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Personalidades Negras – Luiz Melodia
Uma “Pérola Negra” da música popular brasileira, assim podemos definir Luiz Carlos dos Santos (Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1951 – Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2017), mais conhecido como Luiz Melodia, ator, cantor e compositor brasileiro de MPB, rock, blues, soul e samba. Filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico, cresceu no morro de São Carlos no bairro do Estácio, lançou seu primeiro LP em 1973, “Pérola Negra”. No “Festival Abertura”, competição musical da Rede Globo, consegue chegar à final com sua canção “Ébano”.
Nas décadas seguintes Melodia lançou diversos álbuns e realizou shows no Brasil e na Europa. Em 1987, apresentou-se em Chateauvallon, na França, e em Berna, Suíça. Em 1992, participou do “III Festival de Música de Folcalquier”, na França, e, em 2004, do Festival de Jazz de Montreux, à beira do Lago Leman, onde se apresentou no Auditorium Stravinski, palco principal do festival. Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor de MPB.[6] Em 31 de maio de 2018, foi confirmado como homenageado póstumo da 29º Prêmio da Música Brasileira
Começou a carreira musical em 1963 com o cantor Mizinho, ao mesmo tempo em que trabalhava como tipógrafo, vendedor, caixeiro e músico em bares noturnos. Em 1964 formou o conjunto musical “Os Instantâneos”, com Manoel, Nazareno e Mizinho. Depois de abandonar o ginásio Melodia passou a adolescência compondo e tocando sucessos da Jovem Guarda e Bossa Nova, com o grupo ‘Instantâneos” formado com amigos. Essa experiência juntamente com a atmosfera do tradicional samba dos morros cariocas, em que vivia, resultaram em uma mescla de influências que renderam a Luiz Melodia um estilo único, logo acabou por chamar atenção de um assíduo frequentador do morro do Estácio, o poeta Wally Salomão e de Torquato Neto.
Através de Wally, Gal Costa acabou conhecendo um de seus compositores prediletos, gravando “Pérola negra” no disco “Gal a todo vapor” de 1972. Pouco depois era vez do sucesso “Estácio, Holly Estácio”, ganhar sua interpretação na maravilhosa voz de Maria Bethânia. Foi nesta época que o artista assumiu o nome Luiz Melodia – o sobrenome artístico de seu pai Oswaldo, e lançou no ano seguinte (1973) seu primeiro e antológico disco “Pérola negra”. Sua postura, porém, mantinha a mesma irreverência e inquietude, da do garoto que tocava iê-iê-iê nos berços de samba carioca, que lhe rendeu um estilo musical inconfundível, assim como críticas que o consideravam um artista “maldito”, ao lado de nomes como Fagner e João Bosco, por exemplo. “Não éramos pessoas que obedeciam. Burlávamos, pode-se dizer assim, todas as ordens da casa, da gravadora; rompíamos com situações que não nos convinham. Sempre acreditei naquilo que fiz e faço” afirma o Luiz.
Sua carreira acabou por consolidar-se no disco seguinte, “Maravilhas contemporâneas” (1976), popularizado pela canção “Mico de circo” (1978), que seria gravado em seu retorno ao Rio. Nas décadas seguintes Melodia lança diversos álbuns e realiza shows, inclusive internacionais. Em 1987 – Chateauvallon, na França e Berna, Suíça. Em 1992 participa do “III festival de Música de Folcalquier” na França e em 2004 do Festival de Jazz de Montreux à beira do lago Lemán, onde se apresentou no auditório Stravinski, palco principal do festival.
Em 1980, Luiz Melodia lança “Nós”. No disco seguinte “Relíquias” (1985), faz uma releitura com novos arranjos para sucessos como “Ébano”, “Subanormal” – e no registro intimista intenso de “Acústico – ao vivo” (1999), em que passeia novamente por sua obra, agora através da espontaneidade de um disco gravado ao vivo durante sua turnê nacional, considerado sucesso de público e crítica.
O músico faleceu na madrugada do dia 4 de agosto de 2017, em decorrência do agravamento de um mieloma múltiplo, um tipo raro de câncer que acomete a medula óssea. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula (Catumbi).
Luiz Carlos dos Santos, Luiz Melodia, nasceu no morro do Estácio, bairro da cidade do Rio de Janeiro, no dia 7 de janeiro de 1951. Único filho homem de Oswaldo e Eurídice, descobriu a música ao ver o pai tocando em casa: “Fui pegando a viola dele, tirando uns acordes, observando. Ele não deixava eu pegar a viola de 4 cordas que era uma relíquia, muito bonita, onde eu aprendi a tocar umas coisas. “
Apesar da precoce afinidade com a música, Luiz acabou contrariando seu pai, que sonhava vê-lo um “doutor” formado: “Ele não apoiava, não adiantou coisíssima alguma, até porque as coisas foram acontecendo. Depois ele veio a curtir para caramba, quando ele faleceu, perdi um grande fã.”, revela.