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Mostra fotográfica movimenta Câmara dos Deputados
Angéle Essamba, no vernissage da exposição Herança africana: Retratos das mulheres africanas e afro-colombianas
Sal Freire e Joceline Gomes
Na última quarta-feira (10), na Câmara dos Deputados, ocorreu o vernissage da exposição Herança africana: Retratos das mulheres africanas e afro-colombianas, da fotógrafa Angèle Etoundi Essamba. A mostra abriu, em Brasília (DF), a programação organizada pela Fundação Cultural Palmares para celebrar o Mês da Consciência Negra.
Participaram do evento, dentre outros, os embaixadores de Camarões, do Senegal e do Benin, Martin Mbeng, El Hadji Abdoul Aziz Ndiayedo e Isidore Monsi, respectivamente; o conselheiro de cooperação e ação cultural da França, Pierre Colombier; os deputados Pedro Wilson e Lídice da Mata; e David Soto, diretor da Fundação colombiana ACUA.
Ao saudar os presentes, Zulu Araújo, presidente da Palmares, falou sobre o trabalho realizado pela instituição para a promoção da igualdade racial e de gênero, lembrando ser a mostra a segunda homenagem prestada pela Fundação, este ano, à mulher negra (a primeira foi o concerto Mães D´Água – Yeyê Omó Ejá, realizado no mês de agosto). E enfatizou o potencial de articulação do evento.
– Com esta iniciativa reforçamos os necessários diálogos e conexões culturais entre o Brasil e a Colômbia.
ACORDO – Na abertura da exposição foi assinado um termo de cooperação entre a Fundação Cultural Palmares e a ACUA – Ativos Culturais Afrodescendentes, com o objetivo de fomentar o intercâmbio de manifestações culturais e a difusão de informações entre afro-brasileiros e afro-latinos.
Para David Soto, diretor da Fundação ACUA, a exposição é uma importante ação para “expressar e dar visibilidade aos valores culturais e aos saberes tradicionais africanos”. Representando a Câmara dos Deputados, o deputado Pedro Wilson ressaltou a importância de Zumbi dos Palmares para a construção da identidade negra do País e vinculou a iniciativa da Palmares e da Fundação ACUA à luta iniciada pelo líder negro.
A mostra
Cor e calor transbordam das belíssimas imagens captadas pelas lentes e pela sensibilidade de Angèle, a fotógrafa nascida em Camarões que hoje reside na Holanda e está a caminhar pelo mundo. São 40 fotografias de mulheres no seu refletir e fazer cotidianos. Em meio à celebração da consciência negra, a arte de Angèle, mais que qualquer palavra ou discurso, irá, até 2 de dezembro, com seu testemunho silencioso mas pleno de significados, “tocar o coração humano”, segundo suas próprias palavras.
“O que é mesmo importante é a conexão que podemos [os negros de todo o mundo] estabelecer. Somos um“ (Angèle Etoundi Essamba)