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Relações étnico-sociais são discutidas em evento
Seminário prepara educadores para lidar com diversos temas polêmicos
Maceió, 22/6/06 – Cerca de 100 professores da rede pública e representantes de Organizações Não–Governamentais (ONGs) participaram, na manhã de ontem, de um seminário sobre o tratamento dado por educadores a questões, como preconceito racial e integração da mulher no mercado do trabalho. O evento fez parte das comemorações ao Dia Internacional da Educação Não-sexista.
A principal missão do evento, segundo a coordenadora do Núcleo Temático Identidade Negra na Escola, Arísia Barros, é implementar o estudo das relações étnico–sociais no contexto escolar e discutir as conseqüências do racismo na construção das identidades culturais de meninos e meninas negras do Estado. O seminário também contou com a palestra sobre “A preservação da identidade negra na história da escola”, ministrada pela diretora de proteção do patrimônio afro–Brasileiro da Fundação Palmares/MinC, Maria Bernadete Lopes da Silva.
A dirigente da Fundação Cultural Palmares/MinC destacou a importância do estudo da África e dos povos afrodescendentes nos colégios, o que é determinado pela Lei Federal 10.639/03. O evento programado para ocorrer durante todo o dia terminou mais cedo, por volta das 13h, em virtude do jogo da Seleção Brasileira contra o Japão pela Copa do Mundo.
A coordenadora do evento, Arísia Barros ue passar para nossos educadores qual a melhor forma de tratar temas como racismo e avanço da mulher na sociedade com crianças em sala de aula. É importante que sejam formados adultos sem preconceitos para extinguir esse mal que ainda atinge muita gente em nosso País”, ressaltou Arísia Barros. Ela abriu a sua palestra criticando uma declaração do humorista Chico Anysio feita à revista Veja em que não confiava em goleiro negro na Seleção Brasileira. “É desse tipo de racismo que estou falando. Temos que alertar bem os estudantes para como interpretar afirmações preconceituosas como essa. Ainda mais porque ele estava falando do goleiro Dida, criado em Alagoas ”, ressaltou.
O ator alagoano Rilton Pereira fez uma apresentação sobre racismo para os professores e alunos da escola estadual Geraldo Melo, no Graciliano Ramos. Ele destacou que aos poucos os professores estão começando a trabalhar esses temas com os estudantes.
“Já participei de algumas palestras na escola e seminários em que foram tratados temas como preconceitos tanto raciais, como sobre a desvalorização da mulher no mercado do trabalho. Temos também que acordar para outros problemas como o preconceito sexual”, frisou Rilton Pereira.