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Palmares recebe as demandas da sociedade civil para as ações internacionais
No âmbito do Edital Conexão Brasil – África, FCP e paulistas discutem ações de intercâmbio cultural e artístico entre o Brasil e países da África
A Fundação Cultural Palmares realizou no último fim de semana, dias 19 e 20 de julho, em São Paulo, o seminário “Relações Internacionais Brasil-África na área da Cultura”. O encontro, que teve a participação de cerca de 130 pessoas, discutiu as relações culturais entre o Brasil, a África e a Afrodescendência, com foco na divulgação de informações sobre as possibilidades de parcerias entre o Brasil e países africanos.
Essa iniciativa, partiu da experiência do Edital Conexão Brasil-África, realizado pela FCP em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação que selecionou, em 2012, cujo selecionou projetos de cooperação técnica internacional com países africanos, latino-americanos e caribenhos.
De acordo com Daniel Brasil, assessor internacional da FCP e palestrante do evento, um ganho importante do encontro foi identificar expectativas sobre relações internacionais que poderá contribuir para as próximas ações da Palmares.“A nossa ideia foi mostrar para as pessoas como é esse cenário e como ocorrem as relações internacionais”,explica. “Nós também reafirmamos a disposição da Palmares em trabalhar com cultura negra, uma vez que dentro da área internacional é importante falar de culturas negras no plural mesmo, já que elas lutam por um espaço de enfrentamento em um mundo que absorveu a cultura eurocêntrica”, analisa.
No que se refere às dificuldades que as pessoas físicas e as instituições brasileiras que trabalham com cultura negra têm para participar de editais internacionais e concorrências públicas, Daniel explica que ainda há um grande gargalo a ser vencido. “São situações que vão desde o não conhecimento em outros idiomas, até o formato e documentação exigida pelos editais, que são muito rigorosos”, explica.
Nesse sentido, o assessor destaca que a FCP pretende disponibilizar para a sociedade civil mais informações sobre como participar desses processos. “Nossa meta agora é levar esse debate para o maior número de cidades possível de forma a contemplar as demandas do nosso público.”
Intercâmbio na prática – Durante a exposição, Priscila Preta, Débora Marçal e Flávia Rosa, artistas fundadoras da Cia Capulanas de Arte Negra contaram as experiências como participantes em editais para o intercâmbio cultural, realizados pelo MinC (Ministério da Cultura), destacando os desafios e êxitos da oportunidade.
Liliane Braga, da Quisqueya Brasil, também participou das oficinas e problematizou a presença majoritária de países da CPLP dentre os parceiros das organizações selecionadas pela primeira edição do Conexão Brasil-África. Ela questionou a ausência de representações da cultura negra nas nos culturais do Itamaraty espalhados pelo mundo.