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Projeto Escola sem Racismo
A Fundação Cultural Palmares (FCP) coloca em prática o projeto escola sem racismo, que tem como a sua principal proposta combater o racismo na base e fomentar a cultura afro-brasileira entre os alunos e educadores.
O projeto piloto que está sendo desenvolvido no Distrito Federal teve inicio nesta ultima sexta-feira (10) de agosto, onde a (FCP) recebeu as turmas do 5º ano matutino e vespertino da escola 413 sul , a proposta da atividade foi uma visita guiada da escola na FCP.
Em ambos os turnos, a atividade foi iniciada com a visita ao acervo da FCP. Em uma sala no térreo foi montado um pequeno museu com peças do acervo interno, dentre as quais grilhões utilizados durante o período escravocrata para prender crianças e adultos escravizados, bem como quadros variados que retratam a cultura afro-brasileira e as culturas africanas; instrumentos musicais – macumba e berimbau; bonecas abayomi e peças de cerâmicas. Ademais, os representantes da Fundação, propuseram dinâmicas que motivaram as crianças a refletirem sobre a visão midiática do continente africano, apresentando fotografias de diversas metrópoles africanas e pontos turísticos, a exemplo da bela Baía de Luanda e imagens do Egito, no intuito de compreender a percepção dos estudantes acerca do continente africano.
Ademais, os coordenadores do projeto Lorena Marques e Matheus Santana, falaram sobre heróis e heroínas negras e representatividade negra nos diversos campos profissionais.
No segundo momento, iniciaram a visita guiada, percorrendo e explicando sobre os departamentos e as principais ações desenvolvidas pela FCP.
Para finalizar, os estudantes visitaram a ‘‘sala da presidência’’, onde a dinâmica realizada envolvia a seguinte reflexão: ‘‘O que você faria se fosse presidente da Fundação Cultural Palmares’’?
”Compreendo que a escola tem o importante papel de auxiliar no combate ao racismo, por meio de experiências que estimulem a reflexão nos estudantes, desde os anos iniciais. Os professores devem discutir com os estudantes o protagonismo negro na história e na produção do conhecimento, apresentar as civilizações africanas da mesma forma que apresenta as civilizações ocidentais. O estudante precisa compreender que o continente africano não é histórico e não é homogêneo. No mais, precisa fomentar um ambiente de respeito às religiões, de respeito ás diferenças. Observo que há certa evolução no ambiente escolar quando lembro que entre os anos de 1990 e 2000, quando estava em idade escolar, essas discussões eram praticamente inexistentes” afirmou Lorena Marques.
“O combate ao racismo é diário e é necessário estar presente nas escolas em todos os momentos, não só no mês da consciência negra e sendo abordada de maneira rasa. O racismo está presente na vida do aluno desde sua infância, muitas vezes sem a criança saber que é alvo de racismo, então ensinar sobre nossa história, ensinar o que é o racismo é extremamente necessário para que as crianças negras tenham orgulho de sua história, de sua origem, de seus personagens históricos e para que as crianças não negras não reproduzam esse tipo de comportamento” afirmou Matheus Santana.