Notícias
Palmares e MEC Reafirmam Parcerias no Projeto Conhecendo Nossa História
A Fundação Cultural Palmares (FCP) e o Ministério da Educação (MEC) trabalham parcerias de abrangência nacional voltadas à superação do racismo. As propostas foram debatidas por representantes dos dois órgãos em reunião nesta sexta-feira (26), na sede da FCP. Entre elas, a formulação de um termo de cooperação para que o Projeto Conhecendo Nossa História – Da África ao Brasil seja aplicado em todo o país.
Vanderlei Lourenço, presidente da FCP, apresentou o programa que possibilita ao professor cumprir com o Art. 26-A da Lei nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Na sua primeira fase, o Projeto levou materiais e conteúdos sobre a História e Cultura da África e Afro-brasileira para mais de 19 municípios. “Agora desejamos ampliar para que cada vez mais professores estejam preparados para tratar das temáticas negras em sala de aula”, disse.
De acordo com Sérgio de Oliveira, coordenador geral do Comitê Gestor de Incentivo à Capacitação e Qualificação do MEC, a divulgação da cultura negra é uma necessidade capaz de contribuir para o fim do preconceito racial. “O termo é singular, mas cultura negra é um conjunto de culturas que precisa ser divulgado, pois, é com informação que se alcança o respeito entre as pessoas, a aceitação de que todos podemos nos ver como iguais na sociedade”, afirma.
Equipes técnicas dos dois órgãos já estão se organizando para que a segunda fase do Conhecendo Nossa História tenha início em 2020. “O segundo semestre de 2019 é de estudo. Estamos levantando dados e avaliando o que ainda é preciso ser feito para que os resultados sejam os melhores”, enfatiza Oliveira.
Cotas raciais – Uma segunda questão esteve em torno da política de cotas raciais, prevista para ser encerrada no ano 2022. O MEC e a FCP acreditam que deve ser proposto um estudo junto à Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), órgão que monitora a política de cotas, que seja capaz de mostrar a sua efetividade e se há a necessidade de ampliação do prazo.
“Os dados devem mostrar o que foi alcançado por meio das cotas, quais foram esses avanços e as razões pelas quais não se chegaram à meta, se for o caso”, pontuou Lourenço, recordando situações de evasão por razões diversas: financeiras, psicológicas, distâncias entre as casas dos estudantes e os núcleos onde se encontram as universidades, preconceitos, entre outras.
Lorena Marques, coordenadora técnica do gabinete, acompanha trabalhos de Bancas de Heteroidentificação Racial. Ela comentou sobre a efetividade das cotas citando sua percepção quanto ao quadro de diplomatas do Instituto Rio Branco (IRBr) que, em 2018, já trouxe uma imagem mais representativa da realidade brasileira. “O quadro não mostra apenas rostos, tons de pele ou gênero, mas uma mudança de mentalidade dos diplomatas que passam por esse processo, seja participando do sistema de cotas, seja aceitando quem chega por meio dele”, concluiu.