O Mistério e a Sabedoria dos Preto-Velhos na Umbanda

Os Preto-Velhos, figura emblemática da Umbanda, transcendem o tempo, sendo guardiões da ancestralidade afro-brasileira. São entidades veneradas por sua generosidade, amor e sabedoria, personificando os idosos africanos que enfrentaram as agruras da escravidão e agora orientam os vivos com sua paciência e conhecimento milenar.

Na vibração de Omolu, patrono da cura, os Preto-Velhos se manifestam, portando seus cachimbos e ramos de arruda, símbolos de purificação e cura espiritual. Com rezas e água fluidificada, eles banham os fiéis em energias restauradoras, enquanto o fumo do cachimbo afasta as negatividades, harmonizando os espíritos presentes.

A cada 13 de maio, marco da abolição da escravatura no Brasil, a Umbanda celebra os Preto-Velhos, louvando sua influência nos rituais espirituais. Nesses cultos, os cânticos reverenciam suas presenças, fortalecendo a conexão entre o mundo terreno e espiritual.

Indivíduos como Pai Francisco do Congo e Pai Francisco de Aruanda personificam a diversidade e a história dos Preto-Velhos, cada um trazendo consigo a memória de uma região e uma linha espiritual específica.

Cuidar dos Preto-Velhos é um ato de reverência às raízes culturais afro-brasileiras. Montar altares em suas homenagens, oferecer presentes e dedicar orações são formas tangíveis de expressar gratidão e respeito por sua orientação espiritual.

Entretanto, mais do que rituais físicos, cuidar dos Preto-Velhos é um compromisso espiritual contínuo. Vive-se segundo seus princípios, buscando justiça, integridade e conexão espiritual diária.