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Nota de pesar: Carlos Caó
Faleceu aos 76 anos, no domingo (4) Carlos Alberto Caó de Oliveira. Jornalista, advogado e importante militante do movimento negro.
Filho de uma costureira e de um marceneiro, Carlos Caó iniciou sua luta dentro da militância ainda jovem. Aos 16 anos, na Associação dos Moradores da Federação. Já atuou no movimento estudantil, onde foi eleito presidente da União Estadual dos Estudantes da Bahia e chegou a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante a ditatura militar, Carlos Caó foi preso e torturado, mudou-se para o Rio, onde acabou se tornando uma das lideranças mais importantes do brizolismo.
Como jornalista, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e durante o seu mandato como federal, fez história na luta dos direitos civis sendo autor de uma lei em prol da justiça racial.
Foi autor na Lei 7.437/1985, que mudou o texto da Lei Afonso Arinos, de 1951, tornando contravenção penal o preconceito de raça, cor, sexo e estado. O texto ficou conhecido como Lei Caó.
Carlos Caó foi responsável pela inclusão na Carta Magna de 1988 do inciso ao Artigo 5º que tornou racismo crime inafiançável e imprescritível. Mais tarde, foi autor da Lei 7.716/1989, que regulamentou o texto constitucional determinando prisão para o crime de preconceito e discriminação de raça ou cor).
Lamentamos a perda desse importante contribuinte nas lutas por justiça e igualdade racial, que seus feitos sejam sempre lembrados e que inspirem outros a continuarem lutando.
Caó presente!