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Morre Dorival Caymmi, aos 94 anos
Morreu, aos 94 anos, o cantor e compositor Dorival Caymmi. Um dos maiores criadores da música popular brasileira, Caymmi foi vítima de insuficiência renal. Ele faleceu por volta das 6h deste sábado (16/08), em seu apartamento no Rio de Janeiro. Dorival fazia tratamento de um câncer na bexiga há 11 anos.
De acordo com o filho, Danilo Caymmi, o horário e local do velório e sepultamento ainda não foram decididos. Ele disse que vai aguardar a chegada do irmão, Dori Caymmi, que mora no exterior. Danilo deu a primeira entrevista sobre a morte a morte do pai à Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Segundo ele, a família “tem uma gratidão muito grande à Rádio Nacional, porque foi num show de calouros da emissora que Dorival Caymmi conheceu a mulher e companheira de toda a vida”.
Danilo disse ainda que a família atravessa um momento muito difícil, já que a mãe, Stela Maris, está internada há três meses em coma. O músico acredita que o pai teve uma morte tranqüila, “baianamente, como ele dizia”. (Com informações da Agência Estado)
Biografia
Dorival Caymmi, compositor baiano nascido em 30 de abril de 1914, é responsável em grande parte pela imagem que a Bahia tem hoje em dia. Seu estilo inimitável de compor e cantar influenciou várias gerações de músicos brasileiros. Em Salvador, teve vários trabalhos antes de tentar a sorte como cantor de rádio, e como compositor ganhou um concurso de músicas de carnaval em 1936.
Dois anos mais tarde foi para o Rio de Janeiro, com o objetivo de realizar o curso preparatório de Direito e talvez arranjar um emprego como jornalista, profissão que já havia exercido em Salvador. Mas, incentivado pelos amigos, mudou de idéia e resolveu enveredar pela música.
Primeiro, por obra do acaso, teve sua música O que é que a baiana tem? incluída no filme Banana da Terra, estrelado por Carmen Miranda. Em seguida, outra música sua, O mar, foi colocada em um espetáculo promovido pela então primeira-dama Darcy Vargas. Daí em diante seu prestígio foi se ampliando.
Passou a atuar na Rádio Nacional, onde conheceu a cantora Stella Maris, com quem se casou em 1940 e permaneceu casado até a morte. Seus filhos Dori, Danilo e Nana também são músicos. As canções que celebrizaram Caymmi versam, na maioria das vezes, sobre temas praieiros ou sobre a Bahia e as belezas da terra, o que colaborou para fixar, de certa forma, uma imagem do Brasil para o exterior e para os próprios brasileiros.
Algumas das mais marcantes são A lenda do Abaeté, Promessa de pescador, É doce morrer no mar, Marina, Não tem solução, João Valentão, Maracangalha, Saudades de Itapoã, Doralice, Samba da minha terra, Lá vem a baiana, Suíte dos pescadores, Sábado em Copacabana, Nem eu, Nunca mais, Saudade da Bahia, Dora, Oração da Mãe Menininha, Rosa morena, Eu não tenho onde morar, Das rosas.
Em 60 anos de carreira, Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos, mas o número de versões de suas músicas feitas por outros intérpretes é praticamente incalculável. Sua obra, considerada pequena em quantidade, compensa essa falsa impressão com inigualável número de obras-primas.