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Nascido há 180 anos, André Rebouças revolucionou engenharia e defendeu abolição
Um talento que deu contribuição expressivas à engenharia não só no Brasil como na África, além de ter sido importante ativista contra a escravidão. Neste sábado, 13 de janeiro, comemoram-se 180 anos do nascimento de André Rebouças.
Rebouças nasceu em 1838 na cidade de Cachoeira, na Bahia. Pelo lado paterno, era neto de uma mulher que havia sido escravizada e conseguiu a liberdade e de um alfaiate português. Era filho de Carolina Pinto Rebouças e de Antônio Pereira Rebouças, advogado, deputado e conselheiro do imperador Dom Pedro II.
André Rebouças ganhou fama no Rio de Janeiro, então capital brasileira, ao solucionar o problema do abastecimento da água, captando o líquido de mananciais fora da cidade. Rebouças também serviu como engenheiro militar na Guerra do Paraguai, quando desenvolveu um torpedo que alcançou êxito contra o exército inimigo.
André e seu irmão Antônio, que também era engenheiro, assinaram um dos mais importantes projetos da infraestrutura nacional, a estrada de ferro que ligaria Curitiba a Antonina, no litoral paranaense. O trajeto acabou mudado para o porto de Paranaguá.
Representante da classe média negra que ascendeu no Segundo Reinado, André Rebouças defendeu com entusiasmo o fim da escravidão. Foi um dos criadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, junto com Joaquim Nabuco. Também participou da Confederação Abolicionista e da Sociedade Central de Imigração.
Com o fim do império, embarcou com a família real para a Europa, morando dois anos em Lisboa. Em seguida, mudou-se para Cannes, na França. Em 1892, André viajou para Luanda, na África, onde viveu mais de uma no. Depois, transferiu-se para Funchal, na Ilha da Madeira, local em que morreu, no dia 9 de maio de 1898.