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Painéis recompõem rota de tráfico de escravos
Zulu Araújo, com Inge Herbert (D) e Graciela Gonzalez, do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano Foto:ASCOM/Palmares
A iniciativa é do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano, e evidencia os fortes laços e influências culturais entre a África e o Brasil, onde aportaram cerca de 3.600.000 escravos, entre os séculos XVI e XVII, oriundos de diversas regiões do continente africano, sendo que grande parte desse contingente negro desembarcou na cidade do Salvador, capital da Bahia (BR), um dos macro-pontos destacados na rota reconstituída pela mostra.
ROTEIRO DO FLAGELO – Além da cidade do Salvador do Brasil, que integra a lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), recompõem o trajeto do tráfico humano as ilhas de Robben (África do Sul), Goréia (ou Gorée, no Senegal) e Moçambique (Moçambique); as localidades de Ouidah (Benin), Apraavasi Ghat (Ilha Mauricia) e Volta (Gana); as cidades de Mombasa (Quênia), Grande Acra (Gana) e Cidade Velha (Cabo Verde); e fortes e castelos de regiões centrais e orientais de Gana.
Para falar sobre a mostra e temáticas associadas, foram convidados Themba Wakashe, presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano e diretor-geral do Departamento de Arte e Cultura do Ministério da Cultura da África do Sul; Christina Cameron, patronesse do Fundo para o Patrimônio Mundial Africano; e o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo.
CONTEXTO – Luta pela liberdade: nossa herança africana está inserida na programação da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, aberta em 25 de julho último, no Teatro Nacional de Brasília, com uma memorável exposição viva do patrimônio imaterial do Brasil. Depois do evento, os painéis serão expostos na Fundação Cultural Palmares, onde permanecerão durante todo o mês de setembro, como parte do acordo de cooperação entre o Fundo para o Patrimônio Mundial Africano e a FCP.
A mostra sobre a rota do tráfico de escravos africanos foi exposta pela primeira vez durante os jogos da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, onde as reproduções dos painéis permanecem, na cidade do Cabo, e de onde seguem para a Ilha Goréia (ou Gorée, no Senegal), a Etiópia e a Espanha. A expectativa é de que Luta pela liberdade: nossa herança africana chame a atenção dos membros do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco sobre a necessidade de preservação destes valiosos bens culturais.
SOBRE A SESSÃO – A 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco ocorreu de 25 de julho a 3 de agosto últimos, no Centro de Convenções do Royal Tulip, reunindo 800 representantes das 187 nações que compõem o Comitê do Patrimônio Mundial, e que irão analisar a possibilidade de inclusão de 41 novos itens na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, entre bens naturais, culturais e mistos, apresentados por 35 países. O comitê vai avaliar, ainda, o estado de conservação de 31 bens que já conquistaram esse reconhecimento, mas que estão na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, e decidir se inclui outros bens que estejam necessitando de atenção especial.
SERVIÇO:
O quê: Solenidade de abertura de mostra, precedida de palestra e seguida de coquetel.
Título: Luta pela liberdade: nossa herança africana.
Quando: De 26/07/10 a 03/08/10.
Onde: Área externa do Hotel Royal Tulip de Brasília
Endereço: SHTN, Trecho 1, Conjunto 1B, Bloco C
Tels.: (61) 3424-7000 – Fax: (61) 3424-7001
Informações sobre a mostra: (61) 8164-6390