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Palmares terá participação nas atividades do Mês da Consciência Negra no Estado do Amapá
Com o objetivo de transformar novembro em uma grande festa, o Amapá guarda a maior parte das atividades do ano, voltadas às questões étnico raciais, para serem executadas fortalecendo o Mês da Consciência Negra. Em 2019, o marco contará mais uma vez com a participação da Fundação Cultural Palmares (FCP) valorizando a cultura do povo amapaense representado por 74% de negros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Amapá, a grande festa do Mês da Consciência Negra acontece na ilha de Macapá. Ela começa em novembro, mas ultrapassa o limite do calendário seguindo até dezembro, contemplando 40 comunidades negras do estado. Para garantir tamanha programação, a Secretaria de Estado da Cultura do Amapá trabalha durante todo o ano em busca de parcerias junto aos órgãos governamentais e privados.
“Novembro é o momento em que investimos na visibilidade e abrimos a porta da nossa casa para receber as pessoas interessadas em conhecer a nossa cultura”, afirma Aluísio de Carvalho, secretário Extraordinário de Políticas para os Povos Afrodescendentes do Governo do Estado. Dentre as atrações, o secretário ressalta a cultura tradicional marcada pelos costumes dos terreiros, pelas comidas típicas, pela capoeira e mais recentemente, o Hip Hop. “Além das apresentações, fazemos questão de debates e seminários. As pessoas precisam estar bem informadas para apreciar melhor o que é proporcionado”, diz.
Valorização internacional – A participação internacional nas celebrações do Mês da Consciência Negra é garantida. Não apenas por turistas estrangeiros que chegam pelo Brasil, mas, especialmente por artistas e visitantes da Guiana Francesa, que atravessam a fronteira para prestigiar o evento. Maikon Richardson, especialista em Gestão de Pequenos Negócios do Sebrae/Amapá, avalia que a integração sociocultural entre os dois lados já é uma realidade em festivais, competições esportivas e até mesmo nos laços familiares.
Diante do impacto proporcionado por grandes eventos como a festa do Mês da Consciência Negra e pelos resultados de outros estudos na área de mercado, Richardson enfatiza que a Guiana Francesa tem no Amapá o seu parceiro preferencial no projeto de cooperação regional. “A fronteira Amapá/Guiana Francesa é a única área onde existe a real possibilidade de integração produtiva local entre o Brasil e a União Europeia”, destaca.
“O comércio de subsistência na fronteira é muito intenso, já regulamentado através do Acordo Transfronteiriço pelos dois países (Brasil e França)”, diz o especialista. Assim, uma possibilidade de investimento seria “que a produção semimanufaturada de um lado poderia ser finalizada no outro, com obtenção de benefícios fiscais e financeiros proporcionando o desenvolvimento em ambos os lados da fronteira”, conclui Richardson.