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Personalidades Negras – Adhemar Ferreira da Silva

Publicado em 13/01/2016 09h00 Atualizado em 05/06/2023 14h58
Personalidades Negras – Adhemar Ferreira da Silva

Adhemar Ferreira da Silva nasceu em Casa Verde, bairro operário de São Paulo, no dia 29 de setembro de 1927. Filho único de um ferroviário e uma cozinheira, se tornou o maior atleta olímpico brasileiro, conforme a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT).

Conheceu o atletismo aos 18 anos, após aceitar o convite de um amigo para conhecer a pista do São Paulo Futebol Clube. Após receber algumas poucas explicações, saltou a marca de 12m90, impressionando a todos. A partir daquele instante tinha início uma carreira esplêndida, ao longo da qual foi sempre treinado por Dietrich Gerner.

Sua primeira competição foi o Troféu Brasil, em 1947, quando obteve a marca de 13m05.

Para ir, no ano seguinte, aos Jogos Olímpicos de Londres, precisava saltar 14m80, mas Adhemar conseguiu saltar 23cm a mais do que o mínimo necessário. Essa marca foi alcançada com apenas 2 a 3 treinos por semana, feitos na hora do almoço, já que ele trabalhava nos dois períodos e estudava à noite. Contudo, em sua primeira Olimpíada, Adhemar conseguiu apenas um 14º lugar entre 29 competidores.

Em dezembro de 1950, estando mais preparado e melhor condicionado, Adhemar entrou para a história, ao saltar 16m e igualar o recorde mundial do japonês Naoto Tajima, que vigorava desde 1936. Essa marca para o salto triplo era considerada uma espécie de limite para as possibilidades humanas. Porém, Adhemar não o conhecia.

Nos Jogos Pan-Americanos de Buenos Aires, disputados em 1951, Adhemar saltou 15m19 e tornou-se o primeiro nome do atletismo nacional a ganhar ouro no Pan, feito que repetiria outras duas vezes, em 1955, no México, e, em 1959, em Chicago.

Em 30 de setembro de 1951, Adhemar Ferreira quebra o recorde mundial saltando 16m01, na pista do Fluminense, no Rio.

Em 1952, ele surpreende a todos, superando esse mesmo recorde em 4 de 6 tentativas, saltando 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m, o que lhe conferiu os recordes mundial e olímpico, bem como a primeira medalha de ouro olímpica. Para agradecer aos aplausos do público, ele deu uma volta completa em torno do estádio e acabou inventando, mesmo que sem querer, a volta olímpica.

É nos Jogos Pan-Americanos do México, em 1955, que ele atinge a melhor marca de sua vida, 16m56. A partir deste ano até o fim de sua carreira, passa a competir pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.

Dando sequência a seu período áureo, em 1956, nos Jogos Olímpicos de Melbourne (Austrália), Adhemar, apesar de estar sofrendo de uma forte dor de dente, melhorou a marca anterior e quebrou novamente o recorde olímpico (16m35), se tornando bicampeão. O primeiro bicampeão olímpico brasileiro no salto triplo e o único atleta do país a conquistar 2 medalhas olímpicas de ouro em duas edições consecutivas.

Em 1959, vence o Pan de Chicago, mas, devido a problemas respiratórios, não passa da fase eliminatória, durante a Olimpíada de Roma, em 1960. Nesse mesmo ano, despede-se das pistas. Vencedor até o fim, encerrou sua última competição oficial como campeão carioca no salto triplo com a marca de 15,58 m.

Além dos títulos olímpicos e pan-americanos, Adhemar Ferreira da Silva foi dez vezes campeão brasileiro de atletismo e pentacampeão sul-americano, colecionando, ao todo, mais de 40 títulos e troféus internacionais.

Adhemar Ferreira da Silva morreu em 12 de janeiro de 2001, em SP, vítima de um ataque cardíaco.

Reconhecimento

Em 1993, Adhemar recebeu o título de Herói de Helsinque, junto com Emil Zatopek. E, em 2000, foi agraciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com o Mérito Olímpico.

Em 2000, Tania Mara Siviero publica, pela editora DBA, o livro Herói Por Nós: Adhemar Ferreira da Silva, o Ouro Negro Brasileiro .

Em 2012, Adhemar Ferreira da Silva foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo . Ele é o único brasileiro a representar o país no salão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), criado como parte das celebrações do centenário da instituição.

Para além das pistas

Embora de origem humilde e dedicado à vida esportiva, Adhemar era um homem culto. Foi escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1948), graduando-se ainda em Educação Física, na Escola do Exército, em Direito, na Universidade do Brasil (1968), e em Relações Públicas, na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (1990).

Foi adido cultural na embaixada brasileira em Lagos, Nigéria, entre 1964 e 1967.

Atuou, em 1954, na peça Orfeu da Conceição , de Vinícius de Moraes, e no filme franco-italiano, Orfeu Negro , de 1959, feito a partir do texto teatral, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, do mesmo ano, e do Globo de Ouro e do Oscar, na categoria melhor filme estrangeiro, em 1960.

Fontes:

http://www.e-biografias.net/ademar_silva/
http://www.brazilianmusic.com/adhemar/indexp.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adhemar_Ferreira_da_Silva
http://www.cbat.org.br/atletas/adhemar.asp



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