Adhemar Ferreira da Silva nasceu em Casa Verde, bairro operário de São Paulo, no dia 29 de setembro de 1927. Filho único de um ferroviário e uma cozinheira, se tornou o maior atleta olímpico brasileiro, conforme a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT).
Conheceu o atletismo aos 18 anos, após aceitar o convite de um amigo para conhecer a pista do São Paulo Futebol Clube. Após receber algumas poucas explicações, saltou a marca de 12m90, impressionando a todos. A partir daquele instante tinha início uma carreira esplêndida, ao longo da qual foi sempre treinado por Dietrich Gerner.
Sua primeira competição foi o Troféu Brasil, em 1947, quando obteve a marca de 13m05.
Para ir, no ano seguinte, aos Jogos Olímpicos de Londres, precisava saltar 14m80, mas Adhemar conseguiu saltar 23cm a mais do que o mínimo necessário. Essa marca foi alcançada com apenas 2 a 3 treinos por semana, feitos na hora do almoço, já que ele trabalhava nos dois períodos e estudava à noite. Contudo, em sua primeira Olimpíada, Adhemar conseguiu apenas um 14º lugar entre 29 competidores.
Em dezembro de 1950, estando mais preparado e melhor condicionado, Adhemar entrou para a história, ao saltar 16m e igualar o recorde mundial do japonês Naoto Tajima, que vigorava desde 1936. Essa marca para o salto triplo era considerada uma espécie de limite para as possibilidades humanas. Porém, Adhemar não o conhecia.
Nos Jogos Pan-Americanos de Buenos Aires, disputados em 1951, Adhemar saltou 15m19 e tornou-se o primeiro nome do atletismo nacional a ganhar ouro no Pan, feito que repetiria outras duas vezes, em 1955, no México, e, em 1959, em Chicago.
Em 30 de setembro de 1951, Adhemar Ferreira quebra o recorde mundial saltando 16m01, na pista do Fluminense, no Rio.
Em 1952, ele surpreende a todos, superando esse mesmo recorde em 4 de 6 tentativas, saltando 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m, o que lhe conferiu os recordes mundial e olímpico, bem como a primeira medalha de ouro olímpica. Para agradecer aos aplausos do público, ele deu uma volta completa em torno do estádio e acabou inventando, mesmo que sem querer, a volta olímpica.É nos Jogos Pan-Americanos do México, em 1955, que ele atinge a melhor marca de sua vida, 16m56. A partir deste ano até o fim de sua carreira, passa a competir pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.
Dando sequência a seu período áureo, em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (Austrália), Adhemar, apesar de estar sofrendo de uma forte dor de dente, melhorou a marca anterior e quebrou novamente o recorde olímpico (16m35), se tornando bicampeão. O primeiro bicampeão olímpico brasileiro no salto triplo e o único atleta do país a conquistar 2 medalhas olímpicas de ouro em duas edições consecutivas.