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Número de negros assassinados é duas vezes e meia maior que de brancos
A desigualdade racial continua exercendo graves efeitos na vida da população afro-brasileira. Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência 2016, divulgado na terça-feira (5), aponta que a população negra ainda é a maior vítima da violência no país. De todas as pessoas assassinadas naquele ano, 70,15% eram negras ou pardas.
O estudo informa que em 2016 a taxa de homicídio de negros foi duas vezes e meia superior à de não negros, ou seja, 40,2% contra 16%. Apesar deste número, os assassinatos de negros caíram em nove estados, incluindo São Paulo, com 47,7% de redução, e Rio de Janeiro, com 27,7%.
O Atlas da Violência 2016 mostra que, pela primeira vez na história do Brasil, se chegou ao índice de 30 homicídios por 100 mil habitantes. Equivale a 62.517 assassinatos, 30 vezes a média da Europa no mesmo período. Entre 2006 e 2016, 553 mil pessoas morreram no Brasil devido à chamada violência intencional.
A pesquisa ainda traz outros números preocupantes. Os homicídios respondem por 56,5% dos óbitos de homens na faixa etária dos 15 aos 19 anos no Brasil. Em 2016, 33.590 jovens foram assassinados, um aumento de 7,4% na comparação com 2015. O Atlas também observa aumento de 6,4% nos feminicídios entre 2006 e 2016.
Acesse a íntegra do Atlas da Violência 2018
Acesse o infográfico que reúne dados do Atlas da Violência 2018