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Nasce Donga
Ernesto Joaquim Maria dos Santos – conhecido como Donga, nasceu no Estado do Rio de Janeiro em 1890, filho de Amélia Silva dos Santos e do pedreiro Pedro Joaquim Maria dos Santos. Desde sua infância mostrou-se habilidoso com o dom de compor e, no avançar de sua carreira, se consagrou como um dos principais instrumentistas e autor de sambas que foram imortalizados e são reproduzidos nas rodas de samba atualmente.
Tia Amélia, mãe de Donga, como era conhecida por todos do bairro da Cidade Nova, área portuária da Zona Norte do Rio de Janeiro, intitulada como Pequena África, foi peça fundamental para sua formação musical. Amélia, juntamente com Tia Ciata , são reconhecidas como grandes lideranças religiosas da pequena África. Elas foram fundadoras do grupo Baianas do Bairro da Cidade Nova ; por intermédio delas se organizavam as manifestações religiosas, rodas de música e foram peças fundamentais na criação dos blocos carnavalescos daquela época, frequentados por Donga, ainda menino.
Por está cercado de musicistas diariamente e em um ambiente repleto de referências culturais, Donga, aos 14 anos de idade começou a tocar cavaquinho e, com o passar do tempo, sua admiração e apreço por instrumentos de cordas foram aumentando e, logo apendeu a tocar violão. Pelas cordas de seu violão, nas periódicas manifestações culturais que aconteciam na casa de Tia Ciata, em parceria com Mauro de Almeida, nasceu em 27 de novembro de 1916 a canção Pelo Telefone, o primeiro samba a ser gravado no Brasil. Este samba foi o maior sucesso do carnaval de 1917.
Donga, sempre esteve rodeado de músicos, formando assim, várias parcerias em suas composições. Em 1919, participou do grupo que era liderado por Pixinguinha, os Oito Batutas , que findou após uma turnê pela Europa em 1922; em 1926 retornou à Europa com o grupo Carlito Jazz e, nessa mesma década, em 1928, criou com seu parceiro Pixinguinha, a orquestra Pinxinguinha-Donga, que acompanhou e gravou com vários intérpretes naquele período.
Em 1932, Donga se casou com a também musicista, Zaira de Oliveira e desta união nasceu a sua única filha, Lígia. Ao ficar viúvo em 1951, casou-se novamente, agora com Maria das Dores dos Santos. Já em 1954, um tanto esquecido na década de 1950, com o intuito de resgatar e manter viva as obras e memórias dos compositores e intérpretes mais antigo, fundou em parceria com a radialista Almirante e seu companheiro de décadas, Pixinguinha, o conjunto Vela Guarda .
Doente e quase cego, viveu seus últimos dias no Retiro dos Artistas , falecendo em 1974.
As criações mais conhecidas de Donga, além de Pelo telefone são Passarinho bateu asas , Bambo-bamba , Cantiga de festa , Macumba de Oxóssi , Macumba de Iansã , Seu Mané Luís e Ranchinho desfeito .
Fontes: