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Orgulho Negro em Alta na Feira Música Brasil
QUADRO NEGRO
Brasília, 25/01/07 – Uma das principais referências no caldeirão da música brasileira, a produção de matriz africana, composta e interpretada por artistas negros, é uma das principais atrações da Feira Música Brasil, de 7 a 11 de fevereiro em Recife. A Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, apresenta no estande do governo os álbuns patrocinados pela instituição nos últimos anos, exemplos da diversidade de sons e gêneros experimentada pelos músicos afro-brasileiros no país. Do hip hop dos grupos Simples Rap´ortagem (BA) e Atitude Feminina (DF) ao registro da tradição preservada pelos quilombos de Santa Rosa dos Pretos (MA), Aguapés (RS) e Mato do Tição (MG), o leque é amplo e inclui algumas das expressões mais genuínas da sonoridade afro-brasileira. Também no estande, serão exibidos documentários sobre as influências da África na música brasileira.
A Feira Música Brasil é promovida pelo Ministério da Cultura e pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) – que representa mais de cem selos de diversos estilos brasileiros, como samba, choro, frevo -, com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras e parcerias com o Sebrae, a Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco. Reunirá no Centro antigo de Recife profissionais de todos os setores da cadeia produtiva musical. O principal objetivo é difundir a qualidade e a diversidade da produção brasileira, dentro e fora do país, por meio de rodadas de negócios entre os participantes, cursos, debates e conferências.
Veja abaixo os álbuns divulgados pela Fundação Palmares:
“QUADRO NEGRO” – SIMPLES RAP´ORTAGEM (2004) |
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Neste single, os nove integrantes do grupo baiano Simples Rap´ortagem aproveitam a questão das cotas raciais nas universidades para dar uma aula de história sobre as injustiças enfrentadas pela população afro-brasileira. Com mais de 10 anos, a Simples Rap`ortagem é precursora do movimento hip hop em Salvador, caracterizado pela mistura do rap com elementos das culturas baiana e nordestina. A Simples destaca-se pela criatividade poética, pelo estímulo à reflexão e pela fusão de instrumentos clássicos com os populares violão, violino, berimbau, percussão e pandeiro. A gravação do CD foi apoiada pela Pró- Reitoria de Extensão UFBA, pela Fundação Cultural Palmares, pela UNICEF e pelo Centro de Estudos Afro-Orientais. |
“SENTIMENTOS ÉTNICOS CULTURAIS” |
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Registro de manifestações populares de matriz africana em Uberaba (MG). Reúne grupos tradicionais mineiros tais como o Afoxé da Oxum, a Abasa de Nkosi Bure, a Catira dos Cury, o Terno de Moçambique Zumbi dos Palmares e o Terno de Congada Minas Brasil. Além das letras dos cântigos regionais, o encarte traz informações sobre os conjuntos e as comunidades negras locais. Produzido pela Fundação Cultural Palmares em parceria com o Centro Nacional de Cidadania Negra (CENEG). |
“A MÚSICA DE CULTO AFRO-BRASILEIRO NA AMAZÔNIA” (2000) |
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A antropóloga Anaíza Vergolino e o maestro e compositor Mário Lima Brasil assinam este trabalho de pesquisa das sonoridades do tambor de mina no terreiro Lego Xapanã, de Pai Orlando Bassu, em Belém (PA). Em 23 faixas, o álbum apresenta os pontos de saudação aos orixás e demais cânticos da celebração, até a despedida. O encarte traz ifnormações sobre o sincretismo religioso afro-brasileiro, as letras e partituras de cada ponto e um glossário de expressões de origem africana. Realizado pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará com apoio do Ministério da Cultura. |
“TERÇA NEGRA” – COLETÂNEA (2006) |
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O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi a data escolhida pela Fundação Cultural Palmares, pela Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR) e pelo Movimento Negro Unificado (MNU) para a gravação do primeiro CD do projeto Terça Negra, promovido pela Prefeitura do Recife no Pátio de São Pedro. Com cerca de 3 mil espectadores, a gravação foi comandada pelo Afoxé Oyá Alaxé, que recebeu como convidados representantes dos afoxés ylé de egba, Ará Ode, Alafin Oyo e Oxum Panda. |
“SINFONIA BRASIL 500 ANOS” (2000) |
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Neste álbum duplo, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, sob regência do maestro Silvio Barbato, interpreta obras de cinco compositores brasileiros contemporâneos inspiradas nos 500 anos de história do país. O primeiro CD traz a Sinfonia Terra Brasilis, de Edino Krieger, a Sinfonia 2000, de Ronaldo Miranda, e a Oré-Jacytatá cartas Celestes no 8, de Almeida Prado. No segundo CD, estão a Sinfonia em Cinco Movimentos, de Jorge Antunes, e Mestiço & Caboclo, de Egberto Gismonti. Ricamente encartado, o álbum foi produzido pelo Instituto Terceiro Setor e financiado pelo Ministério da Cultura. |
“ROSAS” – ATITUDE FEMININA (2006) |
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Quarteto de hip hop formado em 2000 na cidade de São Sebastião (DF), periferia de Brasília, o Atitude Feminina lançou no fim do ano passado seu primeiro CD, “Rosas”, um libelo contra a violência doméstica e a discriminação das mulheres de classes mais humildes da sociedade. As composições pungentes, assinadas pelas cantoras Jane Veneno, Aninha, Hellen e Giza Black, expõem a realidade delas, algumas mães solteiras e com irmãos e namorado mortos pela criminalidade. O grupo foi eleito Revelação de 2006 no Prêmio Hutuz, o principal de cultura hip hop no Brasil. O CD inclui um clipe da canção-título em faixa-bônus. Patrocinado pela Fundação Palmares com a Associação Estadual Cláudio Santoro. |
“HOJE EU TIVE UM SONHO… CAROLINA DE JESUS” – COLETÂNEA |
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A escritora negra Carolina de Jesus (1914-1977) é a inspiração para os rappers paulistanos Negrosoul, Nega Liza. RE.FEM, Negra Lu, Shelly do Salgueiro, DJ Cris Soul e Flávia Souza. Sozinhos, em duplas ou todos juntos, eles intepretam canções de afirmação como o “Rap da hora”, “Soul quem sou”, “Respeitável público” e “Sou de fé, sou guerreira”. O álbum é resultado do Projeto Dimensões de Gênero e Raça no Movimento Hip Hop, da ONG Criola com apoio da Fundação Cultural Palmares. |
“CANTIGAS DE ANGOLA” – BATE-FOLHA KUPAPA UNSABA (2004) |
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Primeiro registro sonoro dos cantos rituais da comunidade de terreiro do Bate Folha (Kupapa Unsaba), do Rio de Janeiro. Nas 46 faixas, estão as preces para os 15 nkisi (pronuncia-se inquice), deuses do candomblé de origem banta, uma das primeiras culturas negras a desembarcar no Brasil. As orações são entoadas em quimbundo, língua ancestral angolana, e executadas por seis percussionistas e seis filhas-de-santo liderados por Floripes Correia da Silva Gomes – a Mam`etu Mabeji, mãe-de-santo do Bate Folha. O CD foi realizado pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e pela Fundação Universitária de Brasília (Fubra), em parceria com a Fundação Cultural Palmares e o Museu da República. |
“MOSAICO MUSICAL DOS QUILOMBOS” (2002) |
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Apresenta a música tradicional de três comunidades negras rurais brasileiras: Santa Rosa dos Pretos ou Santa Rosa do Barão (Itapecurumim, Maranhão), Aguapés (Osório, Rio Grande do Sul) e Mato do Tição (Jaboticatubas, Minas Gerais). A cultura africana se manifesta especialmente em tradições como o tambor de mina, o coco, o candombe, o maçambique. A presença portuguesa aparece nas ladainhas, benditos e cânticos, na reza do terço e na ciranda. Gravado pela Associação Cultural Cachuera! em parceria da Fundação Cultural Palmares. Mais informações: www.cachuera.org.br |
“RITMOS NOS QUILOMBOS” – OFFICINA AFRO (2002) |
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Coletânea maranhense de ritmos ancestrais e interpretações de músicas que conjugam dialetos africanos, tais como: Hollof, Yorubá, Quibundo, Kicongo. Com letras melódicas em português, misturadas a uma beleza primitiva de ritmo e coro tribal, extraídas da trilha sonora do espetáculo de dança Quilombo Frechal e recheado de composições afro específicas. A composição de um CD retratando a reconquista das Terras de Preto pressupõe mais uma contribuição para a preservação histórica da resistência dos quilombos e também à confirmação do amor ao povo maranhense. Gravado pela Companhia Officina Affro e pelo Grupo Como Ver em parceria com a Fundação Cultural Palmares. |
“CANTORAS / NEGRAS / BRASILEIRAS” (1998) |
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Registro do show “Cantoras Negras Brasileiras”, realizado em novembro de 1997 no Memorial da América Latina, durante o Encontro da Cultura Brasileira em São Paulo. Dele participaram 21 intérpretes, entre as quais Carmen Costa, Mart´nália, Áurea Martins, Elza Soares, Leci Brandão e Margareth Menezes. O Grupo a 4 Vozes abre o espetáculo com “Zumbi – A felicidade guerreira” (Gilberto Gil/Wally Salomão), e outras músicas importantes para o movimento negro também são lembradas, como “Senhora liberdade” (Wilson Moreira e Ney Lopes), cantada por Zezé Motta, e “Depois que o Ilê passar” (Miltão), com Leci Brandão. Realizado pela Fundação Cultural Palmares e pelo Ministério da Cultura com apoio do grupo Quilomhoje. |