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Obra de Cartola permanece viva
Nesta quarta-feira, 11 de outubro, é dia de lembrar de um dos maiores nomes da música popular brasileira. Se estivesse vivo, Angenor de Oliveira, conhecido como Cartola, completaria 109 anos.
O sambista nasceu em 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Cantor, compositor, poeta, violonista, Cartola criou belas canções como As Rosas não Falam, O Mundo é um Moinho, Divina Dama, Cordas de Aço, O Sol Nascerá, Alvorada, Tempos Idos, Autonomia, Disfarça e Chora, Acontece e Quem Me Vê Sorrindo.
Cartola nasceu no bairro do Catete, passou a infância em Laranjeiras, mas sua paixão seria pelo morro da Mangueira, para onde sua família se mudou por dificuldades financeiras. Angenor perdeu a mãe aos 15 anos. A tragédia o forçou a abandonar os estudos e a trabalhar como servente em obras. Por causa do chapéu que usava para proteger a cabeça do cimento que caía do alto ganhou o apelido que o consagrou.
Em 1928, junto com uma turma de amigos, fundou o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Estação Primeira de Mangueira, uma das escolas de samba mais importantes do carnaval carioca. As canções de Cartola se popularizaram nos anos 30, nas vozes de artistas como Araci de Almeida, Francisco Alves, Mário Reis, Sílvio Caldas e a Pequena Notável Carmen Miranda. Angenor também chegou a fazer gravações, porém só lançou o primeiro álbum em 1974, aos 66 anos.
Já perto do fim da vida, após décadas na Mangueira, mudou com a esposa Dona Zica, seu grande amor, para uma casa em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Morreu em 1980, deixando um sólido legado de clássicos da MPB.
Recentemente, o sambista foi homenageado com o musical Cartola, o Mundo é um Moinho. Dirigido por Roberto Lage, o espetáculo conta com o ator gaúcho Flávio Bauraqui no papel de Cartola.
Financiado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), o musical também recebeu apoio da Fundação Cultural Palmares (FCP) em algumas cidades. A FCP promoveu sessões especiais gratuitas para as quais levou quilombolas, estudantes da rede pública e moradores de periferia, que normalmente não teriam acesso à peça por questões de deslocamento e preço dos ingressos.