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Musical sobre Cartola causa euforia em Salvador
Não poderia ser diferente. O musical Cartola, o Mundo é um Moinho, que fala da vida de um dos mais importantes artistas brasileiros, emocionou a plateia no primeiro dia de apresentação, nessa quinta-feira, 27 de julho, no Teatro Castro Alves, em Salvador. A peça prossegue até o próximo domingo, dia 30, sempre às 20h. O público foi ao delírio com a interpretação marcante dos atores e com alguns dos maiores clássicos do samba.
Vale lembrar que nos dois primeiros dias da performance, a Fundação Cultural Palmares, apoiadora do espetáculo junto com o Ministério da Cultura (MinC), convidou quilombolas, alunos de escolas públicas, moradores de periferias e cidades da Grande Salvador, entre outros. Algumas dessas pessoas nunca haviam entrado em um teatro e puderam fazer isso gratuitamente. A felicidade era visível nos olhos da maioria.
Com direção de Renato Lage, o musical reúne 18 atores, oito músicos e cerca de cem profissionais. Um dos destaques da peça é o gaúcho Flávio Bauraqui, um dos mais importantes atores negros de sua geração, reconhecido com prêmios na televisão e no cinema.
Patrimônios
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, foi convidado a subir ao palco e fez um discurso destacando o papel dos afro-brasileiros na cultura do país. “A gente quer fazer arte e também que o nosso povo conquiste mobilidade social. Nós temos que ocupar os teatros e os grandes espaços de cultura. Viva Cartola! Viva este elenco maravilhoso! Essa peça ainda vai viajar muito pelo nosso Brasil”, afirmou Erivaldo.
O presidente da Fundação Palmares ainda comemorou o recente reconhecimento do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), e da Serra da Barriga, situada no município de União dos Palmares, em Alagoas, como Patrimônio Cultural do Mercosul.
O Cais do Valongo funcionou como principal porto de entrada de população escravizada no continente americano por 300 anos. Já a Serra da Barriga abrigou o célebre Quilombo dos Palmares, onde milhares de negros se rebelaram contra a tirania dos colonizadores.
A realização de campanhas pela Fundação Palmares teve papel primordial na conquista destes títulos. “E no ano que vem, vamos lutar para que a Serra da Barriga também vire Patrimônio Cultural da Humanidade”, adiantou Erivaldo Oliveira.