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PESAR: Autoridades comentam morte de Vivaldo da Costa Lima
Vivaldo da Costa Lima (1925-2010)
Por Joceline Gomes
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, lamentou profundamente a morte de Vivaldo da Costa Lima, ocorrida na noite da última terça-feira (21). O antropólogo baiano, de 85 anos, estava internado na Fundação Baiana de Cardiologia, em Salvador (BA), onde se deu o óbito, por insuficiência cardiorrespiratória e renal. “Ficamos um pouco mais tristes e mais pobres. Vivaldo era uma referência viva de nossa história, de nossa cultura, de nossa luta”, diz Zulu.
Um dos mais importantes estudiosos da cultura afro-brasileira, Vivaldo da Costa Lima dedicou grande parte de sua vida à pesquisa sobre a influência africana na formação da cultura baiana, produzindo obras fundamentais neste campo, como “A Família de Santo nos Candomblés Jejes-Nagôs da Bahia” (1977). Dentre outras iniciativas relevantes no âmbito da cultura brasileira, fundou, junto com outros intelectuais, o Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
HUMANISTA – Reconhecido nacional e internacionalmente pela contribuição ao estudo sobre a formação do povo brasileiro, Vivaldo da Costa Lima foi um dos primeiros acadêmicos do País a visitarem a África, sendo apontado pelo fotógrafo e etnólogo francês Pierre Verger como um grande humanista. O “Intérprete do Afro-Brasil” exerceu o cargo de diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) da Bahia, tendo como foco ações de revitalização do Pelourinho, na década de 1970.
Dono de uma das maiores bibliotecas sobre antropologia da alimentação do mundo, dedicou-se, nos últimos anos, a pesquisas sobre o assunto, que planejava publicar. O professor emérito da Universidade Federal da Bahia e Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá tinha câncer, havia se submetido a uma cirurgia no coração e era diabético. Ele foi sepultado no Cemitério do Campo Santo, em Salvador. Veja, abaixo, outras repercussões sobre a morte deste extraordinário intelectual.
“ Morreu um de nossos grandes mestres, um homem comprometido com sua terra e com seu povo (Juca Ferreira, ministro da Cultura).
“ Ficamos um pouco mais tristes e mais pobres (Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares).
“ O professor Vivaldo nos deixa muitas saudades e exemplo a ser sempre seguido (Frederico, Mendonça diretor geral do IPAC).