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Palmares lança logotipo comemorativo pelos seus 35 anos
Não passou despercebido da Fundação Cultural Palmares o fato de que a capital do Brasil desperta o fascínio em estudiosos por sua semelhança com uma cidade egípcia milenar, chamada Akhetaton.
Brasília, que abriga a entidade federal responsável por promover e proteger a cultura afro-brasileira, tem em si mesma vastas características em sua arquitetura e história que trazem à memória uma parte interessantíssima da história africana.
Akhetaton, também conhecida como a Cidade do Sol, foi construída para ser a nova capital do Antigo Egito. Amenhotep IV, o faraó que realizou este feito, ordenou que os egípcios abandonassem a adoração ao panteão composto por volta de 2.000 deuses e instituiu o monoteísmo, tendo como objeto de culto o deus Hórus-Rá-Aton (ou apenas Aton). O monoteísmo hoje é adotado por religiões como o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. O deus a ser cultuado não teria mais a forma de um homem com cabeça de falcão, mas agora por uma entidade representada por um disco solar com raios.
Diante do exposto, e por causa de todos os desafios que a Palmares enfrentou desde sua criação em 1988, a figura do Sol foi escolhida para ser unida ao símbolo do machado do orixá Xangô, no logotipo que identifica a Fundação Cultural Palmares, como um selo comemorativo pelos seus 35 anos completos.
Contudo, nossa inspiração não foi apenas na cultura egípcia. Nossos antepassados – vindos de onde hoje fica a Costa do Marfim, Angola, Moçambique, Nigéria, Gana, entre outras regiões na África – também tinham a influência desse astro em sua filosofia, tradições e arte. Acreditavam que o comportamento visível do Sol representava etapas da vida humana.
O povo bantu-kongo, por exemplo, o dividia em quatro momentos: Musoni, Kala, Tukula, Luvemba. Respectivamente eles se referem: meia-noite, ao sul, ligada à concepção, geminação e crescimento silencioso; nascer do sol ao leste, representando a fase do aprendizado e desenvolvimento; quando está no norte fala de amadurecimento e ápice da liderança e da força e por fim se põe ao oeste.
Na perspectiva iorubana os pontos do Universo são comandados por divindades: o leste (ila orun: nascimento do Sol: Exu); o oeste (iwan orun: o pôr do Sol: Xangô); o norte (igun keta: o volver-se da Terra para à direita: Ogun); e o sul (igun kerin aiya: o quarto canto do mundo: Obatalá).
Portanto, aprendemos com nossos ancestrais que períodos de escuridão fazem parte do ciclo da vida, mas o Sol nasce todo dia sempre trazendo a possibilidade de recomeçar. E é exatamente isso que desejamos transmitir por meio do logotipo comemorativo. O calor solar abraçando a todos com o sentimento de cura e otimismo. Sol que renova as forças e aumenta o desejo de superação. Ele será para nós símbolo de alegria, de otimismo e de esperança. E é isso que queremos comunicar: a Palmares voltou, e voltou com a energia de um Sol.
- Acesse aqui o Manual de uso do logotipo comemorativo.