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O AfroPop é a ´alegria da cidade´ como diz a música
Os dançarinos do bloco Cortejo Afro se misturaram ao público que lotava o Cais Dourado, em Salvador e, antes de subir ao palco, desfilou no meio da multidão. O bloco Male de Balê, com suas cores e ritmo fortes, também mostrou sua presença vibrante. Começava assim, na quinta-feira, 5, o último show desta temporada do Movimento AfroPopBrasileiro, idealizado por Margareth Menezes e patrocinado pela Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura.
Subiram também ao palco os cantores Lazzo e Virgínia Rodrigues e depois juntos com Margareth levaram o público ao delírio. “Apesar de tanto não, tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade”, diz a letra de uma música de Lazzo, cantada pelos três com o coro da multidão.
Martinália entrou no palco ´pedindo licença´ no estilo bem carioca e disse estar se sentindo em casa. “A Bahia me dá colo”, declarou, para acrescentar que é muito bom trazer seu samba, fazer a mistura dos sons. “É, dizem que o samba nasceu na Bahia, mas para não dar briga, canto o samba aqui e lá”, referindo-se ao Rio de Janeiro, que ´disputa´ com a Bahia o lugar de origem do samba brasileiro.Depois foi a vez do timbaleiro Carlinhos Brown. “Puxa, Margareth, como está lindo isto aqui”, disse o entusiasmado Brown. Os dois, Margareth e ele, estavam muito à vontade, era um encontro de amigos e cantaram e pularam animando a galera. A agitação mostrou uma Margareth versátil, que vai do clássico e encorpado encontro com Lazzo e Virgínia Rodrigues ao agitado e brincante som dos timbaus.
Como mestre de cerimônia, Margareth cantou com todos os convidados da noite. Era só alegria. Impossível ficar parada diante de tantos sons e o afago da multidão. “O afropop não é só o resgate da cultura negra, dos blocos afros, é a mistura de várias linguagens e sons, é a raiz da música da Bahia, de São Brás, do Recôncavo Baiano. É trazer os blocos tradicionais para o contemporâneo, é juntar o antigo com o moderno”.
Chamou ao palco para receber do público uma salva de palmas, Zulu Araújo, presidente da Palmares, e agradeceu o apoio da instituição na realização do evento. “É uma honra apoiar eventos como este, que traz a essência da cultura negra. E este é o papel da Palmares, o de apoiar manifestações de resgate da cultura negra. O movimento AfroPop vai continuar”, afirmou Zulu.
Finalizou o show chamando novamente ao palco os blocos Cortejo Afro e Balê de Male.
Desta vez, foram as fotos de Adenor Gondim que puderam ser apreciadas na entrada do espaço cultural do Cais Dourado.
Na Palmares, o evento é coordenado pelo Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira, comandado por Elísio Lopes.
Movimento AfroPop
O movimento afropopbrasileiro tem como meta principal preservar a identidade da cultura afro-brasileira, ao juntar em uma mesma entidade manifestações da cultura negra. É também um espaço de mistura de ritmos de raízes afro-brasileiras com sonoridades pop mundiais, como o rock, o reggae, o funk, entre outros. Unidos pela mesma proposta, ainda que com características singulares, os grupos ganham força e maior visibilidade.
Assessoria de Imprensa da FCP