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Palmares reafirma parcerias com o Amapá para fortalecimento da população negra
A Fundação Cultural Palmares (FCP) e o Estado do Amapá reafirmaram parcerias para a execução de novos projetos e para a reedição de propostas de sucesso no estado. As definições foram trabalhadas, na última semana, entre a FCP e representantes do Governo do Estado do Amapá que estiveram em Brasília, entre eles o Secretário de Estado de Políticas Públicas para os Povos Afrodescendentes, Aluizo Carvalho.
O objetivo é manter uma tradição de participação estratégica entre os órgãos, iniciada em 2014, para a potencialização de iniciativas que deem visibilidade à cultura, que gerem renda e que promovam o intercâmbio da diversidade negra nacional no Amapá. As propostas incluem o empreendedorismo afro e a capacitação de artesãos, de artistas como músicos e atores, além de produtores culturais.
“É muito importante que a Palmares reafirme seu compromisso com o Amapá e que participe com bons projetos na Região Norte”, afirmou Marco Antônio Evangelista da Silva, diretor substituto do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP. “Temos boas expectativas quanto a articulação de recursos para que sejam desenvolvidas ações, a nível de Estado, que fortaleçam não apenas as comunidades quilombolas, mas também a população negra urbana”, complementou Carvalho.
Tradição cultural – A FCP atua diretamente no Amapá deste a década de 2000. Entretanto, nos últimos seis anos, vem intensificando suas atuações voltadas à população negra deste estado. Eventos marcantes desta parceria foram as três edições da Virada Cultural Afro e o Festival Amazônico de Hip Hop. “Tiveram um grande impacto regional e até nacional devido à participação de artistas como Dudu Nobre, Banda Araketu, o grupo de rap Realidade Cruel e Lecy Brandão”, ressaltou Silva comentando que cada edição dos eventos foi marcada pela presença aproximada de 10 mil pessoas.
De acordo com Sidney Silva, do movimento Hip hop do Amapá, o Festival Amazônico de Hip Hop é o terceiro maior evento do gênero no Brasil, pois contempla a dança, o MC, o grafitti e o DJ. “A expansão desse evento para festival se deu graças a contemplação das batalhas de MCs com o Prêmio Preto Ghóez do Governo Federal em 2010 e repercutiu o movimento cultural do Estado do Amapá também internacionalmente”, disse. “Somos vizinhos da Guiana Francesa”, completou.
Atividades como essas promovem a interação entre as populações quilombolas e negros urbanos, resgatando aspectos importantes como a identidade, e, fortalecendo a economia local. Até o final de 2019, a FCP executará três novos projetos no Amapá: o Festival Identidade Cultural Africana dos Terreiros do Amapá; o Festival de Capoeira do Patrimônio-Imaterial do Povo Amapaense; e, o Encontro de Grupos de Hip-Hop do Amapá. “Em breve, novos acordos ainda serão fechados para contemplar outros seguimentos da população negra que também são de responsabilidade da Palmares mas também da Secretaria”, conclui Carvallho.