereador Paulinho de Oxóssi (PT-RS), representando a Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do GDF, Carlos Alberto, Victor Nunes e Marcos Torres.
Cooperação para realização do Orixá World
Igualar a idade de escolaridade média de brancos e negros declarados. O assunto, tratado na meta 8 do Plano Nacional de Educação esteve em pauta na reunião entre a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação e a Fundação Cultural Palmares, realizada na manhã desta sexta-feira, dia 28.
Além disso, o MEC também discutiu sobre a Lei 10.639/03, que estabelece o ensino obrigatório de História e Cultura Afro-Brasileira nos ensinos fundamental e médio. Durante o evento foi assinado um Protocolo de Intenções que disponibiliza apoio técnico para a formulação das ações e políticas públicas da cultura afro-brasileira e de promoção da diversidade religiosa.
O secretário da Secadi, Paulo Nacif, destacou a importância do documento assinado. A presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, defendeu que as escolas dialoguem sobre a cultura africana no Brasil, até mesmo como forma de combate ao preconceito racial e a intolerância religiosa.
Também estiveram presentes representantes da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Cultura, e o Babalorixá Kola Abimbola, representante da Universidade de Howard (EUA), que estará no Brasil para, entre outros compromissos, preparar a 20ª Edição do Congresso Orixá World, que será realizado no Brasil em 2016.
Visita à Embaixada da Nigéria
Ainda pela manhã, a presidenta Cida Abreu, e o Babá AbimKolá foram recepcionados pelo Embaixador da Nigéria no Brasil, Adamu Azimeyeh Emozozo, na ocasião trataram do fortalecimento dos laços ancestral e cultural entre os dois países; e do apoio para a realização do Congresso Orixá World.
Seminário discutiu a economia criativa do carnaval
Na tarde de sexta-feira (28), foi realizado o seminário “O fortalecimento das agremiações carnavalescas de Brasília”, o evento é o início de um conjunto de encontros preparatório ao Seminário Internacional do Carnaval que acontecerá em 2016 na cidade do Rio de Janeiro. Participaram o presidente da Acadêmicos da Asa Norte, Robson Faria, representante da ARUC, Marcelo Jacob, do diretor de carnaval e de harmonia em Escola de Samba, Thomaz Jamelão Neto e da cantora Dhi Ribeiro. A etapa distrital, ocorreu na quadra da Acadêmicos da Asa Norte, situada no Scen Trecho 03, lote 09, em Brasília.
Para Sandro Santos, Coordenador-Geral de Gestão Estratégica, “o evento se propõe apontar diretrizes para um conjunto de ações que deverão compor o Plano Nacional da Cadeia Produtiva e Econômica do Carnaval”, pontuou Santos.