O Egito, pois, não é apenas uma dádiva do Nilo: é, acima de tudo, uma criação do homem.
Dando prosseguimento à nossa série, iremos tratar hoje da Civilização Egípcia. É importante observar que para melhor compreensão das dinâmicas dos povos, reinos e impérios do continente africano, a série está sendo construída a partir de uma ordem cronológica, onde estaremos considerando a construção política e social do continente da antiguidade até o século XVIII.
Dois fatos são de extrema relevância para se compreender o nascimento do Egito enquanto uma civilização: a unificação política por Menés (tornando-se o primeiro faraó) e o surgimento da escrita. Ambos fenômenos foram motivados pela necessidade de coordenar os regimes de cheias do Nilo, racionalizar o trabalho e a colheita, estabelecer a distribuição sistemática dos recursos entre a população e, desta forma, garantir a sobrevivência do povo e, consequentemente, do Estado.
A civilização egípcia se desenvolveu ao redor do Nilo, aprendendo a tirar do rio a sua subsistência. Além da agricultura, o comércio foi bastante relevante e o Nilo tornou-se importante via para o transporte de mercadorias e pessoas, facilitou as negociações e possibilitou o desenvolvimento e enriquecimento do Egito.
A sociedade egípcia era bastante hierarquizada e organizada como uma grande pirâmide, de uma forma que a finalidade era trabalhar em função das necessidades do Estado, personificada no faraó. No topo estava o faraó, responsável pela ordem, economia, controle das cheias do rio; seguido pelos sacerdotes; escribas; o exército. Na base da pirâmide estavam os comerciantes e artesão, os camponeses e no fundo, os escravos, que sustentavam toda pirâmide social.
A escrita surgiu por volta de 3.000 a.C. A escrita hieroglífica era usada em textos oficiais e sagrados. Além desta, havia a escrita hierática, utilizada pelos sacerdotes e a demótica, utilizada em cartas.
A história política do império egípcio pode ser dividida em 3 períodos: Antigo, médio e novo império. O Antigo império foi o ápice, onde se deu a construção das pirâmides. Durante o médio, houve expansão do Egito e conquista da Núbia. A partir do século 8 a.C. o Egito foi invadido pelos assírios e em 525 a.C., dominado pelos persas.
Em 322 a.C., após Alexandre, o Grande ter conquistado a Pérsia, este conquistou também o Egito. Os sucessores de Alexandre, o Grande, governaram o país por 300 anos e fundaram Alexandria, capital intelectual do Ocidente naquela época. Após a queda da última rainha da dinastia dos Ptolomeu (sucessores de Alexandre, o Grande), Cleópatra, a região foi dominada pelos os romanos, pelo Império Bizantino e pelos árabes, em 642.