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Palmares quer participação mais intensa na FLIP
A presença pela primeira vez da Fundação Cultural Palmares na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), no último sábado (29), abre caminhos para que a instituição tenha atuação mais intensa no futuro em um dos maiores eventos culturais do Brasil. Em parceria com a Editora Malê, especializada em publicar autores negros, a Palmares participou da mesa temática Encontros Malê, com quatro autores do Prêmio Oliveira Silveira.
A mesa contou com as presenças de Júlio César Farias de Andrade, André Luís Soares, Custódia Wolney e Eduardo Carvalho, todos vencedores do Prêmio Oliveira Silveira, concedido pela Fundação Palmares para livros que abordem temáticas afro-brasileiras. Apenas Eliana Alves dos Santos não participou, por conta de uma viagem ao exterior. A mediação do encontro ficou a cargo do coordenador-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC) da Fundação Palmares,Vanderlei Lourenço. Os autores ainda autografaram suas obras para a plateia.
Vanderlei lembra que, no debate, vieram à tona temas como o cenário da literatura negra e a sua presença no mercado editorial. Segundo o coordenador do CNIRC, a Palmares teve oportunidade de falar sobre as ações que desenvolve para divulgar a literatura afro-brasileira.
Selo editorial
O representante da Fundação Palmares contou ao público que a instituição prepara novo edital do Prêmio Oliveira Silveira. Desta vez, o foco se concentra na literatura infanto-juvenil. Assim como na primeira edição, haverá o reconhecimento de uma obra por região. “A distribuição geográfica reforça o caráter de pluralidade da iniciativa”, observa Vanderlei Lourenço.
O coordenador do CNIRC informou que a Fundação promove mesas de debates e sessões de autógrafos com os escritores em diversas cidades. Em 2016, Eliana Alves dos Santos, primeira colocada no Prêmio, viajou à Feira Literária de Guadalajara, no México, a segunda maior do mundo, com apoio da Fundação Palmares, do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Vanderlei contou que a Fundação Palmares pretende lançar seu próprio selo editorial, que publicaria tanto clássicos da literatura negra fora de catálogo como autores contemporâneos do segmento. Ele diz que uma das estratégias para divulgar a literatura afro-brasileira serão tiragens de pelo menos 10 mil exemplares de cada obra, já que no Brasil existem cerca de 7 mil bibliotecas públicas, beneficiárias em potencial do projeto.
Ao fazer um balanço da estreia da Palmares na FLIP, Vanderlei Lourenço se diz satisfeito e revela entusiasmo para o futuro. “Este ano foi um marco. Queremos lançar nosso selo editorial em 2018 e, a partir daí, manter uma participação mais efetiva e planejada na Festa Literária Internacional de Paraty, o que contribuirá sensivelmente para a divulgação da literatura negra brasileira”, ressalta.