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No Rio, Marta Suplicy conversa com 250 produtores culturais negros
Em encontro histórico, a ministra da Cultura conversou com criadores culturais negros e recebeu algumas das principais demandas do setor: mais recursos para a produção artística afro-brasileira
Na tarde desta terça-feira, 09/07, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, se encontrou com cerca de 250 produtores culturais negros de todo país, no Auditório do CCBB, no Rio de Janeiro. O encontro, organizado pelo Movimento Akoben, tornou possível um estreitamento entre os criadores e o governo, para mostrar demandas urgentes do setor, com destaque para os desafios relacionados à captação de recursos para as artes e culturas negras.
Cotas nos recursos para arte negra – Rodrigo Santos, ator, produtor e membro do Akoben, apresentou o documento que solicitou mais recursos para a produção negra e mais atenção do Estado para as questões relacionadas. A carta pediu que 40% do orçamento do MinC seja destinado à produção cultural afro-brasileira. “Queremos colaborar com o Ministério para implantar uma política cultural de Estado que seja verdadeiramente inclusiva e democrática”.
Outros artistas e criadores também defenderam a criação dos editais para produtores, criadores e pesquisadores negros do MINC/SEPPIR, principalmente por considerarem que os certames representam uma resposta para a demanda do Movimento Negro Brasileiro por mais recursos para a criação cultural e artística negra brasileira.
Mais patrocínio estatal – Também foi proposto pelos criadores negros uma conversa entre o MinC e as empresas estatais que realizam projetos de apoio para a atividade cultural. A ideia é levar para esses organismos a necessidade de especialistas em arte negra nas comissões julgadoras dos concursos, a fim de que contemplar as especificidade das produções afro-brasileiras nas premiações.
Para a ministra Marta Suplicy, não é possível destinar 40% dos recursos MinC para cultura negra. Entretanto, ela se dispôs a conversar com as estatais sobre a possibilidade de promover cotas raciais nos projetos destinados ao fomento cultural. “Vamos mapear todas as áreas culturais que são patrocinadas, analisar todos os projetos. É possível ter uma política de Estado de Cultura, com o apoio das estatais,com cotas para projetos negros”, disse.
O presidente da Fundação Cultural Palmares mediou o debate, que também contou com as presenças de Mãe Beata, dos atores e atrizes Milton Goncalves, Fabrício de Oliveira, Antônio Pitanga, Jorge Washington, Léa Garcia, Fernanda Júlia, Antônio Pompeu, do cantor Carlinhos Brown, de Eliza Lakin, do cineasta Jeferson Dê, do diretor teatral Amir Haddad, do deputado federal Edson Santos, do presidente do Bloco Olodum, João Jorge, do cantor e secretário de Cultura da Paraíba, Chico Cesar, Vovô do Ilê, de Biza Viana entre outros.