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36 ANOS
Nova casa da Palmares: paredes e portas que contam histórias
Mãe Stella: figura emblemática do povo afro-brasileiro, no salão multiuso da Palmares
Há 36 anos, a Fundação Cultural Palmares (FCP) é símbolo de resistência. E em 2024, celebramos esse legado com uma reconstrução simbólica, sob o slogan “Casa da Cultura Afro-brasileira”.
O slogan marca um novo capítulo para a Fundação, refletindo a renovação e a continuidade de um trabalho secular de transformação da realidade da população afrodescendente.
Ao entrarmos na nova casa, somos impactados pelas portas decorativas – que simbolizam a história de luta do povo negro –; e pela estrutura física, que aponta para novos desafios da instituição.
LUTA. São portas e paredes ornadas com figuras emblemáticas do povo afro-brasileiro, como Abdias Nascimento, Carolina de Jesus, Glória Maria, Oliveira Silveira e Zumbi dos Palmares.
Criando uma sequência visual de celebração e reafirmação identidade, testemunham a história coletiva das lutas históricas, reforçando a importância de uma herança que nunca se apaga.
O sagrado está em cada detalhe. Nos corredores do Departamento de Fomento e Proteção da Cultura Afro-brasileira (DEP), contemplamos um ambiente de reverência às expressões culturais do povo preto.
REFÚGIO. Como uma espécie de refúgio espiritual, surgem as representações dos orixás, divindades ancestrais, que se manifestam em quadros e vasos e se espraiam pela atmosfera ao nosso redor.
As imagens de Iemanjá, Xangô, Oxum entre outros orixás, convidam à meditação e à celebração do sagrado, nos lembrando que, apesar das adversidades, a conexão com nossas raízes espirituais permanece inabalável.
Nos corredores do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro (DPA), somos encantados um tributo ao povo de terreiro e aos remanescentes de quilombos, cujos saberes e práticas alicerçam a cultura afro-brasileira.
Símbolos sagrados e representações de rituais comunitários ornam as paredes da área do DPA, convidando-nos a refletir sobre vida e espiritualidade dos povos da diáspora africana.
Por fim, a galeria dedicada aos ex-presidentes da Fundação aponta para o compromisso e a dedicação que moldaram sua trajetória, com cada retrato simbolizando uma peça de uma missão que é coletiva e contínua.
A Palmares chega, assim, aos 36 anos como o farol que sempre foi – de resistência comunitária. Afinal, como se diz nos idiomas zulu e xhosa, “ubuntu!” (“Eu sou, porque somos”).