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Primeiro ator negro a vencer o Oscar, Sidney Poitier, entra na lista de Personalidades Notáveis Negras da Fundação Cultural Palmares
O nome do ator e diretor americano Sidney Poitier passou a integrar honrosamente a lista de Personalidades Notáveis Negras da Fundação Cultural Palmares nesta sexta-feira, 21 de janeiro de 2022. Poitier foi o primeiro ator negro a ser indicado ao Oscar de Melhor ator, pela interpretação no filme Acorrentados, e o primeiro negro a ganhar a estatueta por “Uma Voz Nas Sombras”. O artista nasceu no dia 20 de fevereiro de 1927, em Miami, na Flórida e faleceu no dia 6 de janeiro de 2022, em Los Angeles, na Califórnia, aos 94 anos de idade.
Depois de vários papéis secundários ao longo da carreira de ator, Sidney começou a receber convites para o papel principal. Em 1958, atuou ao lado de Tony Curtis em “The Defiant Ones” (Acorrentados), que valeu-lhe o Prêmio BAFTA de Cinema (1959) e uma indicação ao Oscar de Melhor Em 1959, atuou na adaptação para o cinema de Porgy and Bess ao lado de Dorthy Dandridge e recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Filme Musical ou Comédia. Em 1997, atuou ao lado de Bruce Willis e Richard Gere no filme “O Chacal”, onde viveu um agente do FBI.
Em 2002, ele recebeu o Oscar Honorário da Academia por sua contribuição geral ao cinema norte-americano. Em 2 de março de 2014, na 86.ª festa do Oscar, Poitier, junto com Angelina Jolie, apresentou o Prêmio de Melhor Diretor e foi ovacionado de pé. Jolie agradeceu a ele por todas as contribuições para Hollywood. Além de seu trabalho no cinema e nos palcos, Poitier participava dos movimentos em defesa dos direitos civis.
Poitier nasceu em um veleiro a caminho de Miami, Flórida, Estados Unidos no dia 20 de fevereiro de 1927 enquanto seus pais, agricultores de Cat Island, Bahamas, viajavam para vender sua produção. O ator teve uma infância pobre e com poucos estudos na cidade de seus pais. Com 11 anos, mudou-se com a família para Nassau. Segundo alguns pesquisadores, sua família é descendente de imigrantes haitianos.
Com 15 anos, ele foi levado para Miami para morar com seu irmão mais velho. Aos 16 anos, decidiu ir para Nova Iorque. Nesse período, teve vários empregos, como o de lavador de pratos e dormia em terminais de ônibus.
Durante a Segunda Guerra, em novembro de 1943, ele mentiu sua idade e alistou-se no Exército. Foi casado com Juanita Hardy entre 1950 e 1965. Sidney vivia com sua segunda esposa Joanna Shimkus.
Ao deixar o Exército e interessado em trabalhar no teatro, tentou ingressar no The American Negro Theatre, mas foi rejeitado. Durante seis meses, procurou melhorar seu desempenho e seu sotaque. Após ser aceito no teatro, conseguiu uma ponta em uma produção da Broadway, Lysistrata, tendo recebido elogios por sua atuação.
No final de 1949, teve que escolher entre o papel principal em uma peça da Broadway ou o convite de Darryl F. Zanuck para atuar no filme o Way Out (O Ódio é cego) de Joseph L. Mankiewicz. Escolheu o cinema e interpretou um médico negro. Em 1951, viajou para a África do Sul com o ator afro-americano Canada Lee para estrelar no filme “Cry, the Beloved Country” (Os Deserdados).
Nos anos 70, passou a dirigir e produzir alcançando sucesso em ambas as áreas. Sua estreia como diretor de longa-metragem foi no faroeste “Um Por Deus, Outro Pelo Diabo” (1972). Em seguida vieram: “Dezembro Ardente” (1973), “Aconteceu num Sábado” (1974), “Aconteceu Outra Vez” (1975), “Um Pouco de Ação” (1977), “Loucos de Dar Nó” (1980), “Ritmo Quente” (1985) e “Papai Fantasma” (1990).
Em abril de 1997, Sidney Poitier foi nomeado embaixador, não residente, das Bahamas no Japão, cargo que ocupou até 2007. Entre 2002 e 2007, ele foi simultaneamente embaixador das Bahamas na UNESCO.
O artista teve uma carreira artistica promissora mesmo enfrentando as adversidades da época. Ter sido o primeiro negro a vencer o Oscar de melhor ator, inicentivou outros profissionais da área, os quais sonhavam em trilhar a mesma carreira a continuarem lutando pelos sonhos. Ele ganhou o Oscar por “Uma Voz na Sombras”, em 1963, no qual interpretou um trabalhador itinerante que ajuda um grupo de freiras. Muitos de seus filmes mais conhecidos exploraram as tensões raciais, enquanto os americanos lutavam contra as mudanças sociais provocadas pelo movimento dos direitos civis.
Ao longo da carreira, Sidney recusou-se a assumir papéis que considerava degradantes. Embora tenha desaparecido como grande atração de bilheteria, Poitier continuou a aparecer na tela esporadicamente na década de 1990, principalmente com Tom Berenger no thriller de ação de 1988 “Atirando para Matar”, com Robert Redford no filme de trapaça de 1992 “Quebra de Sigilo” e com Bruce Willis e Richard Gere em “O Chacal”, de 1997, seu último papel no cinema.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sidney_Poitier
https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2022/01/07/sidney-poitier-morre-aos-94-anos-e-artistas-lamentam-pioneiro-gracioso-lindo.ghtml
https://cbn.globoradio.globo.com/default.htm?url=%2Fmedia%2Faudio%2F363380%2Fator-sidney-poitier-morre-aos-94-anos.htm
https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/morre-aos-94-anos-sidney-poitier-primeiro-ator-negro-a-ganhar-um-oscar/
Por Fundação Cultural Palmares