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Morre aos 66 anos Frede Abreu, ícone de defesa da capoeira como patrimônio cultural do Brasil
O Brasil perdeu na última quarta-feira (10), o pesquisador e autor de diversos livros sobre capoeira do país, Frederico José de Abreu, depois de uma luta de um ano contra a hepatite C.
Frede foi consultor do inventário que tombou a capoeira como patrimônio cultural do Brasil, em 2008 e escreveu sobre a memória dos principais mestres como Bimba, Pastinha, João Pequeno, Canjiquinha, Waldemar, Caiçara e Cobrinha Verde, tornando-se referência internacional.
O estudioso possuía um acervo com mais de 40 mil títulos, entre livros, recortes de jornais, revistas, CDs, fotos e vídeos. A partir desses documentos, Frede construiu obras importantes como Capoeiras: Bahia Século XIX, Bimba é Bamba: capoeira no ringue, Pastinha, Cobrinha Verde, mestre Canjiquinha, o Barracão do mestre Waldemar, Macaco Beleza e o Massacre do Tabuão.
Mesmo doente nos últimos meses, Frede não parou de produzir. Tinha pelo menos três livros editados para ser lançados: Manuscritos do mestre Pastinha, Como Eu Penso (Livro de poesias de Pastinha), além de mestre Najé e o Capoeirista que lutou até a morte. Seu legado é exemplo de dedicação, valorização, zelo e amor pela história da capoeira.
O corpo do pesquisador será cremado às 13h desta sexta-feira (12), no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.
O diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Alexandro Reis lamenta a perda e ressalta: “O mundo da capoeira perde uma das suas figuras mais importantes, mas que deixa um legado extraordinário sobre a memória, conhecimento e a preservação da capoeira dentro e fora do país”.