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QUILOMBOLAS: Moradores do Paraguaçu, BA, denunciam ameaças
Publicado em
25/09/2007 09h00
Atualizado em
15/05/2024 10h19
Brasília, 25/9/07 – Quem pensa que as ameaças contra os quilombolas de São Francisco do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano encerraram, está enganado. Apresentada em reportagem nacional produzida pela Rede Bahia, afiliada da Rede Globo no Estado da Bahia, em maio último, como um caso de suposta certificação fraudulenta, moradores da comunidade como a agricultora Maria das Dores de Jesus Correa, 59 anos, contam ao Portal Palmares que as brigas e a tentativa de dividir a comunidade não cessam. Moradora de São Francisco do Paraguaçu desde criança, Maria das Dores denuncia que a família Cachoeira colocou na área uma nova “aliada”. Este personagem seria, conforme a quilombola, Elba Diniz, dirigente de uma instituição não-governamental, a qual estaria vivendo no local e promovendo intimidações e divisões. “Ela diz para alguns de nossos companheiros que eles não devem aceitar a titulação das terras pelo Incra porque correm o risco de não poder mais vender as terras e as mesmas perderão o valor financeiro. Além disso ela ameaça a nós com violência”, disse.
A denúncia de Maria das Dores, que veio a Brasília participar da marcha do Movimento Quilombola pela defesa da terra, na última segunda-feira (24), também é endossada pelo trabalhador rural Crispim dos Santos, o Rabicó, de 32 anos. Segundo ele, a representante da organização não-governamental teria mandado rezar uma missa, a qual disse aos moradores que teria ganho a posse das terras do Paraguaçu. Rabicó conta que não só as ameaças fazem parte do cotidiano, mas também jovens são orientados a dar documentos a dirigente com a promessa de arrumar emprego. Também promete, conforme Rabicó, dar cestas básicas a quem ficar contra a luta dos quilombolas pela titulação da área. “Vou apresentar nova denúncia no Ministério Público contra as práticas que esta senhora realiza junto a nós”, promete o quilombola.
Casos como o relatado pelos quilombolas que vivem em São Francisco do Paraguaçu são comuns na Bahia, detalha o secretário de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia. Para Luiz Alberto, tais práticas ainda acontecem porque a possibilidade de ver a titulação de áreas para comunidades quilombolas é uma ameaça para os grandes latifundios. Luiz Alberto lembra que muitas áreas remanescentes ocupam espaços hoje disputados pela especulação imobiliária e pela indústria turística, como o litoral norte baiano, por exemplo.
Mas o secretário Luiz Alberto lembra que o governo do Estado acompanha todos os casos de intimidação gerados a partir da certificação de comunidades e que a Sepromi trabalha de forma articulada com a Fundação Cultural Palmares e com a Seppir na defesa jurídica das comunidades e no chamamento da Polícia Federal sempre que necessário for para coibir ações mais violentas. “Não vamos permitir que fazendeiros ameaçem a população quilombola e também contamos com o apoio da Polícia Militar na segurança e na proteção das áreas”, declarou.
A denúncia de Maria das Dores, que veio a Brasília participar da marcha do Movimento Quilombola pela defesa da terra, na última segunda-feira (24), também é endossada pelo trabalhador rural Crispim dos Santos, o Rabicó, de 32 anos. Segundo ele, a representante da organização não-governamental teria mandado rezar uma missa, a qual disse aos moradores que teria ganho a posse das terras do Paraguaçu. Rabicó conta que não só as ameaças fazem parte do cotidiano, mas também jovens são orientados a dar documentos a dirigente com a promessa de arrumar emprego. Também promete, conforme Rabicó, dar cestas básicas a quem ficar contra a luta dos quilombolas pela titulação da área. “Vou apresentar nova denúncia no Ministério Público contra as práticas que esta senhora realiza junto a nós”, promete o quilombola.
Casos como o relatado pelos quilombolas que vivem em São Francisco do Paraguaçu são comuns na Bahia, detalha o secretário de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia. Para Luiz Alberto, tais práticas ainda acontecem porque a possibilidade de ver a titulação de áreas para comunidades quilombolas é uma ameaça para os grandes latifundios. Luiz Alberto lembra que muitas áreas remanescentes ocupam espaços hoje disputados pela especulação imobiliária e pela indústria turística, como o litoral norte baiano, por exemplo.
Mas o secretário Luiz Alberto lembra que o governo do Estado acompanha todos os casos de intimidação gerados a partir da certificação de comunidades e que a Sepromi trabalha de forma articulada com a Fundação Cultural Palmares e com a Seppir na defesa jurídica das comunidades e no chamamento da Polícia Federal sempre que necessário for para coibir ações mais violentas. “Não vamos permitir que fazendeiros ameaçem a população quilombola e também contamos com o apoio da Polícia Militar na segurança e na proteção das áreas”, declarou.