Notícias
Oficina sobre o Centro de Interpretação de Patrimônio Mundial Cais do Valongo
A Fundação Cultural Palmares (FCP) esteve nesta segunda-feira (30), por intermédio do presidente, João Jorge Rodrigues, com membros do Grupo de Trabalho Interministerial do sítio Arqueológico Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, em parceria com o Comitê Gestor do Valongo.
A reunião trata-se de uma oficina sobre o Centro de Interpretação de Patrimônio Mundial Cais do Valongo, a fim de estruturar os enfrentamentos quanto às demandas da sociedade civil e às definições sobre o equipamento a ser implantado, e as implicações sobre a gestão do sítio.
A oficina teve como propósito trazer conhecimentos conceituais e de gestão para a definição do equipamento cultural, relacionado à interpretação do bem reconhecido como Patrimônio Mundial e ao Centro de Referência da Herança Africana, propostas tratadas durante o processo de candidatura do bem, que ser implantado no Prédio André Rebouças (Docas II) e que constam das suas diretrizes de gestão.
Estiveram presentes representantes do Ministério da Igualdade Racial, do Ministério da Cultura, do Direitos Humanos e da Cidadania e da Coordenadação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas, do Instituto Brasileiro de Museus e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Relembre
Em março deste ano, a Fundação participou da posse de novos integrantes do Comitê da posse dos novos integrantes do Comitê Gestor do Cais do Valongo. Com o retorno, o principal objetivo do comitê é planejar ações de preservação, revitalização e promoção do sítio arqueológico. A meta é que as reuniões aconteçam pelo menos uma vez por mês.
Cais do Valongo
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro (RJ), passou a integrar Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1º de março de 2017. O Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.
Possuía desenho específico para atracagem de pequenos barcos que traziam os escravos após passagem pela alfândega. Além de ser porto de entrada era também ponto de parada de outros navios seguindo para outros destinos no continente sul americano, conectando o Brasil e as rotas da diáspora, onde contatos, trocas materiais e culturais aconteciam no Cone Sul.
A escolha da localização do Cais do Valongo no seu tempo de funcionamento deu-se pelo afastamento da cidade oficial, e seu isolamento pela posição entre uma estrutura de morros.