Notícias
Quarto dia de programação de aniversário da Palmares
Palmares contou com a Roda de Conversa sobre Experiências de Mapeamento de Comunidades de Matriz Africana nos Estados. O encontro aconteceu no auditório da sede da instituição. Compôs a roda o Pai Alcides da Bahia, Mãe Simone do Pará, Mãe Tuca da Paraíba, Mãe Flávia do Rio de Janeiro e Pai Hendrix do Rio Grande do Sul.
Por ser a primeira experiência de mapeamento cartográfico de comunidades de matrizes africanas no Distrito Federal, a Fundação Palmares buscou levantar entre os representantes o conhecimento que adquiriram ao mapearem seus próprios estados. O fruto dessa reunião auxiliará o desenvolvimento do projeto piloto.
A programação seguiu com a lavagem da Fundação. Segundo a Yalorixá Mãe Baiana, a lavagem trata-se de uma celebração cujo objetivo é purificar e abençoar o corpo, a alma e o ambiente, promovendo a paz através de símbolos e instrumentos religiosos como: adjás, atabaques, flores e ramos. A celebração contou com a participação do tradicional cortejo das baianas do Ilê Asé Eiyelé Ogé (Babá Joel T’Osagiyan) e do Babá Obalajó do Ilê Obá Asé Egbe Aláfin Oyo, e também do grupo de percussão Filhas do Ilê Axé Oyá Bagan de Brasília-DF. Foram 20 baianas fazendo um ato simbólico de lavagem aos representantes e convidados, feito com rosas, palmas e água de lavanda aspergidas.
Para ela “essa benção que as baianas trazem à Fundação Palmares nesse dia é uma benção de boas-vindas à instituição no meio das comunidades tradicionais de matriz africana. O povo de terreiro respalda e reconhece a Fundação Palmares”.
A yalorixá ainda acrescenta que o ritual traz uma grande importância, pois se trata de algo sagrado das comunidades tradicionais africanas. “Ancestralidade é a riqueza das comunidades, é tudo que as comunidades têm, preservam num âmbito do reconhecimento, na proteção da alma, do corpo, na proteção da pessoa física, na proteção do seu sagrado”, completou.
Logo após o ato, foi apresentado às autoridades o projeto “Mapeamento das Comunidades de Matriz Africana no DF – 1ª etapa – Cartografia Básica”. Segundo o Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da FCP, o projeto busca construir uma cartografia básica mostrando a localização dos sítios religiosos de matriz africana existentes na região, construindo um banco de dados com referências espaciais (coordenadas geográficas e UTM*), registro fotográfico da fachada do terreiro e outras informações possíveis de colher.
Pretende-se contemplar aproximadamente 450 (quatrocentos e cinquenta) sítios, no espaço do DF, podendo ser incluso novos sítios religiosos de matriz africana que venham a ser solicitados. Espera-se construir, através da pesquisa, um mapa temático analógico (impresso) e digital (virtual) que poderá ser reproduzido e exibido em diferentes suporte e plataformas e de um relatório técnico com as fichas individualizadas de cada terreiro cadastrado com informações básicas.
Esteve presente a deputada federal Erika Kokay e enviaram representantes: o Governo do DF, Ministério da Cultura, IPHAN, Ministério da Justiça e Cidadania e Ministério Público Federal entre outras autoridades. Da Universidade de Brasília comparecem o Prof. Rafael Sanzio (Coordenação do Projeto Geo Afro da UnB), Prof. Joelma Rodrigues (Coordenação de Questões Negras da Diretoria da Diversidade da UnB). A direção da Escola Classe 209 Sul enviou a Prof. ª Luciana.
Prestigiando o evento, estiveram representando a sociedade civil organizada os seguintes grupos: Instituto Oju Obá, Força Afro, Ilê Axé Eiylê Ogé, Movimento Organizado Afro-Descendente (MOA), Coletivo de Entidades Negras (CEN), Foafro – DF, Federação de Umbanda e Candomblé do DF e Entorno, Renafro, Liderança da Cidade Ocidental, Rede Afro, Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno, Cortejo Afro, Cepta, Santinha Moda Afro, Iyaya do Acarajé e Iya Kimin do Acarajé.