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Professor argentino ressalta cultura como objeto de resistência da América Latina
Publicado em
15/09/2006 09h00
Atualizado em
06/06/2024 09h53
Brasília, 15/9/06 – Ao proferir a primeira plenária do II Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares e I Encontro Sul Americano das Culturas Populares, o professor Cláudio Spiegel, da Universidade de Buenos Aires, ressaltou a importância das manifestações culturais como símbolos de uma resistência colonial. As explicações do professor argentino levaram aos participantes do congresso a embarcar em uma viagem colonial, onde os colonizadores ibéricos (espanhóis e portugueses) tentaram extinguir com qualquer manifesto e costume dos povos dominados, no caso os indígenas e os negros que foram trazidos do continente africano para serem escravos em terras latinas. A dominação colonial trouxe também reflexos fundamentais para a formação da sociedade argentina. Para Spiegel, a dominação espanhola e a posterior ditadura militar argentina, a qual passou a vigorar após o Golpe Militar de 1976, suprimiram a participação e a presença de negros, índios e crioulos das manifestações culturais argentinas. No caso os crioulos, ou criollos, como são chamados na Argentina, nada mais são do que homens e mulheres brancas que se miscigenaram com índios, portanto não são enquadrados como negros, índios ou mestiços. A segunda parte da palestra do educador apontou que os manifestos culturais populares, como a “murca”, originária dos negros e considerada como o carnaval argentino, valeu como um grito dos camponeses expulsos de suas terras e desempregados contra as desigualdades sociais. Bastante comum na periferia da Grande Buenos Aires, os ensaios da murca acontecem em galpões de antigas fábricas e outras instalações, as quais são recuperadas e servem para misturar divertimento e conscientização política.
Para finalizar a sua participação, Spiegel lembrou que os manifestos culturais populares são atos que podem sim serem integrados a luta política. “A valorização da cultura popular faz parte das lutas democráticas em nosso continente”, concluiu o professor da Universidade de Buenos Aires antes de responder as questões do público, cuja mediação da palestra ficou a cargo do presidente da Fundação Cultural Palmares, professor-doutor Ubiratan Castro de Araújo.
Os demais painéis realizados no primeiro dia do Seminário (15) debateram a Gestão e Promoção das Culturas Populares e Políticas Públicas para as Culturas Populares. A programação oficial do seminário e outras informações podem ser acompanhadas, direto, pelo sítio eletrônico www.culturaspopulares.com.br
Para finalizar a sua participação, Spiegel lembrou que os manifestos culturais populares são atos que podem sim serem integrados a luta política. “A valorização da cultura popular faz parte das lutas democráticas em nosso continente”, concluiu o professor da Universidade de Buenos Aires antes de responder as questões do público, cuja mediação da palestra ficou a cargo do presidente da Fundação Cultural Palmares, professor-doutor Ubiratan Castro de Araújo.
Os demais painéis realizados no primeiro dia do Seminário (15) debateram a Gestão e Promoção das Culturas Populares e Políticas Públicas para as Culturas Populares. A programação oficial do seminário e outras informações podem ser acompanhadas, direto, pelo sítio eletrônico www.culturaspopulares.com.br